Leia 1ª Tessalonicenses 4:13-18
Nesse trecho aparentemente curto mais
cheio de detalhes importantes Paulo introduz o que talvez seja o assunto
principal dessa carta aquela Igreja, a segunda vinda de Cristo. É bem provável
que as fortes perseguições pudessem estar abalando ou pelo menos ameaçando a
confiança que os crentes de Tessalônica tinham, e talvez por isso Paulo traga o
assunto. Pelo início da explanação podemos entender que talvez houvesse uma
compreensão equivocada que a vinda de Cristo em majestade e glória só atingiria
os vivos e que seria algo mais imediato, porém Paulo os consola a respeito dos
que morreram em Cristo afirmando alguns pontos importantes, que desdobraremos
em duas devocionais, e o primeiro que ele traz aqui é exatamente a ressureição
dos mortos.
1. Os que dormem - Uma metáfora comum sobre a morte que
contudo não implica na questão do estado da alma. O ensino do Novo Testamento é
sobre uma existência consciente e bem-aventurada entre a morte e a ressurreição.[1]
2. Não vos entristecerdes – A esperança e confiança no ressurreição
dos mortos é motivo de contenção na tristeza pela partida de pessoas queridas. A
ressurreição de Cristo é para os cristãos o firme fundamento da esperança e
certeza de comunhão eterna com ele. É notória a diferença em velórios de
crentes e não crentes e isso ocorre em vista da sustentação e alívio trazidos pela esperança.
3. A ressureição é ponto chave – A crença na ressureição de Cristo e
na consequente ressureição dos crentes era para Paulo e deve ser para nós também
ponto chave de nossa fé. Paulo afirma que Jesus os “... os trará em Sua
companhia.” [2]
Paulo trata como haja uma precedência, não
necessariamente temporal, mas lógica da ressureição dos mortos antes do
arrebatamento.[3]
4. Mortos em Cristo – Aqui temos uma assunto que gera alguns
debates acalorados, mas nosso foco não é discutir escatologia no seu detalhe
mas afirmar a realidade e necessária convicção dos crentes na ressureição. Paulo
afirma que os mortos em Cristo[4]
ressuscitarão primeiro. Seriam dois momentos de ressureição um para glorificação
e outro para julgamento e castigo. A ressurreição dos ímpios é mencionada por
Paulo somente uma vez[5],
embora ela esteja implícita quando faz advertências quanto a um julgamento universal
e pessoal[6].
Além do tema ressureição Paulo trata também
do que acontecerá com os vivos em Cristo no momento de sua vinda.
Paulo não aparentemente não está
preocupado em estabelecer uma cronologia exata de fatos vindouros, mas sim
afirmar a plena fé dele e que nós devemos comungar a respeito das coisas
vindouras. Tem por objetivo consolar os tristes e desesperançados com a morte
possivelmente martirizada de outros centres com a certeza de que todos os
justos, estarão unidos com o Senhor para
sempre a partir do dia da volta de Cristo, “... Consolai·vos, pois,
uns aos outros com estas palavras” .
Nota post scriptum:
As expressões Palavra de Ordem, Ouvida
a voz de arcanjo e Ressoada a Trombeta nos trazem a ideia de que
o arrebatamento será um evento público e não secreto[7],
mas trataremos um pouco mais detalhadamente desse advento na próxima devocional
no capítulo 5 onde Paulo trata do assunto.
[1] Lc
16.19-31; 23.42-43; Jo 14 1-3; 2Co 5.6-8; Fp 1.23; Ap 6.9-11; 7.9-17; 20.4-6;
[2] Cf
3:13; 1 Co 6.14; 2 Co 4 14
[3] De
acordo com 2º Esdras ( livro não canônico),
uma obra judaica do século li d.C., aqueles que estiverem vivos por ocasião da
volta do glorioso Messias são mais abençoados do que aqueles que tiverem
morrido antes ( 2 Esdras 1314-24) Alguns tessalonicenses podem ter absorvido
essa concepção
errônea. Paulo, ao contrário, afirma aos
tessalonicenses que ambos os grupos terão igual posição ( 1 Co 15.52) e que
ambos entrarão na plenitude do reino juntos. – Bíblia de Estudo de Genebra.
[4] 1 Co
15.22-23; 1 Co 15.23; cf. Jo 5.28-29
[5] At
24.15
[6] At
17.31; Rm 2.5-16
[7] Lc
17.24; 21.35; Ap 1.7
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