Imaginem uma situação em que A ofende publicamente a B. Depois de algum tempo A para demonstrar arrependimento faz um pedido de desculpas formal na frente das testemunhas "retirando" o que disse.
Prefeito, não? O que poderia ser mais bíblico?
Porém acrescente a história a possibilidade de que A venha a sofrer penalidades. Que C, D, E ... tenham que se posicionar perante outros sobre o ocorrido e por isso convençam A que o melhor a fazer é "pedir" desculpas e evitar o pior. Isso é feito publicamente de forma farsesca e todos fingem que está tudo bem.
De fato geralmente é muito mais difícil pedir perdão, em privado, particularmente, ao ofendido, porque aí as máscaras têm que cair, e o pedido precisará ser sincero, do que pedir perdão em público.
No coletivo é muito mais fácil esconder nossa farsa, agir por detrás de uma máscara de santidade que apenas nos mostra muito mais orgulhosos para quem não coaduna com a hipocrisia.
Não quero contudo dizer que o pedido de desculpas aberto e coletivo seja sempre ruim, muito pelo contrário, ele em muitos casos é necessário e útil como desagravo ao ofendido, porém se ele não for precedido ou pelo menos acompanhado de um pedido sincero individual de desculpa, em geral não passará de uma pantomima orquestrada para satisfazer idiosincrasias.
Infelizmente no mundo cristão vemos e muito essa prática sendo disseminada.
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