Tenho
usado textos sugeridos como “versículos do dia” por um site que trás a Bíblia na
internet para escolher os temas que vou abordando aqui nas devocionais. Hoje
ele me trouxe um texto bem mais complicado pela sua abrangência.
Romanos
8 também faz parte do texto bíblico que mais aprecio, no sentido de que ele
para mim resume teologicamente de forma bem clara a relação de Deus conosco e as
razões e como foi sua Revelação do Evangelho, o próprio Cristo encarnado.
Essa
parte da carta de Paulo aos Romanos começa ali no capítulo 5 onde Paulo
apresenta a justificação pela fé, até explodir de forma fantástica a grandeza,
soberania de Deus ao final do capítulo 11 com uma linda doxologia. São 7
capitulos que apresentam um Deus grandioso, amoroso para com os que elegeu,
misericordioso com seus filhos, e que apesar de toda Sua majestade decidiu voltar
a se relacionar com a sua criação e não poupou nem mesmo seu filho para nos
adotar.
Vou
dividir essa devocional em partes para que o texto não fique demasiado longo.
Para
entendermos o contexto de Romanos 8 precisamos voltar brevemente aos versos
anteriores do livro. No capítulo 7, Paulo faz uma analogia sobre casamento para
apresentar a dependência e sujeição do homem a lei de Deus, e a sua
incapacidade de cumpri-la, o que faz de todos nós indefensáveis diante de Deus.
Paulo deixa muito claro que a solução para essa situação de incapacidade de
agradar a Deus é única e passa pelo cumprimento da Lei efetivada na morte sacrificial
de Cristo. Paulo não diz que a Lei foi anulada, mas sim que ela foi cumprida em
Cristo. Depois de ter tratado abundantemente sobre graça no capítulo 6, no capítulo
7 Paulo faz uma ligação demonstrando que a Lei e o pecado não tem mais poder
condenatório sobre os salvos, os eleitos
alcançados pela graça especial da regeneração e justificação em Jesus.
Dito
isso, no capítulo 8, Paulo deixa claro o conceito de que:
1.
Que o Salvo não
pode mais ser condenado (8:1) porquê
2.
Cristo nos livrou
do pecado e da morte (8:2) fazendo o quê
3.
Nos era impossível
fazer (8:3), e assim
4.
Cumprindo a Lei
(8:4a) para quê
5.
Recebessemos o
Espírito e andássemos nele (8:5).
Essa
verdade libertadora conforme apresentada por Paulo nos leva a uma conclusão que
ele nos trás entre os versos 6 e 14.
Mesmo
justificados ainda estamos sujeitos aos pecados do velho homem e precisamos nos
deixar guiar pelo Espírito Santo. Paulo faz vários contrapontos entre a carne e
o Espírito.
1.
A Carne é
inimizade com Deus pois não se sujeira a Sua Lei;
2.
A Carne não tem
como agradar a Deus;
3.
Só o Espírito do
próprio Deus pode agradá-lo;
4.
E Deus
providenciou para que o Espírito de Cristo habitasse[1]
nos Seus escolhidos para que assim ele se agradasse de nós.
Essa
conclusão de Paulo nos leva necessariamente a um compromisso, que deve ser
firme, alcançável não por nós mesmos, mas pela ajuda do próprio Deus.
Se
temos o Espírito devemos ser guiados por Ele. Se somos guiados pela carne nós não
o temos. Essa é uma afirmação dura, direta,
bem objetiva feita por Paulo. Não podemos viver com cada pé um dos mundos, ou
somos espirituais ou somos carnais. Por óbvio que Paulo não está tratando de
super crentes infalíveis, mas de pessoas como o desejo sincero e puro nos seus
corações e mentes na busca da justiça.
Esse
é. Um compromisso que devemos assumir, e digo mais, inevitável, não há como um
salvo não buscar incessantemente estar mais próximo do Seu Mestre. Fomos
regenerados para podermos chamar Deus de Pai querido, mas também para honrá-lo
e glorifica-lo em todas as nossas ações.
Como
disse vamos continuar nesse capítulo por mais dois textos, esperando que eles contribuam
para nosso entendimento reforçando nossa compromisso, alegria e esperança.
[1]
Entendemos que o que Paulo apresenta aqui não é uma ideia filosófica de
discipulado apenas. Numa cosmovisão equivocada vemos muito em líderes atuais a
transmissão da ideia de que o seguir a Cristo passa, mesmo que sutilmente
apresentada, como uma decisão pessoal de ser um imitador de Cristo, e que ter o
espírito de Cristo é “comprar” o ideal de amor e paz. Paulo não trata da habitação
do Espírito como algo figurado e sim como algo literal, místico, mas concreto
de que Deus através do Seu Espírito efetivamente entra em comunhão com nosso espírito
nos tornando algo especial e agradável ao Pai.
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