Considerando as perguntas: Um cristão verdadeiro pode cometer suicídio? Ou, quem se suicida pode ir para o céu?
Quero inicialmente dar minha opinião sobre isso. Simplesmente não sei com absoluta certeza.
No entanto considerando o que normalmente está por trás das duas afirmações gostaria de tecer alguns comentários.
Em geral sobre a segunda paira um coração arminiano. Aquela tola ideia que precisamos estar "limpinhos" no exato momento de nosso encontro com Jesus para termos acesso ao céu. Ou seja, não podemos estar numa situação de termos cometido um pecado e ainda não termos pedido perdão. Essa visão sobre suicídio implica numa ideia de que precisamos complementar o sacrifício de Jesus com nosso, ou nossos, arrependimentos.
Devemos lembrar que nosso esforço por mais bem intencionado que seja não pode mudar me nada nosso status em relação a nossa eleição. Como também nosso desvio também não.
Comecei pela segunda por a saber mais fácil de refutar. Mas vamos agora a primeiçõesra que é um pouco mais complexa.
Percebo nesta argumentação uma ideia de que a fé e esperança plantada em nós pela entrada do Espírito Santo nos impediria de cometer um ato tão extremo. E aí são usados alguns argumentos que nos fazem parecer super pessoas revestidas de tamanho poder contrapondo COVARDIA X CONFIANÇA, DESESPERO X ESPERANÇA, em essência, VELHO HOMEM X NOVO HOMEM.
Os que trilham por esse caminho parecem desconhecer, ou omitir, que temos esse paradoxo vivendo dentro de nós, a convivência nada harmônica da NATUREZA CARNAL e da NATUREZA ESPIRITUAL.
A regeneração não nos faz super homens fortalecidos contra todo e qualquer pecado. Assim pensam aqueles que flertam com o hipercalvinismo. Na nossa vida aqui nesse corpo corrupto, mesmo regenerados estamos ainda sujeitos às consequências do pecado, sujeitos à DEPRAVAÇÃO TOTAL.
Conceber que não podemos cometer o pecado do suicídio é de supor que estamos imunes ao pecado pela presença do Espírito Santo, ou pior ainda, estabelecermos classificação de pecados, considerando alguns mais mortais que outros. Vemos um traço de romanismo muito evidente nesse tipo de pensamento.
Ainda temos que considerar aqueles que tiram sua própria vida ou se colocam numa situação de morte iminente por uma causa, muitos dirão aí não é suicídio é sacrifício, porém não é tão simples assim traçar essa linha de separação. Se voce é da turma que considera que o suicídio não pode ser cometido por denotar falta de confiança na ação de livramento divina, pergunto se oferecer-se em sacrifício, mesmo que para salvar ou proteger alguém também não se enquadraria numa falta de confiança. E o que dizer daquele que tira sua própria vida para abreviar uma tortura excruciante?
Não tenho argumentos que me garantam que um cristão verdadeiro possa cometer suicídio, mas tampouco vejo nos argumentos acima razões para crer que não podem de forma alguma cometer. Por isso prefiro ter um silencio obsequioso sobre isso, e ao invés de me preocupar em saber quem foi ou não salvo, ou melhor ainda, quem é ou não ESCOLHIDO, procurar confortar aqueles que passam por situações limites, apoiando-os, e se o pior vier, acolher e confortar os familiares e amigos.
Comentários
Postar um comentário