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PASSOS ESSENCIAIS NO CAMINHO DE VOLTA.


Lucas 15:11-24




INTRODUÇÃO

Quem já esteve em uma grande cidade onde tem aquelas autopistas em que quase não há retorno, já deve ter tido a triste experiência de perder uma saída e ter que rodar quilômetros e mais quilômetros sem encontrar um retorno, ou outra saída.

Muitas vezes já ouvimos a expressão: “Esse foi longe demais, não tem mais volta”.

Nós mesmos muitas vezes nos sentimos como alguém que ultrapassou um ponto sem volta. Até encaramos a nossa situação e vemos como ela é ruim, olhamos a volta e não vemos nada que nos agrade, gostaríamos de voltar, apagar parte de nossa história, mas nos convencemos que não há ponto de retorno.

Talvez você esteja exatamente nesta situação, olhando o caminho trilhado até aqui em sua vida e pensando que gostaria muito de retornar, recomeçar, apagar as pegadas e refazer seu trajeto.

Temos boas e más notícias para você.

A boa novidade que queremos trazer aqui é que sempre há um caminho de volta. Sempre haverá um retorno, uma nova saída.

O que muitas vezes queremos é uma estrada de retorno bem aplainada, cheia de sinalizações, confortável, onde possamos retornar com pouco ou nenhum esforço.

A má notícia é esta, o caminho de volta sempre envolve uma grande dose de esforço. Certamente não será um caminho pavimentado, muitos buracos, subidas íngremes, poucas áreas de descanso e mesmo muito momentos de insegurança farão parte de qualquer caminho de volta.

O caminho de volta não será uma viagem tranqüila.

O caminho de volta envolve algumas atitudes essências para que a jornada seja um sucesso.

Queríamos hoje falar sobre

OS PASSOS ESSENCIAIS NO CAMINHO DE VOLTA.

PASSO 1 - Reconhecimento convicto da sua real situação (v. 17)

Caindo, porém, em si, disse: Quantos empregados de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!

A primeira ação é entender sua verdadeira condição de necessitado, sem arranjar desculpas externas, sem culpar os outros, sem querer justificar como algo inevitável.

A natureza humana nos leva sempre a nos convencer da celebre frase: “O inferno são os outros.

Mas para termos condição de mudar a nossa história precisamos entender e reconhecer nossa situação, nossa participação direta nos fatos que nos levaram a chegar até onde estamos. Nada de desculpas ou considerações enganosas.

Precisamos nos defrontar com o homem no espelho e ver exatamente o que somos e como estamos e dizermos para nós mesmos de forma resoluta que não gostamos da situação onde nos encontramos.

O filho pródigo entendeu perfeitamente que a sua situação naquele momento era incomparavelmente pior do que quando estava perto do pai.

Mas além de assumirmos nossa responsabilidade na nossa própria situação e de falarmos para nós mesmos que não estamos satisfeitos com aquilo em que nos tornamos é essencial mais um passo, uma decisão convicta de mudar essa situação custe o que custar.

PASSO 2 – Decisão de mudar a sua situação (v. 18 e 19)

Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados.

Precisamos decidir abrir mão de várias coisas para que possamos encontrar um caminho de volta que nos traga a nova situação desejada.

O caminho de volta muitas vezes se torna impossível porque nós não nos livramos dos fardos a que estamos tão acostumados, mesmo estando em situação desagradável, nós nos acostumamos a sujeira e a imundície de tal forma que nem sentimos mais o mau cheiro, as doenças adquiridas, preferimos estar em uma zona de conforto, mesmo que em má situação do que nos arriscarmos numa aventura com final sonhado e desejado, mas ainda desconhecida.

Certamente o filho pródigo vivenciou este dilema. A questão era ficar com o pouco que tinha ou se aventurar na jornada arriscada de resgatar sua dignidade.

Ele tomou a decisão resoluta e humilde de reconhecer sua situação e iniciar uma penosa caminhada de volta ao pai.

