Desde Adão e Eva que
colocaram a culpa na própria criação de Deus, passando pela Lilian[1]
que sem querer culpar diretamente o Leno culpou a falta de trato amoroso
do mundo para com ela pela sua rebeldia e chegando em Homer Simpson que tem a
melhor frase sobre o assunto, a raça humana quase sem exceção adora
terceirizar sua culpa, sua responsabilidade.
Quantos pedidos de desculpas vocês
já ouviram de fato sem um “MAS” ligando a primeira a segunda sentença?
O progressismo, derivação eufêmica
do comunismo, herdou a ideia de culpa social trazida por Karl Marx e tão
suscintamente elencada por Jean-Jacques Rousseau com o seu bom selvagem.
E assim caminha a humanidade
culpando os outros por suas decisões e escolhas. Ou quando lhe é conveniente
atribuindo as ações de outras pessoas a influência ou orientação de outros.
Essa é uma pedra fundamental do
progressismo. Meus problemas e dificuldades sempre serão consequência de algo
que me fizeram, e vivemos assim de recalque em recalque sem tomarmos uma ação
concreta de correção dos nossos problemas.
Por óbvio que a incoerência não
nos afeta nessas proposições. No ambiente político conturbado e porquê não
dizer deturpado do nosso país essas proposições incoerentes povoam as mentes
mais baldias, carentes de um raciocínio lógico de tratamento de causa e efeito.
Lula ao mesmo tempo que é tido
como um grande líder de uma grande massa, fato quase inegável, é apresentado
como alguém que foi corrompido pelo sistema. Nem de longe vemos incoerência
nesse raciocínio não é mesmo?
Bolsonaro que é tido como alguém
tosco, sem saber falar e sem presença midiática é ao mesmo tempo tratado como
um grande exemplo.
Acontece que na mídia, não a vida
real, mas na bolha da geração milenial, rasa de raciocínio e de conteúdo,
o problema da incoerência se resolve terceirizando a culpa, empinando seus
narizes de nojinho contra a patuleia ignorante, sempre são os outros,
mas que uma dia desses para os mesmos era uma massa agradecida por toda
benfeitoria.
O idiota, ou idiotas não sei, que
agrediram o repórter são culpados por seus próprios atos, não queiram terceirizar
essa culpa. Os ladrões do PT (desculpem o pleonasmo), incluindo seu chefe máximo,
não são frutos do sistema, eles montaram e alimentam o mecanismo[2]
desse sistema.
Tenho repetido uma frase
repetidamente. A vida, os fatos não vão mudar só porque gostaríamos que
fossem diferentes. Ou trato eu de mudar as condições, as variáveis, e
quando não possível, nem sempre o é, tenho que entender essa vida e essa
realidade e desenvolver meios de viver com ela.
Na situação presente já está
cansativo esse debate sobre isolamento social, o fato é que não funciona no
nosso país, pode até ter funcionado em outros locais, quer seja porque não
funciona mesmo ou porque não respeitam, o fato concreto é que não está
funcionando no sentido mais amplo da visão. E não adianta os limpinhos olharem
para o povo que não cumpre o decretado com olhar superior e desprezinho típico
de elitistas. Quem em sã consciência não gostaria de tirar férias remuneradas
de 2 ou 3 meses, por enquanto, no mínimo podemos nos sentir juízes ou servidores
da justiça e do congresso um pouquinho. Mas nem todo mundo tem esse privilégio
de poder ficar sem trabalhar.
Mas voltando ao nosso tema
inicial, precisamos parar de terceirizar as culpas, os erros. Você, eu e
qualquer um, somos responsáveis por nossos atos, e devemos ser julgados por
eles, porém sem antecipação ou projeção daquilo que nós somos nos outros, mesmo
que travestido de bom mocismo preventivo.
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