Não tenho uma opinião bem concisa sobre o assunto e por isso em geral nem debato muito a ideia. Penso que existem alguns bons argumentos a favor e contra as crianças terem um espaço reservado para elas, separados dos adultos, durante os cultos na igreja.
Minha infância foi numa época na qual as crianças, no final da EBD, entravam no templo aos som de "Vinde meninos, vinde a Jesus, Ele vos deu bençãos na cruz". (Depois mudaram no hinário para Ganhou-vos bençãos, mas deixa isso para lá.)
Antes de apresentar e tecer considerações sobre as defesas que normalmente se apresentam para um lado e para outro, quero dizer que tenho autoridade para falar sobre o assunto porque sou pai de três filhos, com diferença de 2 anos entre eles aproximadamente, portanto podem visualizar, uma mãe e um pai, sentados num banco com três crianças entre 1 e 5 anos. E ainda cantávamos num grupo de música, eu e minha esposa. Claro que o banco da igreja era "nosso", já que invariavelmente um ou dois terminavam dormindo. Tínhamos um paninho também que às vezes servia para dormir no chão mesmo, nesse tempo não tinha patrulha social.
Usávamos alguns recursos como papel, lápis de cor, hidrocor, massinha, coisas do tipo, tudo atividade que não gerava barulho. E claro ensinávamos a eles que naquele local não era para falar ou fazer barulho. Durante os cânticos e as leituras eles participavam.
Fazíamos questão de que, durante os cantos congregacionais estivéssemos colados com eles incentivando-os a cantar também, mesmo os hinos do hinário, aliás os três, hoje adultos, curtem muito os hinos do hinário.
Quando acontecia de num dia ruim, algum deles estar mais agitado, sobrava para o pai em geral, às vezes a mãe ir lá para o fundo da igreja ou mesmo do lado de fora, ficar "passeando" com ele. Nunca os entregávamos nos braços de adolescentes, quando íamos cantar lá na frente da igreja, uma das senhoras da igreja era quem cuidava.
Não fizemos isso por sermos contra ou favor de nada, na nossa igreja não tinha a "salinha" ou o "cultinho".
Mas o mais importante é que nem eu nem minha esposa deixamos de adorar comunitariamente, e meu três garotos cresceram entendendo o que é um culto e como se comportarem dentro da igreja durante o mesmo e nem por isso deixaram de ser crianças felizes.
Volta e meia um deles nos surpreendia perguntando o que o pastor quis dizer com certa frase.
Os que defendem o uso do culto específico e separado para crianças normalmente usam esses argumentos:
1. As crianças não vão entender nada da pregação.
É fato que para eles será mais difícil, mas considerem que, mesmo entre os adultos existem pessoas com formações completamente diferentes e que muitas vezes não vão entender dissertações exageradamente elaboradas por parte do pregador. Cabe aos dirigentes do culto tentar encontrar uma forma de comunicar de forma clara (não infantilizada) o que querem expor. No entanto, nunca se chegará ao ouvido de crianças muito pequenas.
Uma mensagem mais preparada para o entendimento das crianças nas salinhas pode ser um bom mecanismo inclusive de evangelização para elas.
2. As crianças perturbam os pais e os demais.
Aí me lembro de uma frase que ouvi de um pai cujo os filhos eram difíceis de tanger, "que lindo o molequinho fafadinho do painho".
Muitas vezes falta aos pais crentes o exercício da disciplina desde cedo. Crianças são manipuladoras e testadoras de limites ao extremo, se os pais não sabem ou nem tentam impor limites aos seus pequerruchos estão falhando no seus deveres de pais. Muitos pais e mães querem transferir para a escola e mesmo para a igreja o projeto de educação para a vida de seus filhos, e nem uma nem outra pode substitui-los. Se voce não consegue controlar o gênio do seu filho na igreja como pensa que poderá influencia-lo positivamente durante o começo de sua vida até chegar a adolescência.
Muitas vezes falta aos pais crentes o exercício da disciplina desde cedo. Crianças são manipuladoras e testadoras de limites ao extremo, se os pais não sabem ou nem tentam impor limites aos seus pequerruchos estão falhando no seus deveres de pais. Muitos pais e mães querem transferir para a escola e mesmo para a igreja o projeto de educação para a vida de seus filhos, e nem uma nem outra pode substitui-los. Se voce não consegue controlar o gênio do seu filho na igreja como pensa que poderá influencia-lo positivamente durante o começo de sua vida até chegar a adolescência.
Os que defendem que as crianças fiquem no culto normalmente usam esses argumentos:
1. Não existe exemplo bíblico.
Se formos buscar exemplos na Bíblia veremos no geral famílias adorando juntos, a exceção era no Templo, mas aí se separavam inclusive homens e mulheres. Essa divisão foi desfeita na igreja primitiva, porém as famílias adoravam juntas.
Porém isso por si só não nos dá uma definição clara, visto que a Bíblia nem trata do assunto, as condições de reunião na igreja primitiva estão a séculos de distância das nossas (perdão pelo trocadilho).
Podemos encarar isso como uma questão de costumes e não doutrinária.
Podemos encarar isso como uma questão de costumes e não doutrinária.
2. O problema da sala separada é que cria um hiato na transição.
Não há uma passagem gradual de um ambiente a outro de forma que os adolescentes e pré-adolescentes estejam preparados e instruídos sobre a presença e comportamento no culto.
É uma questão relevante. Com qual idade a criança estará pronta para ficar no culto com os adultos. Isso certamente vai variar dependendo muito da educação que os pais estão ministrando aos filhos.
Apesar de ser mais simpático a ideia das crianças ficarem desde sempre no templo, penso que a realidade de cada igreja pode influenciar muito na decisão, mas o que a saída para um área a parte na igreja não pode em nenhuma hipótese é ser vista e tratada apenas como uma "creche" onde pais crentes se livram do trabalho de serem pais por alguns minutos ou horas. Se tudo for feito para o conforto dos pais, do pastos e dos dirigentes do culto e dos diáconos, estará sendo feito pelos motivos errados, e deixando de atender aos mandamentos do SENHOR.
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