Leia Jeremias 12
Esse texto é chamado de segunda confissão, de
seis confissões, de Jeremias.
Jeremias exibe em sua vida lamentos
sobre o que ele via diariamente, muitas vezes incorretamente chamado de profeta
chorão, mas Jeremias lamentava sobretudo o descaso dos perversos para com Deus,
não apenas nas atitudes, mas principalmente em considera-lo inexistente ou
inoperante.
As pessoas na época de Jeremias
haviam simplesmente dado as costas para Deus. Aquela nação que tinha sido
escolhida e separada, abençoada e salva muitas vezes pelo Senhor simplesmente o
rejeitava sem nenhum pudor, simplesmente
abandonara seus preceitos.
Por outro lado Jeremias inicia nesse
texto um lamento, uma queixa a Deus, sincera, sobre a prosperidade do ímpio, do
injusto, daqueles que perseguem a bondade para combate-la, em contraponto ao
sofrimento do justo. Algo semelhante a queixa de Asafe.[1]
Esse capítulo de Jeremias pode
ser dividido em 4 partes que trataremos aqui. Embora façamos referência a
palavra país ou nação no nosso comentário,
não será nada direcionado a nossa situação atual, embora nem tudo sejam apenas
meras coincidências.
1. Jeremias
se lamenta pelo que não entende e não acha justo.
No início Jeremias reconhece a
Justiça de Deus mas mesmo assim apresenta a Deus o que ele entende ser como uma
certa incoerência, afinal injustos estão prosperando, e ainda mais, no entender
de Jeremias pela graça do próprio Deus. Traça um paralelo com o plantio dos
justos[2]
juntos aos ribeiros de águam fala do vicejar dos perversos.
Pessoas que falam bastante em
Deus, tentam apresentar um aspecto íntegro mas estão com Deus longe do coração,
em algumas versões é apresentado como longe dos rins. Em ambos os casos a ideia
é de apenas apresentar-se uma capa mas longe do interior.
Solicita a Deus que esses sejam
punidos, arrancados, queimados e destruídos, e apresenta sua motivação para
isso, porque a ação de uma elite má faz a terra viver em luto, faz a nação
sofrer pela escassez, e assim o fazem por desprezarem a presença de Deus sobre
eles.[3]
2. Deus
responde
Deus começa a responder a Jeremias
com uma sentença nada tranquilizadora. Vai piorar antes de melhorar como se diz
comumente. O Senhor pergunta a Jeremias que se ele está cansado agora imagine
mais a frente quando a situação se agravar.[4] E no
final dessa parte ainda faz um alerta para que Jeremias não confie nem nas
pessoas próximas que falam aparentemente coisas boas.
3. Deus
castigará os injustos
Do verso 7 ao 13 Deus profere o
que fará com os injustos, embora aqui seja importante notar que a punição a nação
também atinge os justos.
Deus abandonará a sua herança, o
povo de Israel, entregando nas mãos dos inimigos, porquê esta se tornou inimiga
de Deus. E apresenta motivos pelo que o Seu povo havia se tornado, se
desumanizado, e por isso Deus estava aborrecido[5]:
a.
Leão na floresta na espreita para atacar;
b.
Ave de rapina ajuntando outras para fazer o mal;
c.
Pastores que destruíram as vinhas do Senhor as
transformando em deserto;
d.
Devastaram a terra e ninguém se preocupa;
e.
A tentativa de aparentar que tudo está sobre
controle para que possam continuar suas maldades.
Deus declara ao final dessa parte
que “não há paz” para ninguém. A despeito dele usar os povos vizinhos também ímpios
para punir Israel ao mesmo tempo esses povos serão também castigados.
4. Deus
diz porquê procede dessa forma.
Claramente o juízo de Deus vem
como disciplina para com Seu povo. Depois de disciplina-lo, terá compaixão dos
seus e os tornará cada uma à sua herança e à sua terra. Mas isso está
condicionado a esse povo entender as razões de sua disciplina e a uma mudança
de vida e pensamento. A mão de Deus pesa como forma de ensino, a punição dada
por Deus é sempre com o objetivo de purificar Seu povo.
O capítulo termina com uma terrível
profecia no entanto, se o povo mesmo disciplinado e restaurado preferir
permanecer em seus maus caminhos a disciplina divina virá com mais força e sem
nova restauração, “farei perecer”.
O que podemos aprender bem
claramente aqui?
·
Deus nunca está ausente do que ocorre na Sua
criação.
·
Deus consola e tranquiliza os justos.
·
Deus pune severamente aqueles que se opõem a
Ele;
·
Deus disciplina e traz de volta àqueles Seus que
se afastaram.
Andemos com cuidado e temor na
presença do Senhor tranquilos mas sem esquecer de Seus preceitos.
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