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Firme Seus Valores O Patrimônio Interior do Cristão Neste Mundo em Cristo. - Lição 15

Firme Seus Valores
O Patrimônio Interior do Cristão Neste Mundo em Cristo.




O objetivo desta lição e levar o leitor a refletir profundamente, a meditar muito sobre os comos e porquês, numa época em que a atitude mais popular é "não se envolver. Esperamos que o leitor "Firme Seus Valores" e maneira desafiadora.

Martinho Lutero disse:
"Quem prega o evangelho em todos os seus aspectos, menos nas questões relacionadas com os problemas de seu tempo, não está pregando o evangelho."

Embora ele fosse um monge do século XVI sua mensagem é um apelo à relevância. E foi com muita coragem que ele se aplicou às causas que realmente Importavam. Ele viu a igreja "doente", paralisada pela tradição, corrupção e apatia. Ele removeu os entulhos secos de uma formalidade sem sentido, desafiou interpretações bíblicas inexatas, e pregou toda a verdade, correndo o risco de ser considerado herege. E à medida em que o Espírito Santo lhe dava novas revelações e forças para prosseguir destemidamente, ele deu pulso firme a um novo grupo de cristãos - os "protestantes" - levando-os a uma reforma da igreja, um movimento que estava destinado a dar ao mundo os elementos essenciais da fé. Admiramos o trabalho dele até os dias de hoje.


Mas, talvez tenhamos necessidade de uma "nova" reforma. Nessas duas últimas décadas do século XX, os cristãos precisam de uma palavra nova, vital, para nosso tempo. Não novas revelações. Nem novas doutrinas. E nem mesmo um novo sistema teológico, necessariamente. O que precisamos é uma mensagem, firmemente ancorada em bases bíblicas, que tenha um sabor de relevância - de realidade autêntica. É a mesma verdade antiga, na linguagem de hoje. Nos dias de Lutero, isso implicou numa coisa: a necessidade de esclarecimentos para dissipar a ignorância. 

Hoje implica em outra: uma nova forma de comunicação para dissipar a indiferença.



AUTORIDADE



A rebelião pode levar-nos a nos afastarmos de Deus e a destruição.”

LEITURAS BÍBLICAS

Tiago 4:10
1 Pedro 2:18-24 ; 5:5-7
1 Samuel 15
Genesis 4:6,7
Romanos 1:28-32

INTRODUÇÃO

"Questione as autoridades!"
Hoje em dia ...

   A voz paterna não é mais respeitada no lar
   A pessoa de um policial nas ruas não é mais modelo de coragem e autoridade.
   As palavras de um professor, numa sala de aula não são mais respeitadas e ouvidas. 
   As repreensões de um chefe, no trabalho, não são mais suficientes para operar mudanças de comportamento.
   As pessoas mais velhas não são mais tratadas com dignidade e honra.
   O marido não é mais considerado "o chefe da família (e Deus que o livre, se ele ao menos pensar nisso.).

O PROBLEMA É ÓBVIO 

Existem ocasiões em que é necessário haver resistência. Não é essa a questão que está se abordando. Mas o que há é uma crescente atitude de rebelião, uma obstinada desobediência a qualquer autoridade, que tente criticar ou corrigir um erro, ou mesmo fazer uma simples advertência. Ninguém pode negar que esta egocêntrica rebelião está em formação.
E para firmarmos os valores quanto à questão da autoridade precisamos expor o lado escuro e negativo da rebelião, que não ganha muita evidência na imprensa.

O REI SAUL - A PERSONIFICAÇÃO DA REBELIÃO

Encontramos no Velho Testamento um homem que teve uma oportunidade sem igual para conduzir o povo hebreu à vitória. Era alto, forte e capaz. Ele possuía o carisma de um líder popular e a confiança de toda a nação. Saul tinha tudo para ser um bom rei. Mas tinha também um grande problema: ele mesmo. Sabia governar o povo mas não sabia lidar consigo mesmo. Bem lá no fundo de sua alma, havia um caldeirão fervendo a fogo lento, soltando baforadas de orgulho, egoísmo, inveja e obstinado traço de rebelião.

Isso é mostrado claramente no capítulo 15 de 1 Samuel, onde está registrado o momento crítico de seu governo. O capítulo se inicia com uma conversa entre o profeta Samuel e o rei.

A orientação não era nem complicada nem imprecisa. Deus falou através de Samuel, e só havia uma coisa a fazer: obedecer. A ordem era para Saul sair à batalha, atacar os amalequitas e aniquilar o inimigo completamente, destruindo todas as criaturas vivas do campo inimigo. E ao ler 1 Samuel 15.7, ficamos com a impressão de que foi o que se fez. Mas não foi. Continue a ler.

Vejo neste relato bíblico quatro características da rebelião. A primeira aparece exatamente nús versos que acabamos de ler.

·       Desobediência à Autoridade Para Realizar um Desejo Próprio

A autoridade aqui é o Deus todo-poderoso. O Senhor havia dito: " ... destrói totalmente a tudo que tiver". Saul não tinha entendido mal. Ele desobedecera deliberadamente. Não fora um problema de confusão, mas de insubordinação a uma ordem. Ele não obedecera à orientação dada porque tinha seus próprios planos. Havia pensado numa ação alternativa.

·       Racionalização e Máscaras Para Encobrir Ações Pecaminosas   .

