Vamos tratar nesse e nos próximos artigo de várias curas efetuadas por Jesus durante sua estada na Galileia. Daremos menos ênfase nas enfermidades em si e tentaremos focar no contexto que envolvia cada uma delas.
Como já dito em outras oportunidades o agrupamento dos relatos não implica que tenham acontecido nessa ordem, nem num pequeno espaço de tempo e de forma imediata entre uma e outra. A preocupação dos escritores dos evangelhos nunca foi fazer uma biografia pormenorizada e sim apresentar os atos de Jesus como forma de apresentá-lo aos destinatários de seus documentos.
O Leproso – Leia Mateus 8:24; Marcos 1:40-45; Lucas 5:12-16
Este relato que consta dos três evangelhos sinóticos e tem várias partes coincidentes entre eles.
A lepra era um termo comum usado para diversos males que se refletiam em problemas de ulcerações na pele das pessoas. Era de acordo com a lei (Lv. 13:46) impeditiva para o exercício da vida comunitária, lembremos que recentemente na pandemia pessoas foram segregadas e alijadas da convivência por bem menos, não existiam meios de prevenção e cura conhecidos naqueles tempos.
Há uma clara demonstração de fé e confiança por parte daquele homem no poder de Jesus para curá-lo, fé que é essencial a um relacionamento verdadeiro com Cristo.
Jesus toca o homem. Notem que na cultura judaica o tocar o homem já tornaria quem o fez impuro, mas numa demonstração do sacerdócio superior ( Hb 7:11 – 8:13) Jesus toca o homem e aquele é quem é afetado, Jesus purifica aquele homem com sua ação. Ao contrário do pecado humano que suja tudo por onde passa, Cristo purifica aquilo que toca, podemos sim ver esse ato de cura como um tipo do sacerdócio principal de Jesus, curando da lepra do pecado os seus escolhidos.
Após a cura Jesus, obedecendo a Lei, ordena que o homem se apresente ao sacerdote para verificação de seu novo estado de curado e testemunhe isso diante do povo, para que retorne ao convívio familiar e da comunidade, bem como faça sua oferta de gratidão ( Lv. 14 ).
Um aspecto interessante ainda nesse relato é que Jesus numa demonstração clara de nenhuma preocupação com popularidade pede ao homem que não saia comentando o que e como lhe aconteceu essa cura, mas mesmo assim sua fama se espalhou de tal forma atraindo multidões que ele nem podia mais ensinar nas cidades, certamente pelo tumulto que tanta gente causava e ele precisava sair para fora delas e atender a multidão nos arredores.
Não que todas as doenças sejam oriundas do pecado, mas podemos entender como um exemplo correlato, Jesus cura o mal, quer físico, quer espiritual com seu sacerdócio.
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