Esse post é testemunhal e apesar de não ser muito meu estilo, precisava fazer isso, ainda mais nesse momento.
Eu sempre pensei, e continuo pensando que é insensato ficar trocando de igreja por conta de uma ou outra coisa que acontece. Não falo nem de Igreja mas mesmo de congregação local. Visto que sempre estive na IPB, mas passei por algumas mudanças de congregação ao longo dos anos, todas elas por motivo de mudança de cidade, com uma única exceção.
Passei pelas IPBs de Maceió, chamada por muitos de central, Jacintinho, Primeira do Recife, a da rua das Creoulas, já que Recife é a única cidade que tem duas primeiras igrejas, coisa de pernambucano, e atualmente na primeira de Petrolina.
Mas como falei todas as mudanças foram consequencia de mudança de residência, exceção a saída da IPB de Maceió para a IPB do Jacintinho na mesma cidade.
Estava na igreja desde 1971 quando fui morar em Maceió, tendo me convertido e feito minha pública profissão de fé em 1979, mas em 1987 me vi obrigado a mudar de igreja por razões alheias a minha vontade. Mesmo tempo participado do nascer do ponto de pregação, ainda na garagem da casa dos irmãos Manoel e Cícera, depois congregação e por fim igreja no bairro do Jacintinho, com a ajuda sempre desinteressada e indispensável de um homem de Deus chamado Pastor Luis Honorato, não pretendia me mudar para lá.
Mas sem que eu contasse com isso fui praticamente expulso de minha comunidade por ter me oposto a um senso comum, por diversos interesses, que mais tarde provou-se equivocado. Durante muito tempo guardei todos os fatos comigo, mas hoje queria relatar alguns.
Primeiro um mea culpa, sei que dei margem a que agissem ao discutir em público com o então pastor da igreja, o sr. Valdênio, pessoa que, infelizmente, já conhecia de bastante tempo, e o qual sabia ser um desequilibrado emocional e comportamental, ao ponto de, em um congresso de mocidades, na cidade de Palmares, pedir que um raio descesse do céu e consumisse alguns dos jovens ali presentes. Sim, fez isso, e na hora foi repreendido por outro seminarista. Lembrar que o mesmo havia sido convidado a se retirar do SPN, por um desvio comportamental, e tendo terminado seus seminário no Congregacional, e tendo sido ordenado na IPB apenas por força de um padrinho muito forte.
Mas de fato errei. Daí para frente, mesmo tendo pedido desculpas pessoalmente a ele, começou um festival de hipocrisia, dele e de alguns membros de seu séquito, onde ele só me cumprimentava na frente de outras pessoas, quando encontrava sozinho comigo chegava ao ponto de atravessar a rua, como aconteceu no centro de Maceió, na rua do Comércio, em frente a antiga LOBRAS para não falar comigo. Eu como sempre fui honesto em meus relacionamentos, parei de falar com ele em todas as situações, e um determinado dia, disse a ele pessoalmente isso na frente de outros e suscitei ainda mais sua ira, e a essa altura de uma grupo de subservientes, e ele ao marcar uma reunião do conselho, me chamou sem que eu soubesse do que se tratava para que eu fosse acusado e disciplinado.
Lembro com especial detalhes de tal reunião, quando ao final, cada um dos presbíteros presentes lá, ao sair, me disseram solenemente, estamos com voce, com aquela ênfase de quem quer dizer, votamos a seu favor. Calma, não vou citar o nome de cada um. Apenas de dois em especial: um o Presb. Sebastião Vicente, o amado, pela mocidade da época, Tião Medonho, o qual sei de fato que votou a meu favor, o único, e o Presb. José Pinto, que foi o único que teve hombridade para me dizer que votou pela minha disciplina, e mesmo não concordando com seu voto, o respeitei, e respeito muito por isso. Os demais, alguns mesmo me conhecendo há anos, optaram, sabe-se lá porque, por mentir.
Dessa reunião me lembro ainda de um fato inusitado, ver o tal chamado pastor, de menos de 30 anos, se levantar aos berros ameaçando agredir fisicamente um homem, um presbítero, de mais de 60 anos. E nenhum dos outros presentes se manifestar, e apenas eu, ter me levantado e deixado claro que se ele ousasse tentar teria primeiro que tentar bater em mim, e como apesar de desequilibrado, ele não era burro, recuou. Hoje talvez com um pouco mais de experiência, como diria uma amigo, teria feito na hora ele marcar um horário com sua dentista.
Passei por pelo menos 6 meses sendo tratado como um proscrito, por pessoas que me conheciam de perto, mas que sabe-se lá porque optaram por aceitar, apoiar e corroborar com um arbítrio. E nenhum desses em momento algum tentou conversar comigo, saber da verdade, e sequer me exortar. A frase mais próxima que ouvi, de uma pessoa muito querida foi, "... não se preocupe, se voce for mesmo crente não irá se afastar da igreja".
Essa pessoa continua muito querida, devo muito a ela, mas de fato o tempo provou que a minha conversão e a minha firmeza no evangelho são mais verdadeiras do que se pensava a época.
Mas graças a Deus, como diz a Bíblia, e que minha esposa adora repetir, não há nada feito no oculto que não venha a se tornar conhecido pela luz.
Muitos desses que haviam apoiado esta pessoa no início passaram a sofrer perseguições também, e viram no meu caso, uma chance de levar o assunto adiante. A gota d'água foi ele ter tantado despojar um outro pastor, também referência como homem de Deus, por este ter-lhe aconselhado.
Sim, eu sei que fui usado, aliás eu o sabia a época, mas a mim também interessava o assunto, e portanto nos usamos mutuamente. E com isso minha disciplina foi anulada, ou seja reconhecida como inexistente de valor, e o nosso amigo terminou por ser tirado de lá, em uma manobra suja, para que um escândalo daquilo que todos sabiam e sabem, mas preferiram ocultar, não viesse a tona. Mesmo que anos mais tarde em outro local o foi impossível manter em oculto.
Pode ser que alguns dos envolvidos, digam que não se lembram, ou não foi bem assim. Mas minha memória é algo ainda prodigiosa meus caros.
De fato já perdoei a todos. Mas como costumo dizer, perdoar não é esquecer, e sim conviver apesar disso. E com os que pude reatei laços, alguns mais fortes outros nem tanto, mas naquele momento os dois nomes já citados, passaram a ser referência para mim por terem sido honestos e verdadeiros em suas posições, um a meu favor, outro contra, mas ambos absolutamente verdadeiros e sem outros intereses.
Isso me convenceu definitivamente que ser verdadeiro é muito, mas muito importante. De fato semana passada, uma pessoa nem tão próxima, em uma conversa comigo me disse: "Alexandre, o que eu gosto em voce, é que voce diz o que pensa, é verdadeiro."
De fato isso me emocionou, não por me encher de orgulho, mas por representar uma das coisas que mais prezo que é a autenticidade, não sei como algumas pessoas conseguem viver uma vida inteira mascarada.
De qualquer forma, os planos de Deus eram maravilhosos para mim, e mesmo sem nunca ter visto um anjo, nem sequer ter tido uma revelação especial, tenho sentido Deus perto de mim diuturnamente.
Levei, cerca de 25 anos para expor esse assunto. Uma possível segunda mudança talvez leve mais 25 anos para relatar, nem sei se estarei vivo ainda para contar, ou talvez com a maior idade, consiga tratar disso de forma mais fácil.
Mas rogo a Deus que eu possa me manter verdadeiro, e ter coragem de discordar e concordar de acordo com aquilo em que acredito, e me proteja de agir falsa e hipocritamente.
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