
O Patrimônio Interior do Cristão Neste Mundo em Cristo.
O objetivo desta lição e levar o leitor a refletir profundamente, a meditar muito sobre os comos e porquês, numa época em que a atitude mais popular é "não se envolver. Esperamos que o leitor "Firme Seus Valores" e maneira desafiadora.
Martinho Lutero disse:
"Quem prega o evangelho em todos os seus aspectos, menos nas questões relacionadas com os problemas de seu tempo, não está pregando o evangelho."
Embora ele fosse um monge do século XVI sua mensagem é um apelo à relevância. E foi com muita coragem que ele se aplicou às causas que realmente Importavam. Ele viu a igreja "doente", paralisada pela tradição, corrupção e apatia. Ele removeu os entulhos secos de uma formalidade sem sentido, desafiou interpretações bíblicas inexatas, e pregou toda a verdade, correndo o risco de ser considerado herege. E à medida em que o Espírito Santo lhe dava novas revelações e forças para prosseguir destemidamente, ele deu pulso firme a um novo grupo de cristãos - os "protestantes" - levando-os a uma reforma da igreja, um movimento que estava destinado a dar ao mundo os elementos essenciais da fé. Admiramos o trabalho dele até os dias de hoje.
Mas, talvez tenhamos necessidade de uma "nova" reforma. Nessas duas últimas décadas do século XX, os cristãos precisam de uma palavra nova, vital, para nosso tempo. Não novas revelações. Nem novas doutrinas. E nem mesmo um novo sistema teológico, necessariamente. O que precisamos é uma mensagem, firmemente ancorada em bases bíblicas, que tenha um sabor de relevância - de realidade autêntica. É a mesma verdade antiga, na linguagem de hoje. Nos dias de Lutero, isso implicou numa coisa: a necessidade de esclarecimentos para dissipar a ignorância.
Hoje implica em outra: uma nova forma de comunicação para dissipar a indiferença.
MISSÕES
“A quem enviarei? Eis-me aqui. Envia-me.”
LEITURAS BÍBLICAS
Isaías 6
INTRODUÇÃO
Se você não conhece a história leia o livro Through
Gates of Splendor (Atravessando portões esplendorosos). É o relato do
assassinato de cinco jovens missionários que estavam tentando entrar em contato
com os Índios aucas, do Equador, a fim de evangelizá-los. A autora do livro é
Elisabeth Elliot, uma mulher viúva de um dos cinco missionários massacrados.
Os índios foram alcançados tempos depois. É muitas
vezes os caminhos que Deus usa para cumprir seus planos são estranhos para nós,
devemos confessar
CONVERSA COM UM PROFETA NO TÚNEL DO TEMPO
Vejam a experiência do jovem Isaías. O jovem
aristocrata nascera no lar de um judeu de nome Amós, na cidade de Sião, há
cerca de 2700 anos. Ao crescer, ele ia-se conscientizando dos problemas que o
rodeavam. A expansão da Assíria era uma crescente ameaça para seu povo. Naquela
época, nomes como Tiglate-pileser III, Sargão, Senaqueribe, e outros eram
conhecidos dos judeus como são para nós os homes de Fidel Castro, Mao Tse-tung
e Breshnev. Isaías sabia que Sua pátria era fraca. E é provável que muitas
vezes se inquietasse com a idolatria, a superstição, a imoralidade e todos os costumes
pagãos do Oriente, que corroíam a estrutura de sua sociedade como um câncer
ósseo. As pessoas estavam afastando-se de Deu perdendo a integridade. A maioria
dos profetas aqueles homens antes tão corajosos que atuavam contra a
consciência da nação - também se mostrava fracas. As mulheres eram vulgares,
sensuais, superficiais. Os problemas da nação eram gravíssimos.
Mas provavelmente Isaías não tinha intenção de
imiscuir em tudo isso. Sua vida já estava toda traçada e ele já tinha
"largado" e corria na direção que lhe parecia a mais certa ... até
que um dia ... uma parte do seu mundo desabou, e Deus conseguiu captar a
atenção dele e fez com que desse uma guinada de cento oitenta graus.
PRINCÍPIOS IMPORTANTES DADOS POR UM PROFETA DO PASSADO
O capítulo 6 de Isaías contém uma história notável
ocorrida a cerca de 2700 anos. E nesta velha narrativa, encontram-se vários
princípios espirituais que não ajudam a tomar posição firme no plano de Deus
para o mundo.
Princípio n° 1: Deus usa as circunstâncias para
tornar-nos conscientes de sua presença.
Isaías diz: "Eu vi o Senhor." Sua situação
na terra fez com que ele voltasse os olhos para o céu.
