Uma afirmação muito corrente nos meios evangélicos brasileiros é que questões doutrinárias não são importantes. Em. geral essas afirmações são decorrentes de alguma contestação e quase sempre focadas numa afirmação nem sempre exposta e assumida que a “minha” experiência é diferente. Essa postura é de fato perniciosa porque:
1) Releva o estudo aprofundado das Escrituras e algo sem importância;
2) Torna tudo muito dependente da situação e característica emocional de cada um; e
3) Abre, escancara as portas para todo vento de doutrina que seja agradável a cada um.
Me pego muitas vezes pensando numa situação onde Paulo poderia ser repreendido por estar admoestando doutrinariamente e exortando a manutenção da fé (mais uma vez a compreensão de fé que Paulo usa é claramente atrelada não apenas a confiança mas a essência doutrinária do Evangelho) de forma insistente e contundente quando segundo seus críticos deveria estar mais preocupado em viver o “evangelho”, mesmo equivocado.
Certa vez vi um irmão falando bastante sobre um assunto, e em determinado momento falando que se discutia muito doutrina e pouco a prática, no entanto as questões que ele estava defendendo eram basicamente assuntos ligados a mordomia. Quando Tiago em sua epístola fala tanto em fé morta não está em nenhum momento desdenhando ou menosprezando a mesma, apenas está corroborando a afirmação que toda fé e conhecimento deve se transformar em prática, se qualquer aprendizado em nossas vidas não trouxer alguma aplicação prática ele é estéril e sim está morto.
Essa disputa não passa de um espantalho, não existe qualquer antagonismo entre verdade bíblica (doutrina) e prática, uma é base e causa e a outra é consequência inevitável. Quando crentes se reúnem num estudo bíblico não deveriam estar ali para compartilhar experiências mas para aprender cada vez mais sobre a sua fé e solidificar seus conhecimentos.
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