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Sobre cânticos congregacionais e arranjos





Lendo alguns textos sobre a música na liturgia durante a época da reforma encontramos várias citações do não uso de instrumentos musicais durante os cânticos congregacionais ou até mesmo a ausência dos mesmos.

O uso de instrumentos, na época eram os órgãos, foram banidos em alguns casos não por serem maus ou pecado em si cantar com música, mas porque se entendeu que eles atrapalhavam mais do que ajudavam o andamento da melodia cantada. Óbvio que existiam aqueles que considerassem a música um mal em si mesmo, mas não era o caso de João Calvino por exemplo. Em Genebra o uso de órgãos foi suspenso pelo motivo citado por mim.

Claro está em qualquer análise bíblica que se faça que a música, como tudo o mais na criação, é criação de Deus. E assim como qualquer outra coisa pode ser usada pelo homem para bem e para o mal, isso depende das itenção.

Mas, um movimento que começou no Brasil lá pelo final dos anos 70 e explodiu fortemente na década de 90 trás ao cenário da música congregacional brasileira um mix de instrumentos musicais usados no acompanhamento dos cânticos congregacionais que nos obrigam a refletirmos um pouco.

A profusão de cordas, violões, guitarras, baixos, metais, saxofones, trompetes, gaitas, teclados, percussões etc. Cada um com suas necessidades e virtuoses nos arranjos. Junto com isso se traz uma necessidade de modernizar os cânticos já conhecidos da congregação com novos arranjos. E nessa busca se perde aquilo que foi dito lá no início que, a música e os instrumentos devem servir ao acompanhamento facilitado do canto congregacional.


Se os ministérios de louvor não compreendem que conduzir o cântico congregacional envolve simplicidade e facilidade, pecam por não agir da forma requerida. Não estamos falando aqui de apresentações, isso é papo para outro post, mas sim dos cânticos congregacionais. Entendam que arranjos, compasso e afins devem ser pensados e desenvolvidos a permitir a participação da congregação no momento do louvor congregacional, e as mudanças constantes nos arranjos e sua complexidade em nada colaboram para isso.

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