Para algumas pessoas pode ser uma doença demorada, uma
mudança inesperada para outro lugar, a mudança de trabalho, ou mesmo a perda do
emprego. Uma pessoa disse que foi preciso o divórcio, para levá-lo aos joelhos
e à consciência da presença de Deus (pela primeira vez em sua vida). Um casal
havia quinze anos perdeu a filhinha de um ano e meio. A dor que sofreram
parecia não encontrar alívio - e alguns amigos chegaram a pensar que talvez
nunca mais eles voltassem a ser como eram. Mas com o passar do tempo, foi-se
notando que a morte da garota fora o ponto crítico de sua experiência
espiritual. O casal saiu da inatividade e entrou em ação. E como consequência
da perda da filhinha, eles passaram a sentir Deus mais de perto, mais real para
eles, como nunca o fora antes.
Foi no ano em que morreu o amigo de Isaías que ele viu
"o Senhor". E o que ele estava fazendo? Estava carrancudo, andando de
um lado para outro? Não. Estava aflito, confuso ou amargurado? Não. Estava
sentado. O Senhor estava calmamente sentado em seu trono. Quando leio a
respeito da posição de Jeová, penso em sua majestosa soberania. Ele estava no controle
de tudo. Não estava torcendo as mãos em desespero, indagando o que será que
iria fazer agora? Estava num "alto e sublime" trono. De um lugar
elevado ganha-se perspectiva. E sua função elevada fala de autoridade. Então
Isaías não viu um Deus confuso ou aflito, mas um Ser sentado, com toda
soberania, no controle de tudo, com uma visão total da situação e absoluta
autoridade. E é interessante notar que a morte de Usias não é mais mencionada.
Daí por diante fala-se apenas no profeta e em seu Deus, cuja presença
"enchia o templo".
Um grupo de seres com muitas asas, chamados
"serafins" (que um certo estudioso do Velho Testamento denomina
"anjos de fogo") também estavam presentes na visão de Isaías. Eles
constituíam um coro antífona, cantando e repetindo alternadamente:
"Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos;
toda a terra está cheia da sua glória." Deve ter sido uma visão e tanto!
No dicionário bíblico de Unger lemos a seguinte explanação: "Como eles
cantavam em antífona. .. podemos imaginar que estavam divididos em duas
fileiras, uma em frente da outra, cada uma de um lado do trono." 2 Um
grupo clamava e o outro respondia. E depois, voltavam a fazer o mesmo,.
enquanto Isaías os contemplava, em silêncio, espantado demais para falar.
Várias e várias vezes. Não é de admirar que as bases do templo tivessem
estremecido. As vozes deles ecoavam como ensurdecedores repiques de trovões
retumbando numa colina. Era de inspirar temor em qualquer um!
Princípio nº 2: Deus revela seu caráter para que nós
vejamos nossa carência.
Esta é uma das principais etapas do processo pelo qual
Deus abre nossos olhos para que enxerguemos seu plano para o mundo, o qual
denominamos "missões". Primeiro ele nos mostra a si mesmo, e não os
milhões perdidos, nem os pagãos mergulhados em terríveis trevas. Não, ele
começa por um trabalho pessoal conosco. Ele usa certas circunstâncias penosas
para levar-nos a olhar para cima, depois ele revela alguma coisa sobre seu
caráter (que os teólogos chamam de "atributos") para mostrar-nos a necessidade
que temos dele. Você percebeu o agudo contraste aqui localizado?
Princípio nº 3: Deus nos dá esperanças para que
compreendamos que somos úteis.
Enquanto não lermos o diálogo que se seguiu, não
perceberemos todo o impacto deste princípio.
Isaías 6:8
"Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A
quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: Eis-me aqui, envia-me a
mim."
Atenção para a primeira palavra: "Depois ...
" Quando foi? Depois do problema que levara Isaías à oração. Depois de
Deus haver-se revelado, mostrando que ele era tudo que o profeta não era.
Depois que o serafim tocou os lábios dele (a área de sua vida que era mais
problemática), e lhe assegurara que ele poderia ser usado. Depois de tudo isso,
Deus lhe perguntou: "A quem enviarei?" Sabe o que é? A perspectiva de
Deus é muito mais ampla do que a nossa. Naqueles dias, ele via milhares de
povoados, milhões de pessoas. Seu coração estava voltado para um mundo cheio de
problemas. Até aquele momento, Isaías vivera num mundo de dimensões muito
limitadas, preocupado apenas com seu mundo restrito.
Princípio n° 4: Deus expande nossa visão para que
façamos uma avaliação de nossa disposição para com ele.
De repente um mundo totalmente novo surge diante de
nossos olhos. Quase sem perceber, nossa atenção vai lentamente desviando-se do
nosso pequeno mundo para focalizar o mundo de Deus.
Princípio n° 5: Deus nos revela a verdade para
levar-nos a atentar para a realidade.
