Leia: 1ª Timóteo 4
Podemos enxergar toda a segunda epístola de Paulo a Timóteo como um chamado ao zelo e a seriedade como ele deveria conduzir seu ministério. Isso posto diante de Jesus o supremo juiz.[1] Prega a Palavra seja o momento oportuno ou não. Corrige, exorta com paciência a sã doutrina porque haverá tempo que não a suportarão, as vezes acho que esse momento é hoje.
Tenho visto alguns momentos, infelizmente cada vez mais frequentes, onde crentes se recusam a ouvir falar em pecado, inferno, corrupção do homem e apenas querem ouvir sobre amor, paz e felicidade. Mas Paulo diz a Timóteo que ele não deve negociar o Evangelho só para evitar as “... coceiras nos ouvidos ...” daqueles que não querem ser confrontados.
Paulo sabe que seu tempo neste século já está chegando ao fim, tem em mente que seu fim será o martírio[2] e que este se achega. Faz então mais uma confissão de fé, sublime:
“... Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé.[3] Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz me dará 'naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda. ...”[4]
Paulo que sempre viu a urgência da pregação do Evangelho, vê ainda mais essa urgência com a visão de que seus dias estavam se completando. Ele fala de sua solidão já que todos os seus colaboradores próximos estavam agora distantes, apenas Lucas estava fazendo companhia, quer por estarem cumprindo suas missões, casos de Crescente, Tito e Tíquico ou abandonado o Evangelho, casos de Demas.
Paulo cita como se sentiu abandonado por muitos: “... ninguém foi a meu favor ...” ao mesmo tempo que demonstra misericórdia “... que isto não lhes seja posto em conta!” e afirma que a sua força e esperança estão em Deus, “... Senhor me assistiu e me revestiu de forças ...” e de forma sublime reafirma o seu propósito de vida, “... para que, por meu intermédio, a pregação fosse plenamente cumprida, e todos os gentios a ouvissem ...” e conclui sua carta com uma breve mas firme doxologia, "A Ele, glória pelos séculos dos séculos. Amém!.”
Encerrada a segunda carta a Timóteo vamos dar um tempo nessa sequencia que vimos adotando.
[1] v. 8; Mt 25.31-46; Jo 5.22,27; At 10.42
[2] Libação - Uma libação de vinho era derramada no santuário como oferenda a Deus (Nm 15:5,7, 10; 28:7)
[3] É muito interessante notar que o referencial de sucesso de vida de Paulo não era o tamanho nem o resultado numérico de seu ministério, mas sim o fato de ter vivido de forma correta, “o bom combate” e principalmente ter perseverado na verdade, “guardei a fé”. Lembramos sempre que no contexto bíblico fé não representa apenas uma crença, mas a firmeza nos princípios doutrinários do Evangelho.
[4] Recentemente vi uma frase do apóstata Ricardo Gondim onde ele já assume claramente a ideia antes velada de que não acredita numa segunda vinda de Cristo.
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