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LOUCOS ALEGRES, VIVENDO NO PRESENTE, ENXERGANDO O FUTURO

2 Coríntios 4:16-18 - Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas.
Filipenses 4:10-13 - Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor porque, agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o vosso cuidado; o qual também já tínheis antes, mas vos faltava oportunidade. Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação.
Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece.



A Missão Portas Abertas divulgou que até outubro de 2013, contando os doze meses anteriores, 2.123 cristãos foram mortos apenas na Síria.
Porém o Instituto Internacional de Liberdade Religiosa Thomas Schirrmacher acha esse número muito tímido, estimando um número entre 8 e 10 mil.
A World Watch List acha os números do Instituto Schirmacher mais próximos da realidade.
"Os Cristãos não são diretamente mortos sempre, mas são atingidos com os regulamentos e as vulnerabilidades com os quais simplesmente perecem – não de uma só vez, mas ao longo de anos. Se queremos incluí-los na contagem, seria um enorme número de pessoas. No entanto, o número exato de Cristãos que morrem devido a esses fatores é muito difícil de quantificar", de acordo com a Lista da World Watch.
Nos dias 14 e 15 de março de 2014, centenas de cristãos foram mortos na Nigéria, por milicianos muçulmanos.
Segundo alguns relatos históricos dos apóstolos, estes morreram martirizados: Pedro, André, Simão e Natanael foram crucificados, Filipe, Judas Tadeu, Mateus, Matias,  Paulo, decapitado,  Tiago o maior, morto a espada, Tiago o menor, Tomé. Apenas João morreu de velhice, mas ficou preso quase até completar 100 anos.
Poderíamos aqui ficar listando nomes e números de muitos que se sacrificaram pelo nome de Jesus, ano passado, no século passado, em toda a história, além dos apóstolos, poderíamos falar de João Batista, Estevão, Timóteo, Inácio, Policarpo, Artêmio, Hermenegildo, Huss, Savanarola, Thomas Mann, Bonhoeffer, e milhares de anônimos.
Mas perderíamos a essência do que mais importa que é saber porque tantos se dispõem a entregar sua vida por essa causa.
O que de fato leva a um aristocrata como Paulo declarar:
Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo Filipensens 3:7-8
E mais ainda em 1 Coríntios 1:18-23
Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus. Pois está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos instruídos.
Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do mundo? Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que creem pela loucura da pregação. Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios;

Queria convida-los a meditar um pouco sobre esses 
LOUCOS ALEGRES, VIVENDO NO PRESENTE, ENXERGANDO O FUTURO.

É voz corrente que loucos não sabem o que fazem, o que dizem, nem para onde vão. Mas essa loucura chamada de Evangelho é diferente. Ela gera loucos conscientes do que são, a quem pertencem e para onde vão.
Queria ver com todos, três formas de manifestação consciente dessa loucura.



1.    Consciência de termos um propósito e uma missão.
Em Filipenses 3 Paulo fala da sua convicção em se dirigir a uma alvo, a uma meta específica.
Diz um ditado que “Para quem não sabe para onde vai qualquer caminho serve.”
Nós somos loucos aos olhos do mundo, mas escolhidos diretamente por Deus para viver com um único objetivo, prosseguirmos no sentido da Glória de Deus até atingirmos a estatura de varão perfeito de Cristo Jesus (Efésios 4:13)
Pessoas que tem metas, alvos a atingir, onde chegar, são os que não dão muita bola para as dificuldades do caminho, para elas a caminhada não é o mais importante, nem como ela é feita, nem as dificuldades do caminho. A ideia é sempre avançar da melhor forma possível.
Esses loucos são capazes de se entregarem e se gastarem de tal forma e completamente nessa caminhada, nada os faz mudar de ideia, e obstinadamente seguem rumo ao fim da jornada, conservando os olhos no alvo Jesus Cristo.
Pelo caminho eles naturalmente vão inspirando a outros já conscientes dessa loucura, ou mesmo participando da transformação dos sábios desses séculos em novos loucos devotados ao Evangelho.
O único alimento necessário nessa jornada é o próprio alvo, Jesus Cristo e sua Palavra.
Somos sim uma geração de loucos aos olhos do mundo, mas aos olhos de Deus que é quem importa, somos um povo santo, eleito, sacerdotes, portanto representantes, de algo sublime e maravilhoso, preparados para andarmos na luz desde antes da fundação do mundo. Quer estejamos no aqui ou em qualquer parte do mundo fazemos parte de algo muito maior do que qualquer coisa que tenhamos presenciado até hoje.
E isso nos leva a segunda consciência dessa turma.



