Na questão da manifestação da fé conforme já tratamos inicialmente no artigo anterior existe uma relação exposta por Tiago
Fé |
Consequência |
Testada |
Gera paciência |
Confiante |
Aguarda resposta em oração |
Firme diante das tentações |
Persevera na vida eterna |
Atuante |
Reproduz as boas obras |
Voltada para Deus |
Alcança a justiça |
Tiago em sua carta nos diz três afirmações basilares sobre a fé:
a) A fé que professamos ter que ser viva;
b) A fé que não se manifesta em boas obras é morta;
c) A fé morta não vem de uma vida transformada.
Alguns ensinos que precisamos destacar que estão bem claros na Palavra:
a) A fé é o único meio pelo qual uma pessoa pode ser salva;
b) O justo é justificado pela fé;[1]
c) O cristão vive sua vida pela fé;[2]
d) O cristão sustenta sua esperança pela fé.[3]
Temos uma tendência a encarar a fé de forma subjetiva, apenas como uma crença em determinados dogmas e doutrinas. A fé não é um sentimento apenas, assim como o amor e a esperança também não o são, a fé também não é apenas uma atitude positiva e otimista. A fé revelada nas Escrituras é uma ação e reação objetiva dirigida e definida pelo que cremos, pelo que professamos.
A fé confiante em Deus e em suas promessas que confiamos terem sido garantidas em Jesus Cristo é consequência do nosso entendimento verdadeiro e correto da integralidade do Evangelho e é operada por meio do Espírito Santo de Deus. A fé ensinada tanto em Paulo como aqui em Tiago envolve todo o ser, mente e coração, é algo pessoal e íntimo que move nossa vontade para Deus, um Deus real e pessoal, não um símbolo ou uma ideia.[4] Tratamos com um Deus vivo e presente.
A fé apresentada nos traz três aspectos:
a) Conhecimento naquilo em que se deposita;
b) Reconhecimento de aquilo no que se crer é real e verdadeiro;
c) Depósito de confiança total naquilo que se crer.
Nunca será uma fé cega e sem razão, por que o conhecimento gera o reconhecimento que por sua vez gera a entrega.[5]
A fé é "... um firme e seguro conhecimento do favor divino para conosco, fundado sobre a verdade da livre promessa em Cristo e revelado à nossa mente e selado em nosso coração pelo Espírito Santo"[6]
Pela fé:
a) Recebemos Jesus e seu sacrifício na cruz;
b) Somos justificados sem as obras da lei que foram cumpridas em Cristo;
c) Nos unimos a Cristo em adoção pelo Pai;
d) Produzimos frutos e atuamos em amor e dedicação nas boas obras;
A justificação é só pela fé, mas a fé justificadora nunca está só. A falta de crescimento, de desenvolvimento e a ausência de frutos de justiça mostra que o livre dom de Deus, em Cristo, nunca foi recebido.
Duas verdades indeléveis que não se anulam:
a) Não existe fé sem obras[7] porém estas não produzem a salavação;[8]
b) Não existe salvação que não seja apenas pela fé.[9]
Nenhum esforço humano pode produzir salvação.[10] Somente Deus pode salvar. Só Deus pode salvar.[11]
A recompensa, o galardão, é devido ao próprio Deus. “Deus, quando nos recompensa, está coroando graciosamente seus próprios dons graciosos.[12]
[1] Romanos 3.26; 4.1-5; GáIatas 2.16
[2] 2ª Coríntios 5:7
[3] Hebreus 10:35-12.3
[4] Deus não é um inconsciente coletivo de Jung. Não é um deus morto como Nietzsche entende.
[5] Romanos 10:14
[6] Calvino, institutas, 111.2.7.
[7] Filipenses 3.12-14; 2ª Timóteo 4.7-8
[8] Romanos 7.13-20; GáIatas 5.17
[9] Efésios 2:8-10
[10] Romanos 10:33
[11] Marcos 10:27
[12] Agostinho
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