Leia II Tessalonicenses 2
Neste ponto de sua carta Paulo trata de forma mais específica
sobre alguns sinais sobre a segunda vinda de Cristo e o cuidado que a igreja
deve ter para não se deixar enganar por falsos profetas.
Algumas afirmações de Paulo como será aquele dia do
arrebatamento[1]:
1.
Ele
chama de dia do Senhor.[2]
2.
Todos
estarão reunidos a uma só vez.[3]
No entanto para que isso aconteça ele volta citar a aparição
de uma figura já citada na primeira carta, o homem da iniquidade.
Naquele momento já existiam diversos falsos mestres pregando que a segunda
vinda já havia acontecido, portanto temos que ter em mente que mais do que apresentar
sinais da vinda, Paulo queria demonstrar que ela ainda não havia acontecido.
Paulo através dessas palavras parece-nos deixar claro que a ideia de um
arrebatamento secreto não é um ensino bíblico. Ele afirmava taxativamente que o
segundo advento ainda não havia acontecido, como de fato ainda não aconteceu.
Paulo insere dois predicados essenciais antes da segunda
vinde de Cristo, a apostasia e o já citado homem da
iniquidade. Não é claro o que Paulo considera com “A” apostasia que virá,
se uma apostasia de muitos dentro
da igreja[4],
que é a que nos parece mais coerente, ou, a apostasia do povo judeu ou a até
mesmo uma rebelião de alcance mundial contra Deus, sendo que essa implica na
primeira por conseguinte.
Já o homem da iniquidade personifica o próprio mal.[5] O o
filho da perdição “... se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus
ou é objeto de culto ...”. Este tentará se colocar no lugar de Deus, ele
terá poder[6]
para operar milagres, apesar de Paulo não usar o termo anticristo aqui, é
apropriado usa-lo, e este mal está detido até o momento decretado por Deus.
Vamos abrir um longo parêntese aqui. Sobre a expressão “assentar-se
no trono de Deus”, alguns entendem que isso se dará pela. Reconstrução do
templo, sobretudo a corrente que defende um papel ainda diferenciado para
Israel na escatologia bíblica. Outros já tomam a palavra "templo" no sentidos
neo testamentário da o a Igreja[7] .
No entanto a afirmação pode ser apenas uma hipérbole para representar o anseio
de demonstrar poder do impostor assim como foi com o rei babilônico.[8]
Paulo descreve a principal característica desse homem da
iniquidade, o apego a mentira e o combate a Verdade das Escrituras, e diz mais
que essa iniquidade já opera e está presente entre nós. Ele está detido por
decreto divino, ao ser liberado demonstrará toda sua voracidade exercida pela
mentira e injustiça[9]
encantando a alguns mas será destruído pelo simples “sopro” [10] da
boca do Senhor Jesus, essa figura de linguagem afirma de forma categórica que
Satanás não tem qualquer poder comparável ao de Jesus e tampouco pode afetar os
seus eleitos.
No verso 11, Paulo ainda traz uma afirmação que merece muita atenção:
“... Deus lhes manda a operação do erro ...” uma afirmação inequívoca
de que o mal está igualmente sob os ditames da soberania divina. Não confundir
com a afirmação herética de que Deus é autor do mau.
Paulo reafirma como motivo de alegria a eleição
dos irmãos daquela igreja que foram escolhidos desde a eternidade para:
1.
Salvação;
2.
Santificação
no Espírito;
3.
Fé
na verdade;
4.
Alcançarem
a glória.
É interessante como os versos finais desse capítulo trazem vários
ensinamentos. A sequência da ação de Deus na salvação dos seus, Eleição –
Vocação (Chamado) – Doação da Fé – Operação da Santificação – Por fim
Gloirificação. Além de nos apresentar a trindade agindo de forma
harmoniosa: Deus Pai – Escolhendo e chamando. Deus Filho – Encarnando
e compartilhando sua glória. Deus Espírito – Santificando.
Deus nos escolheu "pela" santificação e fé na
verdade e não "por causa" dessas ações. Os eleitos não podem
continuar a viver de forma ímpia depois que foram convertidos.[11]
[1] 1ª
Ts 4:17
[2] 1ª
Ts 5.2; 1ª Co 1.7-8; Fp 2.16
[3] 1ª
Ts 2:19; 2ª Co 1:14
[4] 1ª
Tm 4.1; 2ª Tm 3.1-9; Jd 17-19
[5] 1ª
Jo 2.22
[6] Dn
7.8,20,25; 8.9-12; cf. 11.31,36; Ap 13:6
[7] Ef
2.19-22; 1 Pe 2 5
[8] Is
14.13-14; cf. o rei de Tiro, em Ez 28.2
[9]
Importante ressaltar que o conceito de justiça / injustiça em Paulo excede o
conceito corrente do aspecto legal, da mesma forma como ele trata a fé como
algo prático que é a defesa das doutrinas do Evangelho, a justiça aqui
apresentada por ele é o cumprimento dos preceitos bíblicos.
[10]
Is 11:4; Ap 19.15,21
[11] Cf.
1.11; 1ª Ts 2.12; 1ª T m 6.12; Rm 6.17; 1ª Co 11.2,23; 15.3; 2ª Tm 1.13
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