Uma Quinta-Feira Qualquer

 

Não temos tido dúvidas quanto a presença e guarda de nossas vidas sob a proteção divina em nossa família. Não porque somos especiais, mas simplesmente porque o Nosso Deus decidiu na eternidade nos amar muito antes de sermos formados, Já lá Ele contou todos os nossos dias.

Pessoas costumam se emocionar e agradecer por conquistas e vitórias, ou no jargão evangélico, pelas bênçãos recebidas. Isso em si não é ruim, pelo contrário, é muito bom se alegrar com aquilo que vemos como dádivas divinas, ser grato está na essência do cristianismo, mesmo porquê a maior e suficiente benção que é Jesus Cristo já nos foi dada irrevogavelmente.

Mas costumamos já há bastante tempo olhar pequenos mimos de Deus, pequenos cuidados que se mostram muito relevantes, não pelo que recebemos, mas pelo que foi retirado de nosso caminho mesmo sem sabermos, sem vermos claramente no momento.

Ontem foi mais uma quinta-feira qualquer em nossas vidas, recheada de desventuras desde cedo, mas que na última, ao final do dia, revelou-se como Deus através destas desventuras cuidou de nós.

Meu dia estava programado, acordar cedo, auxiliar um amigo em uma demanda judicial, depois pegar a estrada para ir a outra cidade realizar um serviço em um cliente. Tudo parecia transcorrer bem até que um segundo de distração e colidi com um motociclista, graças a Deus eu estava com tempo, andando devagar e os prejuízos foram apenas materiais, Deus cuidou para que o rapaz não sofresse nenhum dano grave, nem um arranhão grande o rapaz teve, mas apesar desse livramento minha compreensão do que Deus tinha preparado para o dia não estava completo.

O contato com o rapaz e com o pessoal dele foi bastante tranquilo e até nos ajudou a encontrar uma oficina com o preço em conta para fazermos o serviço do carro e da moto, só Deus sabe de onde vou arranjar dinheiro para pagar, mas isso a gente vê mais a frente. Não é que pouco tempo depois recebo um SMS me informando que uma dívida pendente que tenho pode ser parcelada, abrindo então espaço no orçamento para essa despesa imprevista.

Minha esposa vai ao meu encontro e leva o outro carro, tento chegar a tempo de prestar o auxílio ao meu amigo, mas não dá tempo. Fiquei muito chateado por isso, mas não tenho como não pensar que por algum motivo Deus me impediu de chegar até ali, retorno para o carro pensando no que tenho que fazer no cliente na outra cidade, mas do nada, do nada mesmo, me vem um sentimento em que decido não mais viajar, simplesmente algo me impediu. Retorno para casa, com aquela sensação pós descarga de adrenalina que gera um mal-estar, vou tentar me recuperar enquanto minha esposa sai com o carro para resolver alguns assuntos.

Quando ela retorna sugere que demos uma volta para espairecer pelos transtornos do dia, lá vamos nós, quando quase chegávamos ao nosso destino eis que quebra uma peça do segundo carro que trava uma das rodas dianteiras. Quem entende de direção sabe como isso pode ser perigoso.

A compreensão de tudo desse dia começa a se formar na minha mente, se eu tivesse viajado com esse segundo carro, a peça poderia ter quebrado no caminho, causando inclusive um acidente grave comigo. Essa peça poderia ter quebrado com minha esposa dirigindo e só porque eu teria viajado, e ela certamente teria muito mais dificuldade em resolver tudo, eu só retornaria hoje a noite para casa. Como eu estava ainda abalado pelos acontecimentos da manhã, eu estava dirigindo bem devagar, o que poderia acontecer se esse travamento da roda acontecesse num momento de maior velocidade?

Só tenho a agradecer a Deus que fez de minha quinta-feira das desventuras em série, numa quinta-feira qualquer, a quinta-feira qualquer de um filho Seu, de uma família Sua, abençoada e protegida.

Alguns podem entender infelizmente que estou apenas sublimando uma série de “ses” mas eu simplesmente agradeço ao Pai por:

• Me colocar num acidente que me atrasou pela manhã.
• Não deixar que o rapaz se machucasse seriamente.
• Me impedir de viajar num carro que iria quebrar.
• Não deixar o carro quebrar com minha esposa nem com meu filho.
• Fazer com o que o carro quebrasse apenas num momento tranquilo em que eu estava manobrando a menos de 10 km/h.
• Ter me dado paciência na hora que uma dondoca passa pelo carro quebrado e sugere que eu devia colocar ele em cima da calçada. Detalhe o primeiro guincho tinha chegado e quando foi baixar a plataforma quebrou.
• Ter quebrado dentro da cidade e bem perto da base do guincho, fazendo com que o segundo chegasse em meia-hora.
• Ter dado paciência e atenção ao rapaz da oficina que me esperou 1h30 além do seu horário para receber o veículo, me economizando preciosos R$ 100, preciosíssimos neste momento.

Por fim me deu uma noite de sono em paz.

Pensando bem foi mesmo uma quinta-feira como outra qualquer onde mais uma vez pudemos sentir a forte mão de cuidado de Nosso Deus comigo e com minha família, é sim um Deus tremendo.