Uma decisão como a que Isaías estava considerando era
muito importante, para se basear apenas numa experiência emocional. Para que
ele não pensasse que aquele ministério seria como descer num tobogã, Deus lhe
mostrou todo o impacto da realidade.
Deus não prometeu nada grandioso para Isaías. O que
ele disse não foi algo mais ou menos assim: "Se você me servir, trarei
milhões e milhões de pessoas para o meu reino!" Nada disso! Nada de
sensacionalismo celestial! Nem mesmo uma porção de promessas estimulantes tais
como:
- Você vai se sentir maravilhosamente bem!
- Isaías, todo mundo vai admirá-lo!
Nada disso. Pelo contrário; ele disse que a tarefa
seria gigantesca, mas que os frutos de seus esforços não seriam nada
empolgantes, e, em última análise, não teria muita coisa para contar depois.
Isso explica por que Isaías respondeu da seguinte maneira: "Até quando,
Senhor?"
Para termos o pulso firme em missões é necessário uma
forte apreensão da realidade. A melhor confirmação de que precisamos não são
resultados tangíveis, mas a certeza de que nos achamos realizando o plano de
Deus, bem no centro da sua vontade.
CONCLUSÃO
Já vimos o suficiente de uma experiência do passado.
Embora ela seja muito valiosa, não podemos nos dar ao luxo de ficar só nisso e
viver destas lembranças. Como estão todas estas coisas hoje? Deus está dando
alguma mensagem específica a mim e a você, hoje, a respeito de seu plano para o
mundo? Cada um tem que responder por si mesmo. Recorde esses cinco princípios,
sem pressa, com muita atenção. Aplique-os a si mesmo, imaginando-os em prática
na sua vida.
Você pode pensar que isso não tem nada a ver consigo,
mas só poderá ter certeza disso depois que fizer uma aplicação pessoal de tudo
isto.
Cinco cadáveres flutuavam no rio Curare, no interior
do Equador, com o rosto para baixo. Eram else: Jim Elliot, Nate Saint, Pete Fleming, Ed McCully e Roger
Yoderian. Cinco mulheres receberam a notícia da heróica, mas trágica morte de
seus maridos, e sofreram em silêncio. E toda a imprensa americana fez o mesmo
comentário, quando a história deles chegou aos Estados Unidos: "Tudo
inútil .. inútil .. !" Não! Foi uma trágica perda, mas não foi inútil.
De lá para cá, a tribo dos aucas já foi evangelizada,
e o sonho daqueles cinco homens enfim se realizou. E não se pode calcular
quantas centenas ou talvez milhares de jovens tomaram em suas mãos a tocha de
missões. Não foi inútil.
QUESTÕES PARA DEBATE
• Alguém já
disse que "É impossível tirar o 'ide' do evangelho". Jesus ordena
especificamente a seus seguidores: "Ide... fazei discípulos de todas as
nações..." Pense sobre essa questão de cada um estar pessoalmente
envolvido no plano mundial de Deus. É lógico que nem todos são chamados para
viajar ao exterior e pregar o evangelho a uma outra cultura. Mas como você pode
ficar em sua terra e ao mesmo tempo "ir"?
• Analisamos a
experiência de Isaías, na qual o Senhor se revelou ao Profeta. Você já se
colocou no lugar dele e pensou: "E se isso acontecesse hoje?" Pois
faça isso agora. Veja se consegue recordar os importantes princípios que
descobrimos nesta passagem. Há neles alguma analogia com sua vida hoje?
• Seja bastante
honesto consigo mesmo, e procure pensar nas razões pelas quais o tema de
missões não lhe agrada. Se sentir que pode dizê-las, expresse-as verbalmente.
Lembre-se de coisas tais como manipulação pelo senso de culpa, apelo às emoções
e exploração de massas.
• O que mais
lhe vem à mente, quando pensa no que Jesus disse ao profeta Isaías, isto é, que
sua missão seria recebida por pessoas de coração insensível, ouvidos duros e
olhos fechados (ls 6.10)? Discuta a questão do "sucesso" no
ministério hoje. Não deixe de considerar a verdade de que não é plano de Deus
que todas as pessoas gozem de imensas bênçãos. Debata a questão da obediência .
• Como podemos
saber com certeza que o nosso lugar no ministério cristão não é fora de nossa
terra? E como podemos saber que é? Outra pergunta: como uma pessoa chamada para
servir ao Senhor no estrangeiro supera a tentação de ficar ressentida contra os
que ficam na pátria?
• Ore. Se você
não tem muita certeza de qual é o lugar em que Deus quer que você trabalhe para
ele, pergunte ao Senhor o que pode fazer para conhecer a vontade dele com
relação ao seu futuro. Você está realmente disposto a dizer: "Eis-me aqui!
Envia-me a mim!"? Se estiver, diga-lhe isso na oração.
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