2.    Consciência de termos um Futuro Glorioso.
Talvez uma das características mais marcantes da loucura seja sentir que não faz parte daquilo.
No nosso caso existe um sentimento claro de não pertencimento. Sentimos desde já que pertencemos a algo muito maior, melhor e maravilhoso do que esta breve vida.
A poesia da música de Guilherme Kerr baseada no texto de Paulo nos diz:
“Porque estou bem certo, breve tempo de aflição, não pode comparar-se a nossa eterna salvação”
e completa dizendo que
“Os dias de tristeza servem mais para destacar, a eterna glória e honra com que Deus vai nos brindar.”
Quando sabemos que o fim de nossa jornada sempre será um lugar seguro nos braços do Pai, coisas terrenas deixam de ter maior importância.
Conforto é bom? É. Saúde é bom? É. Família é bom? É.  Ter amigos é bom? Definitivamente todas essas coisas são muito boas, e Deus não pede que abramos mão delas.
Mas Deus pode tirar algumas delas, ou todas, temporariamente ou mesmo definitivamente, mas isso não pode comparar-se a eternidade ao lado de Deus.
“Se temos que perder, família, bens, poder, se tudo se acabar e a morte enfim chegar, com ele reinaremos.” – Martinho Lutero
Toda essa certeza e convicção desse futuro glorioso vem em decorrência de nossa fé, fé essa depositada em alguém fiel e essa é nossa terceira consciência.




3.    Consciência de termos um Deus fiel.
Nosso Deus não muda. Tudo que ele determinou e prometeu Ele vai cumprir.
É difícil para o homem depositar seu destino nas mãos de outrem. Nossa natureza sempre nos leva a tentar abrir nossos próprios caminhos. Somos voluntariosos por natureza.
A ideia de dependência não é agradável a nossos ouvidos. Desde pequenos preferimos soltar a mão de  nossos pais.
Porém ao mesmo tempo, algo nos compele em determinados momentos a nos aninharmos no colo do nosso pai ou da nossa mãe sempre que a ameaça ou a dor nos parece grande demais. Infelizmente a medida que crescemos cada vez mais nos sentimos poderosos e abandonamos esse cantinho de proteção.
Mas ao nos tornarmos loucos para o mundo, uma dessas loucuras é exatamente o fato de abrirmos mão de nosso voluntarismo e nos deixarmos aninhar no seio do Pai, cercados por um amor e cuidado incompreensível aos olhos do homem comum.
Na última quarta, o Grupo Logos cantou aqui, meu servo não temas, não temas porque eu te escolhi, sei que é difícil, mas confia em mim.
Mas num mundo de incertezas e surpresas como é nossa vida, é um dom fantástico podermos ter uma certeza, que é o comportamento do Nosso Deus. Um Deus fiel, que não muda e age sempre de forma bondosa e perfeita.
E essa fidelidade é que nos leva a entender que tudo que nos acontece está dentro dessa perfeita e boa vontade de Deus.



Conclusão
Por termos essa consciência de propósito, de futuro e pertencimento a um Deus fiel, é que nossa vida se torna uma constante alegria, não uma tola felicidade baseada numa ausência de senso de realidade, mas uma feliz caminhada por uma certeza do que nos espera na chegada.
Por essa certeza é que tantos tem se gastado e se oferecido para se gastar sem grandes preocupações com o presente.
As perseguições não conseguem impedir que esse povo continue marchando regozijando-se pelo bem recebido.
Deus dá a cada um dos seus filhos as lutas e perseguições que ele mesmo preparou na eternidade para aperfeiçoamento de cada um dos seus filhos.
Deus sabe exatamente aquilo que precisamos e o que podemos suportar.
Talvez você esteja passando por algum tipo de provação, pode até mesmo ser uma perseguição por sua postura correta, verdadeira, digna, mas tenha em mente que não existe nada melhor do que viver essa doce loucura de abrir mão das coisas valorizadas pelos homens, para se dedicar as coisas que tem valor eterno.
Nossa alegria da salvação, não é algo apenas para ser saboreado no futuro, é algo que já sentimos no presente. A certeza de fazermos parte de algo muito maior que nós mesmos.
Te convido a viver dessa forma, colocando sempre as coisas de Deus num patamar superior as coisas do homem, mesmo que isso pareça algo loucura aos olhos dos outros.
Só mesmo esse tipo de sentimento pode conseguir que alguém assim como Paulo declare que perder tudo em favor de Cristo é um grande lucro e que se gastar ao ponto mesmo de morrer é ganho.
O homem comum nunca irá compreender que ser perseguida é uma marca da igreja fiel e que isso longe de destruí-la a torna cada vez mais forte, alegre e gloriosa.

Faça parte, sem receios, dessa turma de loucos, alegres e conscientes..

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