Em breve estaremos lançando nosso primeiro livro, PRINCÍPIOS PARA UM CULTO DE ADORAÇÃO - Uma Liturgia Reformada, se Deus quiser teremos outros. A seguir trazemos um trecho da introdução do mesmo.
Há muito desejávamos levar a cabo esse projeto, como digo no prólogo do livro não pretendemos estabelecer normas de conduta, mas sinto que precisávamos contribuir para que os princípios corretos que regulam nossa ações no culto sejam melhor entendidos e assim de alguma forma trabalhar para uma adoração correta na forma e na essência como Deus requer de nós.
Aos que desejarem adquirir um exemplar deste trabalho e claro nos ajudarem a pagar a conta (risos) enviem um email para aplacido@gmail.com.
INTRODUÇÃO
Cultuar é valorizar o mais importante e ninguém é mais digno da nossa
adoração e louvor do que o próprio Deus. "Tu és digno, Senhor!"
Não algo monótono e sem vida, mas apresentando nosso corpo por
"sacrifício vivo, santo e agradável a Deus".[1]
Importante ressaltar que a adoração a Deus é algo que vai muito além das
duas horas de serviço de culto no domingo a noite nas igrejas. A adoração a
Deus é um modo de viver que envolve as 24 horas de nosso dia nos 365 dias do
ano e mais o dia extra dos anos bissextos.
E por que um livro sobre isso?
O tema "adoração" possui profundas implicações escatológicas,
pois "desde que a adoração será central na vida do céu[2], ela
deve ser central na vida da igreja na terra."[3] Além do
mais, o puritano John Owen nos lembra que a verdadeira adoração, ainda que
oferecida na terra, é conectada nos céus.[4]
Quando a Bíblia nos fala que somos templos do Espírito Santo de Deus[5]
certamente uma das implicações, considerando que no contexto do Velho
Testamento o Templo era o local de culto, é que nossa vida é uma continua
adoração e glorificação ao nosso Deus em cada um dos seus atos.
Portanto não devemos confundir, como tem sido comum em nossos dias,
adoração com atos específicos.
A música tem sido talvez a forma mais comum de confusão, quando se pensa
adoração se pensa quase sempre em música, esquecendo dos demais atos.
Adorar a Deus implica num sentimento constante de agradecimento e
reconhecimento pelo que Ele é, e pelo que Ele nos fez e faz.
“Charles R. Swindoll e Mark Earey corretamente
chamam nossa atenção para importantes efeitos interiores da verdadeira
adoração. Swindoll relembra-nos que a adoração alarga nossos horizontes e nos
descentraliza de nosso ego, enfraquece nossos temores, altera nossas
perspectivas e nos mostra o lado digno do nosso trabalho diário.[6]
Neste sentido, Earey afirma que a adoração é potencialmente uma experiência de
cura.[7]
Potencialmente, porque uma adoração corrompida traz mais enfermidades do que
geralmente percebemos[8].
Finalmente, a verdadeira adoração é o objetivo e o combustível da atividade
missionária.[9] Ela
é o objetivo no sentido de que missões almejam trazer pessoas ao regozijo e à
adoração do verdadeiro Deus. Também, real comprometimento na obra missionária é
fruto de um coração devotado ao Senhor. Portanto, missões começam e terminam
com adoração.”[10]
Neste trabalho não vamos tratar da adoração como um todo, e sim nos
concentrarmos numa de suas expressões que é o culto solene que prestamos ao
nosso Deus, em geral semanalmente nos domingos a noite. Esse culto,
considerando a teologia reformada, deve seguir o princípio regulador do culto.
“Princípio regulador do culto ( ou princípio regulador da adoração ) é a designação dada à forma como
os calvinistas interpretam a relação entre o culto
cristão e o segundo mandamento. De acordo com esta
perspectiva, Deus só deve ser adorado da forma que ele mesmo requer
nas Escrituras Sagradas.”[11]
Vamos nos ater aos princípios que devem reger este ato de adoração
chamado culto a Deus.
“Mas
o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo e tão
limitado pela sua vontade revelada, que não deve ser adorado segundo as
imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás nem sob qualquer
representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas
Escrituras.”[13]
"a adoração torna-se primeiramente corrompida, não com a prostituição
cultual ou rituais de sangue e sensualidade, mas na recusa humana em reconhecer
o único e digno de absoluta e incondicional devoção."[14]
Primeiramente vamos a uma definição do
que entendemos como culto: é um fenômeno multireligioso e multicultural. Em
outras palavras, está presente em todas as culturas, de todos os tempos e
lugares e, por isso, em toda e qualquer religião que se possa descrever.
Podemos listar algumas definições adicionais para um melhor entendimento do que
é o ato de culto de uma maneira geral: Um conjunto de práticas religiosas;
Exaltação a alguém; Homenagem religiosa que se tributa a Deus ou aos entes
sobrenaturais; Liturgia; Ofício divino; Forma pela qual se presta homenagem à
divindade; Veneração; Cerimônias
e festividades religiosas.
[1] Romanos
12:1
[2]
Apocalipse 4.8-11; 5.9-14; 7.9-17; 11.15-18; 15.2-4 e 19.1-10.
[3] Packer, J. I. Concise Theology Wheaton:
Tyndale, 1993
[4] Owen, John. The Works of John
Owen Carlisle: The Banner of Truth, 1990.
[5] 1a
Coríntios 6:19
[6] SWINDOLL,
Charles R. Growing Deep in the Christian Life, Portland, Multnomah, 1977
[7]EAREY,
Mark. Worship – What Do We Think We Are Doing, em Evangel 16,
1998.
[8] 1a
Coríntios 11:30
[9] PIPER,
John. Let the Nations be Glad!, Grand Rapids: Baker, 1993.
[10] SANTOS,
Rev. Valdeci da S. em www.bereianos.blogspot.com, 2015
[11] HART, D.
G. e MEUTHER, John R. J. Gresham Machen e o Princípio Regulador.
[12] Conceito
puritano de como o culto deve acontecer
[13] Confissão
de Fé de Westminster, Capítulo XXI
[14] CLOWNEY,
Edmund P. The Church, Downers Grove: Intervarsity Press.
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