Atos 17:16-31
Vivemos num mundo onde tudo é pós, ou sei lá, num pós-mundo. Nesse
nosso contexto onde temos o pós-modernismo, a pós-sexualidade, a pós-verdade, e
tudo absolutamente tudo é relativo. E quem sabe talvez até a total relatividade
de tudo também seja relativa, já que o absolutamente tudo é relativo, por si só
implicaria na regra que até a relatividade é relativa e assim sendo entramos
num paradoxo sem fim, já que podemos até mesmo questionar a existência da
possibilidade de se questionar.
Porém depois dessa viajada na
maionese estragada de um filosofismo sem muito sentido queria me ater ao texto
do livro de Atos. Parte bem conhecida da Bíblia, onde Paulo se encontra em
Atenas e num de seus passeios evangelísticos ele termina sendo levado ao Areópago
para ser desafiado por seitas ou correntes filosóficas como queiram.
Os Epicureus – seguidores de Epicuro
(341-270 a.C.), tinha como base o ensinamento que nosso objetivo precípuo deve
ser obter para a vida, através dos sentidos, o máximo possível de satisfação
afastando toda e qualquer forma de sofrimento. Extremamente materialista,
ensinava que o bem supremo é o prazer. Demonstravam pouco interesse por
política e pela sociedade, e tinham como palavra de ordem "viva o
agora".
Os Estoicos – seguidores de
Zenão, tinha como principal ensinamento a ideia de que as pessoas são parte de
uma mesma razão universal, regidas por processos naturais, pelas leis da
natureza e logo deveriam aceitar seus destinos sendo um tanto quanto insensíveis
a tudo a sua volta.
Creio que todos tenham
identificado algo muito parecido com nossa sociedade hodierna. Se deum lado
temos um hedonismo exacerbado onde o que importa mesmo é satisfazer nossas
paixões de outro temos a turma do Zeca Pagodinho, deixa a vida me levar, ou
alguns mais irônicos chamados de deboístas.
Mas voltando a Paulo e aos
atenienses, estes disseram: - Pois coisas estranhas nos trazes aos
ouvidos; queremos, pois, saber o que vem a ser isto.
E aqui vemos Paulo tocando num
ponto muito presente nos dias de hoje, a ideia de que todo caminho leva a Roma,
ou a filosofia de que qualquer espiritualidade é boa, ou ainda a ideia, muitas
vezes forte mesmo nos arraiais evangélicos de o que importa é amor.
Filosofia essa que gera Safadões
Convertidos, ou seriam, Convertidos Safadões?
Não amigos, não basta declarar
seu amor em prosa e verso, não é qualquer espiritualidade que serve de caminho.
A luz do discurso de Paulo vamos
entender melhor quem é o DEUS que verdadeiramente é DEUS mesmo que nominado
como DESCONHECIDO para muitos.
ENCONTRANDO O DEUS DESCONHECIDO.
Mas que DEUS é esse então?
Podemos afirmar que esse DEUS é:
1. CRIADOR
DE TUDO, PORTANTO DONO DE TUDO.
“O
Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não
habita em templos feitos por mãos de homens; Nem tampouco é servido por mãos de
homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos
a vida, e a respiração, e todas as coisas; E de um só sangue fez toda a geração
dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já
dantes ordenados, e os limites da sua habitação;”
Esse é o DEUS
não limitado por mentes humanas, o DEUS que não precisa do homem, nem dele toma
conselho, e age apenas de acordo com Seus próprios desígnios. O DEUS que põe, remove,
repõe e dispõe de tudo.
Esse é o AUTOR
DA VIDA e que já determinou tudo muito antes da fundação do universo.
2. AQUELE
QUE EXIGE A PRIMAZIA SOBRE TUDO.
“Para
que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que
não está longe de cada um de nós; Porque nele vivemos, e nos movemos, e
existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua
geração. Sendo nós, pois, geração de Deus, não havemos de cuidar que a
divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida por
artifício e imaginação dos homens.
Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam;”
Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam;”
O DEUS que
requer ser adorado, buscado, que não se compara a nada da Sua própria criação,
e sobretudo não cabe na imaginação dos homens. O DEUS que
requer que o homem se arrependa de seus pecados e não apenas declare amor. O DEUS
que não é esculpido e que não objeto de investigação e desejos humanos. Esse
DEUS não pode ser achado por vontade e iniciativa dos homens.
Estamos falando
do DEUS que se revela a si próprio através da história e das Escrituras, o DEUS
que se revela no sacrifício de Seu próprio Filho na Cruz.
3. SENHOR
E JUIZ.
“Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos.”
Não mesmo, não
estamos vendo aqui um deus qualquer. Mas enxergamos nas palavras proferidas por
Paulo, que foram divinamente inspiradas, o DEUS que ao entregar e imolar Seu
Filho, como o Cordeiro Imaculado, e depois ressuscitar vencendo a morte e o
pecado, teve entregue o domínio sobre tudo, e foi posto como sacerdote,
rei e juiz de toda a humanidade.
Decididamente
não estamos falando aqui de um deus qualquer, submetido a imaginação e a
vontade humana. Não temos aqui um DEUS que aceita qualquer adoração, um deus
que aceita qualquer comportamento, não é um deus que apenas apazigua os
conflitos do ser e atende os desejos de crianças mimadas em busca de atenção.
O DEUS que Paulo apresenta aos atenienses, é o DEUS zeloso ao mesmo tempo que é amoroso. O DEUS que é santo ao mesmo tempo que é misericordioso. O DEUS que é compassivo mas também disciplinador. O DEUS gracioso com os seus mas também justo e vingador com o pecado e o
pecador.
Precisamos ter em mente que o NOSSO DEUS não é um deus
qualquer, e que nem todos os caminhos de fato levam a venda, tampouco Ele é um deus
ausente, distante, não é o deus do teísmo, nem do liberalismo, nem o deus que é
um cara legal, dez, boa praça, e que basta declarar nosso amor e viver como der
na cabeça.
Que se ainda não foi, você seja apresentado ao DEUS
verdadeiro, real, e ÚNICO.
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