Introdução
O
que é a felicidade?
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A felicidade é um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e
psíquico, em que o sofrimento e a inquietude estão ausentes. Abrange uma gama
de emoções ou sentimentos que vai desde o contentamento até a alegria intensa
ou júbilo. A felicidade tem, ainda, o significado de bem-estar espiritual ou
paz interior.
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Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade.
(Carlos Drummond de Andrade)
- Não
existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho. (Mahatma Gandhi)
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A suprema felicidade da vida é ter a convicção de que somos amados.
(Vitor Hugo)
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Quase sempre a maior ou menor felicidade depende do grau de decisão de
ser feliz. (Abraham Lincoln)
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A felicidade consiste em ações perfeitamente conformes à virtude, e entendemos
por virtude não a virtude relativa, mas a virtude absoluta. Entendemos por
virtude relativa a que diz respeito às coisas necessárias e por virtude absoluta
a que tem por finalidade a beleza e a honestidade. (Aristóteles)
Cada
pessoa tem um conceito sobre o que é felicidade e como conquistá-la. A
dificuldade está na maneira de como lidamos com as adversidades da vida.
Na
perspectiva do mundo, podemos ganhar e perder a felicidade. Basta uma
mudança de fortuna, um abalo na saúde, a desilusão por não alcançarmos o que
ambicionamos e até o mau tempo pode privar-nos da felicidade que o mundo dá.
Mas ninguém pode tirar o gozo, a alegria, a felicidade que Cristo nos dá: “Assim
acontece com vocês: agora é hora de tristeza para vocês, mas eu os verei outra
vez, e vocês se alegrarão, e ninguém lhes tirará essa alegria. “ (João
16.22).
A palavra bem-aventurança significa a felicidade como dom de Deus. Essa felicidade brilha através das lágrimas e não depende de circunstâncias: nem a vida nem a morte nem as angústias nem a perseguição pode arrebatá-la do coração do crente.
O
ensino das bem-aventuranças é para os discípulos de Jesus. Ele viu as
multidões, mas, quando subiu ao monte, aproximaram-se os seus discípulos e ele
os ensinava (Mateus 5.1-2).
O
sermão do monte é a plataforma do reino de Deus. Fala da conduta dos súditos do
reino. E começa dizendo quem eles são: São felizes! Sob a ótica do mundo
seriam infelizes; mas na ótica do reino, são felizes. Poderíamos dizer: Felizes
os infelizes! É a contracultura do reino! Foge ao senso comum! Quem
são os felizes? Os bem-aventurados?
VAMOS
VER TRES FONTES DA FELICIDADE BEM INCOMUNS NA CULTURA HUMANA
A
FELICIDADE DOS POBRES
Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus (5.3).
Na Bíblia, a palavra pobre tem diversos significados: a) refere-se à
pessoa que não tem riqueza e por isso não tem poder, nem prestígio nem
influência; b) ou à pessoa oprimida, explorada e dominada pelos poderosos; c)
ou ainda a pessoa que, por não ter bem terreno, coloca toda a sua confiança em
Deus; d) a expressão pobre de espírito refere-se à pessoa que
chegou à conclusão de que as coisas não significam nada e por isso colocam a
sua confiança inteiramente em Deus, como podemos ver nas seguintes
passagens da Bíblia (Salmos 34.6; 9.18; 3.10; 107.41). Essa pessoa é
verdadeiramente feliz!
Aos pobres de espírito pertence o reino dos céus. Esse reino dos céus é a
sociedade na qual a vontade de Deus é feita na terra como é feita nos céus.
Logo, os pobres de espírito fazem a vontade de Deus. No entanto, só podemos
fazer a vontade de Deus quando temos consciência da nossa impotência, da nossa
ignorância, da nossa incapacidade para responder satisfatoriamente às
exigências da vida e quando, por isso, colocamos a nossa confiança inteiramente
em Deus. Os que se consideram ricos enganam a si mesmos, privam-se das riquezas
de Deus, são repreendidos e exortados ao arrependimento e à conversão
(Apocalipse 3.16-19).
A experiência de Abraão nos ensina que não possuir nada é uma grande bênção.
