Os Evangelhos – Jesus expulso de Nazaré
Leia Lucas 4:14-32; Mateus 13:53-58; Marcos 6:1-6
Esse texto narra alguns dos eventos do início do ministério de Jesus. Inicialmente na Galileia Lucas nos narra sem entrar em detalhes que o nome de Jesus se tornava bem conhecido, ele se tornou famoso e era glorificado ao ensinar nas sinagogas. Mas esses dois primeiros versos servem como introdução para o evento seguinte que se desenrola em Nazaré, a cidade onde Jesus morou na sua infância.
Não temos como precisar quanto tempo se passou desde o testemunho de João Batista sobre Jesus registrado em João 1 mas pode ter sido mais de um ano.
Temos provavelmente dois motivos para Jesus ter voltado a Galileia.
1. Evitar uma exposição e por consequente uma crise antecipada com as lideranças religiosas que se concentravam em Jerusalém.[1]
2. Cumprir a profecia da necessidade da Galileia de sua pregação.[2]
No culto do sábado entregaram o livro de Isaías para que Jesus lesse. O texto escolhido foi o seguinte:
“O espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; A apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes; A ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do Senhor, para que ele seja glorificado.” - Isaías 61:1-3
Em seguida enquanto todos olhavam ele faz uma declaração forte a respeito de si mesmo, Lucas não nos traz todo o discurso de Jesus, mas essencialmente ele se apresenta como o Cristo, o Ungido de Deus, e Lucas nos relata que todos se maravilhavam das palavras que eram proferidas por Jesus. Claro que a reação dos ouvintes conforme o texto nos narra estava bem carregada de preconceito, “Não é este o filho de José?”, a pergunta denota o espanto de que um filho de carpinteiro fosse visto como um sábio, um mestre.
Jesus estava apresentando quatro características de seu ministério:
a) Proclamar as boas novas aos pobres
b) Libertar os cativos
c) Dar vista aos cegos
d) Libertar os oprimidos
Nenhuma alusão aqui a ideais materialistas tais como a teologia da libertação. Pobres, cegos, cativos e oprimidos devem ser entendidos a luz da própria escritura. Podemos lembrar dos pobres de espírito das boas aventuranças, pessoas que carecem do Espírito Santo e são preenchidas por Ele. Cativos são os escravos do pecado que são libertos por Jesus. Cegos são aqueles como o próprio Jesus trata em outras situações como os que estão impedidos pela morte do pecado em enxergar as virtudes do evangelho. E por fim oprimidos são os afetados igualmente pelo pecado e pelas potestades.
Muito bom notar alguns fatos que conseguimos notar nesses textos
a) Dotado do Espírito: Jesus realizou sua tarefa como aquele que estava cheio do Espírito Santo, o qual desceu sobre ele em conexão com seu batismo, e foi seu guia no deserto.[3]
b) Extensamente divulgado: as notícias acerca de Jesus se espalharam por toda a região circunvizinha;
c) A reação de admiração diante do seu ensino acoplada à persistente descrença e rejeição (vs. 22,28);
d) Seu ministério como o cumprimento das Escrituras (v. 21 );
e) Sua preocupação com o pobre e oprimido (vs. 18-19); e
f) Seu objetivo final de incluir os gentios entre o povo de Deus (vs. 26-27).
A despeito de toda a popularidade adquirida pelo ministério de Jesus em seu início[4] é preciso ter em mente que essa popularidade não era de forma algum incondicional. Às vezes aqueles que a princípio explodiam de entusiasmo se transformavam em críticos adversos, e até mesmo publicamente antagônicos assim que começavam a compreender que os ensinos de Cristo entravam em conflito com seus preconceitos, como esse mesmo capítulo o demonstra.
Outra questão importante que vemos aqui é que enquanto os líderes religiosos se incomodaram com Jesus, a maior parte do povo se maravilhou com o ensino.
Mas a comparação incomoda que Jesus fez em relação viúvas fenícias e leprosos sírios suscitou o ódio deles ao ponto de intentarem mata-lo, mas Jesus de forma poderosa saiu do meio deles sem que os mesmos pudessem impedi-lo.
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