Cid Gomes no seu discurso que gerou tanta repercussão tocou
numa questão muito mais profunda do que parece a princípio. Todo ser humano tem
dificuldade de reconhecer seus erros, isso é inerente a um ser arrogante e
orgulhoso como nós somos.
Mas, existe um aspecto mais profundo na negativa coletiva
dos líderes do PT e dos militantes em reconhecer os erros do partido, um quê de
religiosidade. Não que Lula tivesse lá pelos anos 70/80 do século passado, já
pensasse em se tornar um deus de uma seita, mas aos poucos, tanto ele, como o
clero que o envolve entendeu que esse seria o caminho, criar um santo que fosse
alguém a ser seguido por uma séquito fiel.
Essa construção ao longo do tempo é o grande entrave para o
PT reconhecer publicamente algum erro, eles simplesmente não acreditam que
possam ter cometido erros. No momento em que a coisa se torna religiosa, e a única
religião no mundo que insta seus fiéis a estarem sempre revendo seus
comportamentos é o cristianismo, nenhuma outra faz isso, começa-se um processo de
justificação de ações em nome da busca do santo graal dela.
Não há o que se falar de erros quando as ações são
realizadas em nome de um bem maior. Mesmo que nunca assumido se trata do
famoso, OS FINS JUSTIFICAM OS MEIOS, a mentira, a violência, o roubo, não são
defeitos, mas pequenos desvios permitidos em nome de se alcançar o paraíso
desejado.
Enquanto no cristianismo o método é algo fundamental, no
paraíso projetado no lulopetismo é só o que importa. Óbvio que como em qualquer
outra seita religiosa existem líderes que sabem exatamente o que estão fazendo,
mas reconhecer erros nesse caso seria o mesmo que reconhecer que seu deus não
existe, nenhum deus pode ser visto como um ser susceptível ao pecado, senão não
será deus, portanto é impossível ao lulopetismo reconhecer erros sem simplesmente
enterrar a Lula e a si mesmo na vala da insignificância na vida política, sem
um deus, uma religião qualquer que seja não se mantém em pé.
As razões de Cid Gomes em tocar no assunto não me interessam
nesse artigo, mas ele pediu algo que nunca acontecerá, simplesmente porque o
acontecer significa um haraquiri coletivo do clero lulopetista. E Haraquiri
tinha a ver com a HONRA dos samurais.
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