Depois de nosso reconhecimento da nossa situação, e de decidirmos mudar é necessário o terceiro passo que é uma ação convicta na caminhada de retorno.

PASSO 3 – Uma ação convicta na caminhada de retorno (v. 20)

Levantou-se, pois, e foi para seu pai.

Mas mesmo reconhecendo nossa situação e tomando a decisão de mudar nossa história resta ainda este terceiro passo, que é a caminhada de retorno.

Nesse momento muitas dúvidas e incertezas nos assaltarão.

A caminhada de retorno muitas vezes envolverá dor, a dor da perda, do afastamento, da perseguição, da discriminação, da zombaria.

Diz um lindo cântico: “De todas as provas que eu já passei, é bem difícil Senhor, a gente ouvir acusações do vil tentador, lembranças do passado vem e querem me fazer voltar, ou mesmo palavras de alguém que não quer na gente acreditar

Muitos medos, fantasmas tentarão nos assustar nessa jornada de volta, porém para continuar no nosso caminho teremos que enfrentar esses medos.

O filho pródigo se levantou e começou sua caminhada sem nem esperar recuperar tudo que havia perdido, queria ele apenas ser contado com os empregados de seu pai, isso para ele já era uma vitória que superava as prováveis zombarias que ouviu de seus companheiros de situação, superava seus receios e medos de não ser recebido de volta.

CONCLUSÃO

Podemos muito aprender com o exemplo dessa parábola usada por Jesus.

Mesmo que achemos que nossa situação hoje é boa, tranqüila ela nunca se comparará a estarmos perto do Pai.

Precisamos ser honestos conosco mesmo e reconhecer nossa verdadeira situação, enxergar nossa própria condição junto aos porcos, o mau cheiro que já se impregnou em nós e muitas vezes nem sentimos mais.

Por pior que seja nossa situação e por mais longe que tenhamos ido precisamos saber que haverá sempre uma possibilidade de retorno.

É essencial que entendamos que o ponto de partida é uma decisão resoluta nossa, uma convicção de nosso estado e da decisão de mudar, retornar.

Decisão tomada humildemente, mas ao mesmo tempo confiante, mirando não no presente, mas no objetivo que vislumbramos a frente.

E por fim uma consciência clara de que a jornada de retorno não será fácil, mas que podemos contar com a ajuda do Nosso Senhor Jesus Cristo, sustentando o nosso andar.

Retornando a música citada antes ela continua dizendo: “E quase parando sem força e vigor a gente lê a palavra e encontra razão pra viver, continuar a jornada, saber que o passado ficou pra trás, pois Cristo na cruz tudo já venceu, saber que dele não se lembra mais, eu canto prá glória de Deus. Nenhuma condenação há para quem está em ti Jesus, cuja a vida coberta está pelo Sangue que verteu da Cruz. É certo que provas virão investidas do vil tentador mas nenhuma condenação há para quem está em ti Bendito Jesus.

Sua real situação ninguém sabe ou saberá além de você mesmo. Ninguém pode entrar no seu interior, podemos apenas ver pequenos reflexos externos que dificilmente demonstrarão claramente quem você é , como você está e como você se sente.

Só você e Deus conhecem seu interior. Talvez você esteja precisando fazer esse exame e tomar sua decisão de retornar, sabemos que é difícil, no entanto apesar das dificuldades você tem que saber que nenhum lugar é comparável aos braços do Pai.

O final da história nós sabemos o pai estava de braços abertos para recebê-lo. O fim foi até melhor do que ele esperava, e isso nos ensina também que sequer conseguimos imaginar o que o Pai tem reservado para nós.


Não deixe para depois, se você está longe dos braços do Pai sua situação não é boa, decida agora, hoje, se levantar e retornar o caminhando, mesmo que penosamente, um passo de cada vez, mas um retorno decidido à casa do Pai.

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