Devocional – A Verdade que
liberta – João 8.
O
texto de João 8:32 que traz a frase “... conhecereis a Verdade e ela vos
libertará” tem sido bastante repetida fora de contexto pelo presidente Jair
Bolsonaro e muitos de seus apoiadores. Não que o conhecimento dos fatos e da
história não liberte a mente para pensar por si mesma, mas esse não é o
contexto bíblico, a VERDADE aqui listada é o próprio CRISTO.
O
que de fato liberta o homem da sua escravidão ao pecado é o conhecimento real e
profundo do VERBO encarnado, o EVANGELHO que é o próprio Jesus Cristo.
O
capítulo 8 de João é bem longo, começa com o episódio do encontro entre uma
multidão que traz uma mulher adúltera com o fim de testar Jesus procurando
achar forma de condena-lo.
Se
Jesus confirmasse o apedrejamento estaria violando uma lei Romana, e negasse
estaria violando a lei judaica. Sabiamente Jesus devolveu para eles a questão.
Notem que Jesus não aprovava a ação hipócrita daqueles homens, por outro lado
Ele também não aprovava a conduta de vida daquela mulher, o “... vá e não
peques mais” deixa isso bem claro.
Mas
não é nesse tema que queremos trabalhar nesse texto, e sim no que segue. A
partir do verso 12, Jesus começa a dar testemunho de si mesmo, revelando àquelas
pessoas que o ouviam quem realmente era, porém encontrando uma resistência de
mentes que faziam questão de não entenderem e mais ainda em distorcer de forma
tola o que vinha sendo dito.
Temos
várias declarações claras de Jesus sobre si mesmo.
·
Eu sou a Luz do
mundo – verso 12
·
Filho do Pai –
verso 19
·
Sou o próprio Deus
– versos 24 a 28
·
O Juiz[1] – verso
26
·
Filho do Homem[2] –
Verso 28
·
Messias Prometido
– versos 29 e 30
·
A Verdade –
versos 32
·
O Messias
prometido – verso 42
·
Eterno - verso 58
Sobre
todas essas afirmações muitos dos que estavam com Ele refutavam tolamente ou
por simplesmente não compreenderem mesmo ou por uma teimosia relutante e rebelde
apontada pelo próprio Cristo ao chama-los de filhos do diabo.
“Qual a razão por que não compreendeis a minha
linguagem? É porque sois incapazes de ouvir a minha palavra.
Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe
os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade,
porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é
próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.” João 8:43,44
A Verdade estava diante dos olhos deles, mas não a
viam, não compreendiam, antes agiam como néscios, tolos, se apegando a dogmas
criados a partir da religiosidade que eles mesmos construíram fora da Revelação
Divina que pensavam e diziam seguir.
Nos dias atuais O EVANGELHO verdadeiro tem sido
distorcido por duas vertentes antagônicas entre si e igualmente apóstatas.
De um lado temos os legalistas que buscam, mesmo que muitos
não assumidamente se declarem, agradar a Deus por obras, ou “dedicação” ao
serviço religioso, e de outro lado temos os não assumidos universalistas com a
pregação do pseudo evangelho do amor, onde apresentam um amor descompromissado,
defendendo o antinomismo substituindo a Lei apenas por uma fé declarada sem
busca e sem reflexos de obediência.
Num mundo de pós modernidade onde cada um tem sua própria
verdade, onde achar espaço para um Cristo que se declara a própria expressão da
VERDADE?
O abraçar o EVANGELHO e tudo que ele nos traz tanto de
liberdade quanto de compromisso de vida é a solução de fato libertadora. A
VERDADE nos liberta do jugo do pecado para livremente servirmos a Deus.
Claro que um conhecimento intelectual da história, da
filosofia, das teorias humanas, da economia etc, traz uma certa liberdade de
pensamento, mas mesmo isso tudo é nada diante do conhecimento da VERDADE, do DEUS
encarnado, JESUS, O CRISTO, o qual, esse sim, nos liberta de todas as amarras
do pecado e nos propõe uma nova vida que começa aqui mas se estenderá por toda
a ETERNIDADE.
Roguemos a DEUS que nossos olhos não estejam fechados
e nossa mente não esteja cauterizada para enxergar essa VERDADE LIBERTADORA.
[1]
Existe um argumento muitas vezes apresentado de que a Bíblia orienta ao não
julgamento de homens pelos próprios homens. Isso é o engodo diabólico, o que a
Palavra nos ensina é o cuidado que se deve ter para proferir sentenças e
julgamentos para não sermos hipócritas apresentando uma vara com uma medição para
os outros e uma outra vara bem mais flexível nas suas medidas para nós mesmos.
[2] No
capítulo 7 de seu livro, o profeta Daniel fala sobre suas visões à noite.
Ele escreve que viu, vindo com as nuvens do céu, “um como o Filho do Homem,
e dirigiu-se ao Ancião de dias, e o fizeram chegar até ele” (Daniel 7:13).
Em Mateus 26:64, o próprio Jesus declara algo
maravilhoso. Ele diz: “Eu, porém, lhes digo, que desde agora verão o
Filho do Homem sentado à mão direita do Poderoso, e vindo com as nuvens do céu”.
A semelhança entre ambos os textos é inegável, e, obviamente, a expressão é
utilizada para se referir a mesma pessoa.
O profeta Daniel ainda continua dizendo que foi dado
ao Filho do Homem “domínio, e glória, e o reino; para que os povos, nações e
homens de todas as línguas o servissem. Seu domínio é eterno, e não passará, e
o seu reino jamais será destruído” (Daniel 7:14).
Só há Um que pode se enquadrar em tal descrição: Jesus
Cristo, o Filho do Homem. Quando Estêvão estava sendo martirizado, ele entendeu
perfeitamente o significado desse título, e prontamente declarou: “Eis que
vejo os céus abertos; e o Filho do Homem, que está em pé à mão direita de
Deus” (Atos 7:56).
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