Sem dúvida alguma, a notícia deste dia no mundo, foi o anúncio da renúncia do Cardeal Ratzinger, o Papa Bento XVI.
Sei que incomodarei a alguns, tanto evangélicos quanto católicos. Não sou católico, mas considerando o panorama evangelical brasileiro atual, acho que não sou mais evangélico também. Digamos assim que sou crente em Deus e justificado apenas pela graça dEle através do sacrifício de Jesus Cristo seu filho.
São opiniões de alguém que acompanha tudo a uma certa distância, mas gostaria de tecer aqui minhas impressões sobre o cardeal Josef Ratzinger e aspectos de sua renúncia. Antes de mais nada não acredito em grandes teorias conspiratórias nesse assunto nem em outros. Há cerca de 8 anos muitos apostavam numa virada modernizante da Igreja Católica Apostólica Romana, mas eu pessoalmente me tornei um admirador da pessoa do atual papa ao vê-lo, na medida do possível, direcionar a igreja para mais perto dos que ensina a Bíblia.
Não é uma tarefa fácil, mesmo porque ao contrário da idéia que alguns tentam vender, não se consegue dirigir uma igreja tão grande de forma unitária, nem igrejas menores conseguem ter uma unidade de pensamento, de liturgia.
Mas me parece bem claro que o atual papa iniciou um caminho de abandono de alguns dogmas medievais de forma a tornar a Igreja Católica Apostólica Romana mais próxima do cristianismo originário. E entendo sua renúncia como marcante também nesse sentido. Ao renunciar, sendo o segundo a fazê-lo, ele ao meu ver inaugura claramente uma nova visão sobre a falsa tese da infalibilidade papal. Sua renúncia para mim soa como uma demonstração de humildade, expondo-se a crítica para um bem maior. Ao mesmo tempo que creio que dessa forma ele mesmo pode influenciar diretamente na escolha de seu sucessor tentando assim manter vivo esse caminho de reconhecimento de erros passados e busca de um futuro de volta as origens do cristianismo verdadeiro para sua igreja.
Ele é alguém que admiro pela postura, humildade em reconhecer seus erros e ao mesmo tempo firmeza para defender suas crenças, e passei a ve-lo de uma maneira melhor ainda depois desse ato, demonstrando assim compromisso com aquilo em que acredita, infelizmente bem diferente de grande parte dos líderes da igreja evangélica brasileira que torcem a palavra e suas crenças ao sabor de suas conveniências.
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