O capítulo começa nos dando um quadro do papel do sacerdote em seu ministério, apresenta as ações, os defeitos do sacerdócio humano do Antigo Testamento, para em seguida apresentar a excelência total do sacerdócio perfeito de Jesus. Cabia ao sacerdote do Antigo Testamento oferecer sacrifícios pelos pecados do povo e pelos seus próprios pecados. Eram vocacionados por Deus, não partindo de opção própria assumirem tal tarefa. Cristo também não tomou para si mesmo a tarefa, mas foi glorificado pelo próprio Deus:
“Tu és meu Filho, eu hoje te gerei; como em outro lugar também diz: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.[1]”
A pessoa de Melquisedeque é misteriosa e mencionada apenas duas vezes
no Antigo Testamento (Gn 14.18; SI 110.4). A associação aqui no texto bíblico revela o caráter exaltado deste sacerdócio. É difícil definir por completo a questão, mas mais a frente na carta o autor estabelece uma distinção marcante entre o sacerdócio conforme a linhagem de Arão, e o de Cristo que é da linhagem de Melquisedeque.[2]
O próprio Deus declara Jesus como sumo sacerdote dos escolhidos de Deus. Algumas características dessa vocação de Cristo são apresentadas:
a) Clamou em lágrimas ao Pai que o poderia ter livrado da morte;
b) No entanto em obediência se ofereceu em sacrifício;
c) Sendo aperfeiçoado na ressureição tornou-se o Autor da Salvação;
d) Foi nomeado Sumo Sacerdote.
O autor da carta passa então a admoestar e exortar os destinatários da carta por conta da incredulidade e não compreensão desse ato, e ressalta a crítica dizendo que eles já deveriam saber disso porque eram, ou pelo menos se consideravam, mestres.
É interessante a crítica que o autor faz aqui aos crentes com bastante tempo de conversão mas que continuam não apreendendo e caindo o tempo todo no mesmo erro, a repreensão é dura, crentes que deveriam ser maduros mas que precisam continuamente serem alimentados de leite, pessoas que deveriam estar buscando um aprendizado mais profundo, e uma comunhão mais íntima com a revelação de Deus, continuavam precisando serem corrigidos em questões simples do Evangelho ainda.
No fim duas grandes lições nos são dadas, Primeiramente Cristo é o nosso perfeito sumo sacerdote, que através de seu sacrifício único e suficiente nos limpa os pecados e nos reconcilia com Deus. Segundo essa é uma verdade básica do Evangelho que devemos aprender de uma vez por todas a estarmos continuamente dispostos a nos aprofundarmos no conhecimento.
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[1] Salmo 110:4
[2] Existem algumas correntes que tentam explicar Melquisedeque. Mas o fato é que a Bíblia não nos revela a origem dele, e não existem elementos que possam dar uma certeza além de que ele não era apenas um representação humana de uma personificação de um ser celestial, era de fato um homem de carne e osso.
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