Sou um defensor ativo de uma liturgia bem estruturada nos
cultos das igrejas. Defendo com ênfase as divisões de Invocação, Adoração,
Contrição, Louvor, Edificação e Consagração.
É mais do que óbvio que não vamos encontrar na Bíblia uma
lista detalhada de cada uma das partes do culto, e nisso se agarram os que
defendem a ideia de ordem nenhuma na liturgia do culto. Tem sido cada vez mais comuns
cultos voltados apenas para o que chamam de louvor, quase nenhuma leitura,
oração, apenas inicial e final, e apenas música, muita música e pregação.
Nem mesmo o Princípio Regulador do Culto como declarado na
Confissão de Fé de Westminster é considerado. Lá, apesar de não haver uma
definição do número de vezes e tempo de cada ato, nos insta a considerar todos
os elementos do culto durante a liturgia: Oração, Palavra, Pregação, louvor e a
administração dos sacramentos. Não é difícil imaginar que deve haver um
equilíbrio entre estes elementos sem uma sobrevalorização de um em detrimento
de outro.
Para entendermos bem o Princípio Regulador do Culto de forma
é importante perceber que existe diferença entre as ordenanças referentes ao
culto e suas circunstâncias. As ordenanças são orientações diretas. Toda
ordenança é prescrita por Deus. A igreja recebe todas as ordenanças do culto da
parte de Deus, como foram reveladas na Bíblia. Ela deve obedecer a todas as
ordenanças divinas e não possui autoridade para adicionar ou subtrair algo
ordenado por Deus.
As circunstâncias do culto não dizem respeito ao conteúdo ou
à cerimônia, mas referem-se ao que é “comum às ações e sociedades humanas”. A
única forma de alguém aprender uma ordenança relativa à adoração é estudar a
Bíblia e ver o que Deus ordena. No entanto, as circunstâncias do culto
independem de instruções bíblicas explícitas; elas dizem respeito
exclusivamente à revelação geral e ao bom senso (“prudência cristã”). Crentes e
incrédulos sabem, indistintamente, que proteção e aquecimento são úteis para
conduzir uma reunião nos meses frios. Também entendem a necessidade de
acomodação, iluminação, vestuário etc. Além disso, depreende-se a escolha
prévia de um horário para a realização da reunião.
Nesse artigo tratamos mais de circunstâncias do que
ordenanças. E porque defendemos uma liturgia bem dividida? A primeira razão de
certa forma já citada, com ela favorecemos o equilíbrio. Mas proponho ainda que
muito dos cultos e atos litúrgicos além do aspecto espiritual não visíveis,
envolvem aspectos cerimoniais que são didáticos e representativos. É inegável
mesmo para os mais “modernos” que o batismo e a ceia são atos cerimoniais
carregados de significados visíveis para a igreja. Tanto que esses atos sempre
seguem modelos mais tradicionais. Por que só com esses é uma questão sem
resposta porque sequer é tratada.
Sem dúvida o ato de adoração no culto solene é de certa
forma o ápice da nossa VIDA DE ADORAÇÃO que se desenrola 24 horas por dia e
sete dias por semana. Numa proposição de fácil acompanhamento pensemos em nossa
vida em relação a Deus. Acompanhe comigo em tópicos:
1.
Num primeiro momento o Espírito nos faz invocar
o nome do Senhor.
2.
Em seguida ao reconhecermos a grandeza e a
glória de Deus, nos torna inevitavelmente a adoração.
3.
Diante dessa grandeza resta-nos cair com o rosto
ao chão e reconhecermos nossa pequenez de forma humilde e contrita.
4.
Recebido o perdão louvamos a Deus pela sua graça
e misericórdia.
5.
Recebidos pelo Pai nos dedicamos ao Estudo que
gera a Santificação.
6.
Para por fim dedicarmos tudo a Deus, consagrando
todo nosso ser e tudo que temos.
Certamente quem me lê já terá identificado os atos litúrgicos:
1.
INVOCAÇÃO
2.
ADORAÇÃO
3.
CONTRIÇÃO
4.
LOUVOR
5.
EDIFICAÇÃO
6.
CONSAGRAÇÃO
A própria liturgia pode e deve ser um ato didático de ensino
a igreja, a toda congregação, uma representação da liturgia da Vida, não por mero formalismo, mas como um memorial que nos traga sempre a mente a relação com nosso Deus, considerando o PORQUÊ, o COMO e o PARA QUÊ.
Pretendo voltar a esse assunto em breve com mais profundidade em relação ao princípio regulador.
Que Deus abra nossos olhos e nos instrua.
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