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Devocional: Hebreus 6 – Os outrora iluminados

 



 

Leia Hebreus 6:1-8

 

No capítulo 6 temos alguns textos difíceis que não aprofundaremos por completo nesse artigo, não é o nosso objetivo, mas mesmo assim temos muito o que aprender com essa parte da carta aos Hebreus.

 

O autor começa fazendo uma exortação ao cuidado com as doutrinas básicas que ele chama de princípios elementares.

 

a)    Arrependimento  das obras mortas e fé. Abandonar a vida de pecado anterior a conversão. “Se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis” (Luc. 13:3). Fé como a própria carta diz, o firme fundamento nas coisas que se esperam e a certeza nas coisas que não se veem.

b)   Batismos e imposição de mãos. Ensino e prática dos sacramentos. isto.

c)    Imposição de mãos.  Oração e

d)   Ressureição dos mortos e vida eterna.

 

A partir do verso 4 até o verso 12 temos um daqueles textos mais difíceis de interpretação, mas vamos tentar apresenta-lo de forma simples algumas das formas de interpretar esse texto.

 

Uma primeira maneira é entender que ele fala de crentes verdadeiros que de alguma forma perdem a salvação. Embora pareça uma explicação plausível numa leitura destacada do texto essa forma de interpretar entra rapidamente em conflito com vários outros textos que tratam da perseverança dos Santos[1], portanto pelas regras de hermenêutica bíblica vamos descarta-la.[2]

 

A segunda forma de interpretação carrega a ideia de uma forte advertência contra heréticos que tentavam introduzir conceitos que desfaziam a pureza e simplicidade do Evangelho descaracterizando e assim para esses não haveria qualquer esperança de salvação.

 

A terceira vertente de interpretação que nos parece estar de acordo com o restante do texto bíblico aponta para uma ligação com a apostasia citada nos versos 4 a 8. Uma outra interpretação afirma que o autor está descrevendo os apóstatas de vs. 4-8. Pessoas que foram abençoadas junto com os crentes verdadeiros e que aparentavam muito estar com o rebanho mas que posteriormente abandonaram sua fé, mas que nunca tiveram uma comunhão verdadeira com o Senhor. A exortação do autor da carta é no intento de estabelecer que seus leitores a comprovem com a perseverança a fé que professam. Não há nenhuma bênção em estar perto de Deus e em comunhão com o povo da aliança, sem a devida fé; ao contrário, tais apóstatas são sujeitos a um juízo mais severo.

 

Pessoas que provaram do Evangelho e da sabedoria do mesmo e deles se afastam de forma consciente não poderiam mais serem alcançados, eles até provaram as bênçãos e os dons celestiais e participaram da vida comunitária, porém ao se afastarem e renegarem a fé que mesmo sem salvação verdadeira ora professaram.

 

Duas verdades bíblicas que são expostas:

 

a)    A apostasia é irreversível; (1ª João 5:16)

b)   A salvação é definitiva; (Hebreus 10:4)

 

Judas é um exemplo de alguém que foi iluminado, participou das bênçãos mas não era salvo.

 

Pela renúncia de sua fé em Cristo, eles declaram que a sua cruz não foi um sacrifício santo pelos pecados de outros, antes, que foi a morte merecida de um criminoso culpado (10.29). Tais apóstatas já se afastaram até ao ponto onde a cruz não faz nada senão condená-los como cúmplices no assassínio (At 18.5-6).

Há uma analogia entre o caráter "uma vez por todas" do sacrifício de Cristo pelo pecado e a participação simbólica do crente naquela crucificação através do batismo (v. 4, nota) A morte sacrificial de Cristo não pode ser repetida. No mesmo sentido, a participação do crente na morte de Cristo, selada pelo batismo (Rm 6.3-4; CI 2.12). não pode ser retirada e depois repetida ... A apostasia apresentada no cap. 6 não é uma questão de dúvidas pessoais e interiores. É a propositada, total e pública rejeição da fé que foi uma vez confessada. Como tal, produz efeitos nocivos para outros e não apenas para o apóstata (12.15).

Comentário Bíblia de Estudo de Genebra

 

Para encerrarmos é importante ressaltar no entanto que essas advertências e considerações não nos permite estabelecer qual o destino eterno de quem quer que seja mesmo que aparentemente se enquadrem no que foi dito acima.

 

 

 

 



[1] João 10.28-29; Romanos 8.28-30

[2] Defendemos alguns princípios basilares na leitura e interpretação bíblica.

a)   A Inerrância das Escrituras;

b)   O reconhecer que toda A REVELAÇÃO que Deus decretou ser dada ao nosso conhecimento está contida na Bíblia e a ela nada se acrescente nem se retire;

c)    O uso da hermenêutica bíblica conforme apregoam os reformadores que em suma diz que a Palavra não se confunde em si, e explica-se por si mesma.

d)   E a melhor exegética reformada que nos ensina que a mensagem bíblica na sua origem e contexto deve ser buscada, ou seja, temos que tentar compreender o que o autor quis de fato propor ao escrever o texto original.

 

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