Ele era homem rico (Gn 24.35), mas a sua maior herança era Isaque, cujo
nome significa riso (Gn 21.5-6; 24.36). Sem dúvida ele daria todos os seus bens
para salvar Isaque. No entanto, ao oferecer o seu filho a Deus, o maior tesouro
que ele tinha, ele se esvaziou, à semelhança de Cristo, e por isso foi
enriquecido por Deus (Gn 22.15-17). O crente é feliz porque não troca a
felicidade das riquezas do Reino de Deus pela felicidade das riquezas do mundo!
Jesus falou do homem que se vangloriou na segurança dos bens que havia
acumulado, mas que ouviu a voz de Deus: "Louco, esta noite te pedirão a
tua alma; e o que tens preparado, para quem será"?. Jesus concluiu:
"Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus"
(Lc 12.20-21).
A
FELICIDADE DOS QUE TÊM O CORAÇÃO QUEBRANTADO
"Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados" (5.4). As
lágrimas que levam ao verdadeiro consolo são causadas (a) pelo mundo que está
colocado no maligno e (b) pelo próprio pecado do homem. Ao quebrantado e
contrito, Deus não despreza (Salmo 51.17). Isaías era estadista, nobre,
educado, mas quando contemplou a gloria de Deus (Isaías 6.1-3), tomou
consciência do seu pecado e clamou: "Ai de mim! Estou perdido! Porque sou
homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus
olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos" (Isaías 6.5).
Em Lucas 7.36-50 temos a história da mulher pecadora que entrou na casa de um fariseu
onde Jesus estava à mesa para a refeição. Essa mulher prostrou-se aos pés do
Senhor, chorou tanto que lavou os pés do Mestre com as suas lágrimas e os
enxugou com os seus cabelos! Jesus foi censurado porque ele permitiu que uma
mulher pecadora fizesse isto. No entanto, o Mestre deixou claro que tanto o
fariseu quanto a mulher eram pecadores. Com uma diferença: a mulher chorou
pelos seus pecados; o fariseu considerava-se justo. Por isso, Jesus disse à
mulher: "Perdoados são os teus pecados. A tua fé te salvou; vai-te em
paz". (Lucas 7.48, 50). As lágrimas de arrependimento produziram o
verdadeiro conforto para a mulher; o fariseu, cujo coração não se quebrantou,
continuou na sua religiosidade fria, crítica, zangada, infeliz!
Tanto o profeta Isaías quanto a mulher pecadora tomaram consciência do seu pecado quando estavam na presença de Deus em atitude de adoração. Arrependeram-se, foram perdoados, purificados, consolados, passando a ter uma vida de felicidade! A verdadeira adoração que leva à contemplação do Deus santo e amoroso é condição para alcançarmos uma vida de felicidade permanente. A adoração e o louvor devem ser atitudes permanentes do cristão.
A
FELICIDADE DOS QUE SÃO GOVERNADOS POR DEUS
"Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra" (5.5). O
significado da palavra manso não tem nada a ver com servilismo e passividade!
Pelo contrário: manso é o ser humano cujos instintos, paixões e impulsos estão
sob controle; é o homem que aprendeu a dominar-se. A mansidão é uma autêntica
humildade que despreza por completo o orgulho. Para isto, é necessário que haja
completo esvaziamento do ego para que Espírito Santo possa encher o coração do
crente e produzir nele o fruto do Espírito que tem como expressões a mansidão e
o domínio próprio (Gálatas 5.22-23).
Os mansos herdarão a terra (Mt 5.5; Sl 37.11). Quem se governa pode governar a terra! Moisés era o homem mais manso da terra porque tinha controle das suas paixões e a sua ira só se manifestava em momentos adequados (Números 12.3; Êxodo 32.19-21)! Ele era manso sem ser servil e passivo!
Aprendemos a mansidão e a humildade com Jesus. Então, temos descanso e felicidade! (Mateus 11.29). Os raivosos jamais serão felizes! Mas quem se coloca sob o controle e governo de Deus obterá a mansidão que o capacitará a herdar a terra!
Conclusão
Fomos chamados por Deus para sermos agentes da felicidade, e é preciso que
sejamos felizes!
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