Leia Hebreus 1
A autoria da carta de Hebreus não encontra consenso entre os estudiosos das Escrituras, embora muitos apontem Paulo como autor, o fato é que existem elementos a favor dessa afirmação e tantos outros contrários. Mas vamos deixar essa questão de lado já que nosso objetivo nessas devocionais é sempre encontrar um ensino prático a partir das revelações e verdades apresentadas no texto.
Apenas vamos citar que devido aos seus destinatários é fácil compreendermos que o contexto envolve toda o histórico judaico da comunidade para a qual foi originalmente destinada. E devemos sempre que preciso levar isso em consideração já que Hebreus nos trará alguns textos de difícil interpretação,
Até o capítulo 10 o foco central da carta é a apresentação sobre diversos aspectos da pessoa de Cristo. O autor da carta faz uma defesa veemente de como Jesus era infinitamente superior a tudo que a religião judaica tinha como baluartes, anjos, Abraão, Moisés, Arão ou qualquer um dos sacerdotes anteriores. A partir do 10º capítulo o autor traz a fé como tema principal e como ela é a chave de ligação do eleito com a obra expiatória sacerdotal de Cristo. E claro como. Isso se aplica em nossas vidas.
Mas vamos ao primeiro capítulo.
O autor estabelece um paralelo claro entre os tempos de outrora [1]e as promessas sobre o tempo dos últimos dias[2], com isso ele apresenta a ligação entre o Messias prometido e a pessoa de Jesus como sendo esse Messias, a seguir ele demonstra que esse Jesus é cumprimento da revelação progressiva apresentada no Antigo Testamento. A expressão “... ter feito a purificação dos pecados.” é uma forma direta de falar que todos os sacrifícios oferecidos até então não passaram de símbolos do que viria e que eram em essência incapazes de cumprir tal purificação. Esse Jesus após cumprir sua missão se assentou a destra de Deus e é posto como:
a) Herdeiro de todas as coisas;[3]
b) Razão da criação[4] e existência do universo;[5]
c) Resplendor da Glória;
d) Expressão de Seu Ser;
e) Sustentador de tudo;
f) Maior que todos;[6]
O autor da carta a partir do verso 5 faz uma doxologia a Cristo apresentando uma caracterização muito superior aos anjos. É importante ressaltar que na cultura religiosa judaica até hoje personagens como anjos são encarados como entidades que merecem um respeito e consideração excepcional como mensageiros divinos, e provavelmente o autor quis enfatizar a superioridade excelsa de Jesus a qual os anjos se sujeitavam como ministros.
Nesses versos do 5 ao 9 ele ressalta novamente algumas e introduz outras características atribuídas a Jesus como Filho de Deus, e sendo o próprio Deus.
a) Primogênito de todas as coisas;[7]
b) Merecedor de adoração;[8]
c) Assentado no trono para todo centro;
d) Reinado de equidade e justiça;
e) Ungido de Deus;
Em seguida nos versos 10 a 13 nos traz revelações grandiosas do Ser de Deus de forma inclusiva ao Filho.
a) Aquele que fundou a Terra e os Céus;
b) Eterno e existente antes e para além de tudo;
c) Imutável em caráter e poder;
d) Exaltado acima de tudo;
E no verso 14 traz uma aplicação maviosa. “Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?” Deus tudo fez e tudo sujeitou a Cristo que usa a tudo e a todos em favor dos eleitos que herdarão a salvação.
Resumo dos ensinamentos deste capítulo:
1. Jesus é o Messias anunciado na revelação do Antigo Testamento;
2. Só o sacrifício de Cristo pode purificar os pecados, e o fez de forma completa, nada podemos acrescentar ou diminuir desse ato;
3. Jesus é Deus;
4. Os salvos não serão seres divinos assim como não são os anjos, mas seremos participantes das bênçãos derramadas sobre o Filho como filhos adotivos;
[1] Jr 23.20; Os 3.5; Mq 4.1.
[2] 1 Co 10:11
[3] CI 1.16. Ele é o Primogênito, o herdeiro preeminente, cujos inimigos serão postos por estrado dos
seus pés ( SI 110.1 ). Como filhos de Deus. adotados por intermédio de Jesus. nós também somos herdeiros (v. 14; 6.12,17; GI 4.6-7; Rm 8:14-17).
[4] Cl 1:16; Jo 1:3
[5] A palavra traduzida aqui para Universo tem o sentido mais cronológico, ou aplicando de uma forma correta, implica que tudo que ocorreu desde a eternidade tem como moto único a própria pessoa do Deus Filho.
[6] Rm 1:4
[7] At 13.32-35; Rm 1.4; Mc 1.11; Jo 3.16; Sl 89:27
[8] Lc 2:13-14
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