Há algum tempo uso uma frase para
defender a ideia que as pessoas precisam sempre de motivação para fazer algo.
Pessoas só se movem se têm algo a
ganhar se agirem ou se têm algo a perder se ficarem paradas.
Não deve ser nenhum primor de
psicologia motivacional mas é como enxergo as coisas. Nunca vi ninguém fazer
algo se não recebesse nada em troca nem deixar de fazer caso não tenha algum
freio por consequências de faze-lo.
Um tanto cínico talvez, alguns
dirão, outros dirão que esqueço de ações altruístas ou por amor. Mesmo nessas últimas
há algo a ganhar, a satisfação de ser agradar alguém ou minorar a dificuldade de
outrem. O sorriso da pessoa a quem se ama já é um ganho suficiente. Não me
referia na minha frase a questões meramente materiais.
Mas deixando de lado considerações
mais espirituais e das coisas da alma, falemos de empresas, diretores e
empregados e suas ações ou não ações.
Estamos diante de uma nova tragédia,
não causada pela natureza, mas sim afetando a natureza, pessoas, vidas, famílias,
causadas exatamente por ações e ou omissões de pessoas.
Sem querer entrar especificamente
no debate sobre armas, não são mais ou menos armas que matam mais ou menos
pessoas e sim as motivações para faze-lo ou não faze-lo. Empresas, e aqui falo
das pessoas que decidem, não irão adotar medidas extremas de segurança se não
se sentirem motivados a isso.
Não sei se tenho uma visão simples dos
fatos mas em casos como esses, outras tragédias só serão prevenidas se do
presidente ao técnico da Vale, na cadeia de decisão, todos forem presos, exemplarmente punidos. Se os
fiscais e diretores das agências fiscalizadoras envolvidas forem presos. Se a empresa e seus
acionistas forem responsabilizados civilmente arcando com pesadas multas e
indenizações.
Se assim não for não vejo como
esse quadro mudará. Pesado. Sem dúvida, mas da mesma forma que alguém só pensará
dez vezes antes de matar alguém quando a chance de ser punido por isso for
grande, burocratas públicos e privados só tomarão a decisão de tratar os riscos
como devido quando pensarem que sofrerão punições se não o fizerem.
Engraçado que nesse país se pune
exemplarmente, o que quer dizer monetariamente, quem atende um telefone ao volante, mesmo sem causar qualquer acidente, mas se é leniente com
irresponsabilidades como essas.
Se a justiça não for pesada podem esperar mais Marianas e Brumadinhos.
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