.
Leia Tiago 5
Riquezas mal adquiridas e mal usadas.
Adeptos da teologia da libertação e ou da identificação marxista com o evangelho tendem a amar em especial textos como esse, mas de antemão avisamos que não existe nada, absolutamente nada, na Bíblia que condene o ter riqueza apenas por tê-la, e não é aqui em Tiago que encontrarão. O que Tiago adverte aqui é sobre a forma de obtê-las e a forma de usá-las e confiança depositada nelas.
De cara ele fiz que elas estão corruptas e enferrujadas[1], ou seja bens materiais não nos trazem confiança eterna como os bens espirituais, os primeiros com o tempo se deterioram enquanto as promessas de Deus são sobre toda a eternidade.
Quando ele fala do salário dos trabalhadores temos sim uma advertência contra a forma incorreta de obter através de retenção por fraude. Lembram daquelas contas que geram tantos descontos? Sobretudo com trabalhadores menos instruídos? Mas podemos facilmente estender aqui a qualquer ganho ilícito que tenhamos por fraudar, mentir, omitir nas nossas relações comerciais e trabalhistas, isso vale para os pobres também.
A referencia a “... vivendo regaladamente ... e engordando o vosso coração ...” também não deixa dúvidas quando ao seu sentido. Pessoas esbanjam seus bens em deleites pessoais. A Bíblia não condena o conforto, e a linha pode ser tênue, mas a Palavra condena o fato de você ter muito e não repartir, não esperem encontrar nos nossos textos qualquer ideia de tributação imposta por governos, o que estamos tratando aqui é de você que tem mais recursos usá-los em benefício dos que tem pouco ou nenhum recurso para uma sobrevivência digna.
Não nos compete aqui ditar regras, mas levantar ideias de como seus bens, passeios e viagens poderiam ou podem saciar a necessidade por comida, remédios, moradia de membros de sua própria comunidade.
Paciência e Urgência
É interessante o contraponto entre paciência para aguardar as efetivação das promessas em relação a urgência na correção do comportamento e da prática cristão considerando que o juiz, reto e justo, Jesus já está a porta.
Não jurar em vão
Dois aspectos nem sempre bem compreendidos sobre esse texto. Tiago nos ensina que os juramentos não devem ser em vão e jamais devem ser feitos tendo como testemunhas objetos terrenos e inanimados. Não há aqui uma condenação geral ao ato de juramento. E ênfase final é que nosso falar e testemunhar seja sempre afirmativo, se é sim que seja realmente sim e se não que seja realmente não.
Sejamos aqueles que juram e se comprometem e mesmo com dano pessoal cumprem seus juramentos e falando sempre a verdade com integridade.[2]
O proceder cristão
De forma bem prática e objetiva:
a) Tem alguém sofrendo – Seja compassivo, ore e sofra com ele;
b) Tem alguém alegre – Se alegre com ele sem inveja e cante louvores;
c) Tem alguém doente – Ore pela cura e ajude no tratamento;
d) Tem pecados – Ore com o arrependido pelo perdão;
Oração
Somos instados a orar para que bênçãos sejam alcançadas. A oração de fé feita pelo justo é eficaz e será atendida.[3] É interessante o contraponto entre uma súplica feita em favor de outro que Tiago nos diz que será atendida se feita com fé e devoção e ao pedido condenado em relação as riquezas de Tiago 4.
Encerramos Tiago esperando que tenhamos sido proveitosos no aprendizado e na prática cristã de quem nos leu.
Que venham as epistolas de Pedro e João.
[1] O termo aqui se refere não a forma de obtenção mas ao estado dela. Lembrando que naquela época a riqueza também estava contida em tecidos caros e tapeçarias. Obviamente a ferrugem se refere as moedas e outras pratarias.
[2] Salmo 15
[3] “Não existe uma milagrosa "oração da fé" que tenha o poder para curar. O poder de uma oração confiante e fiel está em destaque aqui; a comunidade cristã deve ocupar-se piedosamente na oração e intercessão em favor dos enfermos. Este versículo é o texto de prova usado para justificar a instituição do sacramento da extrema-unção adotado pela Igreja Católica Romana. A extrema-unção era um ritual de cura; porém, atualmente é vista como o "último sacramento", em preparação para a morte” – Comentário da Bíblia de Estudo de Genebra.
Comentários
Postar um comentário