Leia 1ª João 3
João nos apresenta logo de cara nesse capítulo uma cadeia lógica que inicia no amor de Deus para com os seus escolhidos, esse amor quando nos alcança nos torna filhos, sermos filhos nos afasta do mundo porque este não o conhece como Ele nos fez conhecer, não totalmente ainda, mas ainda o veremos exatamente como ele é, e para isso somos purificados na esperança desse encontro.
Os transgressores da lei não são de Deus porque Deus é santo e nela não há qualquer traço de pecado ou injustiça. Portanto seus filhos não podem viver em pecado e devem praticar a justiça. Há um equívoco bem frequente entre cristãos que afirma a revogação da lei moral de Deus, isso se chama Antinomismo, vamos tratar disso um pouco no próximo artigo mas antes vamos falar do verso sete que afirma categoricamente que “... aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo” e em seguida faz o contraponto com o que chama de filhos do maligno que são aqueles que praticam o pecado e procedem deste.
João não está afirmando que os cristãos verdadeiros já estão aqui neste século totalmente imunes a prática do pecado. Aqui temos que ter um certo cuidado. João não está admitindo nenhum dos dois extremos, nem o cristão consegue viver sem pecar tampouco deve por isso se conformar com o pecado, o que ele afirma aqui é que a nossa luta contra o pecado deve ser travada constantemente e sempre na confiança que nossos erros não podem nem devem nos afastar de nossa fé. Cristo veio para destruir as obras do diabo, inclusive o poder do pecado sobre nós.
Não sabemos se João se referia a algum conflito mais específico entre irmãos, mas ele demonstra uma preocupação muito forte no tocante a vida fraterna dos seus leitores. O ódio está presente no mundo desde o arquétipo entre Caim e Abel. Para João o ódio de Caim por Abel tem raízes na diferente comunhão entre o mundo e os salvos com Deus.[1] As justas obras de Abel incomodavam as injustas obras de Caim.
O apóstolo nos lembra que o ódio do mundo para com a Igreja não é nenhuma novidade, e não deve espantar aos cristãos. Recentemente muito tem se falado em cristofobia. Pessoalmente não vemos muito sentido na utilização desse termo, as pessoas não tem medo de Cristo e sua luz, elas tem ódio, porque a luz expõe e manifesta a podridão das obras da carne. João nos ensina que não devemos reagir pagando com a mesma moeda. Pelo contrário nos diz que devemos focar em amar ao ponto de dar nossa vida, nossos bens pelos nossos irmãos. E esse é o Evangelho amar os nossos irmãos.
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