As pessoas que se habituam a resistir à autoridade tornam-se mestras nisso. Elas cultivam uma incrível desconsideração para com a verdade. E, além disso, fazem sua própria definição de pecado. E esses indivíduos: que muitas vezes se dizem crentes, acham-se tão convictos de que estão certos que, quando descobrem que não o estão, levam um grande choque.
Para salientar bem o contraste das duas situações, vamos comparar as palavras de Deus em 1 Samuel 15.11 e as de Saul no versículo 13.

Deus - (ele) deixou de me seguir e não executou as minhas palavras ... "

Saul - " ... executei as palavras do Senhor ... "

As pessoas peritas na arte de resistir à autoridade principalmente a autoridade de Deus) têm ideias inesgotáveis para justificar o erro. Elas procuram razoes - muitas delas encontradas em livros - que façam com que o erro pareça certo. Estão sempre preparadas para demonstrar como suas ações são mais lógicas. Elas até explicam como sua alternativa é melhor para sua saúde, seu bem-estar e até para seus futuros planos. E não. têm o menor senso de culpa.

·       Cair na Defensiva Quando Confrontado com a Verdade

Ao ouvir a pergunta de Samuel, o rei reagiu colocando-se na defensiva. Não houve da parte dele um reconhecimento do erro, nem arrependimento, nem reconhecimento de sua fraqueza, nem humildade para apresentar-se diante de Deus arrependido. Mas orgulhoso, teimoso, e talvez um pouco envergonhado, ele disse:

1 Samuel 15:15          
"Respondeu Saul: De Amaleque os trouxeram; porque o povo poupou o melhor das ovelhas e dos bois para os sacrificar ao Senhor teu Deus; o resto, porém, destruímos totalmente." 

Saul parece andar em círculos à procura de uma resposta. Sentindo-se acuado, seus olhos dirigem-se para aqueles que estavam mais perto: "Foram eles! Foi toda essa gente aí!" E logo em seguida, para amenizar um pouco o choque, disse: "Poupamos apenas alguns, para fazermos holocaustos a Jeová." Agora ele está realmente retrocedendo, ganhando a defensiva. Por mais claro que esteja que ele desobedeceu, ele não quer admitir.

Samuel já ouvira o suficiente. Com uma expressão severa e uma olhar penetrante, o profeta, exasperado a essa altura ergueu a mão e exclamou: "Espera ... "
Mas o velho e obstinado Saul ainda resistia. Ele se negava aceder, ilustrando muito bem a quarta característica de um coração rebelde.

·       Negar a Responsabilidade no Erro Cometido

Ainda apontando para os outros, não querendo confessar o erro praticado, ele mais uma vez se esquiva da palavra de Samuel. Ele se nega decididamente a reconhecer o erro em que estava incorrendo. Ele se põe a falar de holocaustos e de utilizar aqueles animais que haviam preservado para fins sagrados. Introduz aí um pouco de religião, para tentar convencer Samuel de que uma oferta queimada e o altar do sacrifício ajeitarão as coisas.
Conhece este artifício?

   "Já orei sobre essa questão e acredito que foi Deus quem me orientou a fazer isso" (racionalização super espiritual).
   "Já fui perdoado. A graça de Deus encobre todos os pecados. Deus irá usar-me de modo muito poderoso. Ele compreende minhas fraquezas" (teologia da acomodação).
   "Embora eu tenha modificado os planos dele, no fim ele ficará satisfeito comigo" (os fins justificam os meios).
   "Ninguém é perfeito" (generalização universal).
   "Deus quer que eu seja feliz" (desculpa para aliviar o senso de culpa).


CONCLUSÃO

Vivendo num mundo que está todo voltado para satisfazer a própria vontade, é extremamente difícil cultivar a atitude certa para com a autoridade. Essa atitude de questionar a autoridade está permeando de tal forma a mentalidade da sociedade atual, que parece impossível lutar contra ela. Para sermos francos quase que o único lugar em que podemos ter algum controle sobre ela é na família. Você está fazendo isso? Seja sincero. Você está exercendo o devido controle, dentro de seu lar? Talvez as três exortações abaixo possam levá-lo a continuar a exercê-lo, ou então a começar hoje mesmo.

1.  Infância. Num lar onde os pais negligenciam o controle da autoridade, a criança se desenvolve com urna natureza rebelde.
2.  Adolescência. Convivendo com coleguinhas que resistem ao controle da autoridade, o adolescente tenderá a assumir um espírito de rebeldia. Se isso não for corrigido nessa época, as consequências virão na ...
3.  Idade adulta. Quando Deus retoma o controle da vida, ele esmaga uma atitude de rebeldia.

E não existe nada mais doloroso do que isso, pode crer. Algumas pessoas só aprendem que precisam ter um espírito submisso depois que estão numa cela de prisão. Outros, depois de um processo de divórcio. E outros ainda o aprendem através de uma série de doenças debilitantes, ou depois de um grave acidente de carro, ou de diversos golpes trágicos, que as levam a cair de joelhos; e só assim é que aprendem como é que se anda humildemente com nosso Deus.

Você se encaixa neste grupo? Está com o pulso meio frouxo nesta questão da autoridade? Acha que conseguirá aguentar por muito tempo as tentativas de Deus para torná-lo humilde? Faz algum tempo, ouvi uma frase bastante apropriada para encerrar este capítulo. Se ela se aplicar ao seu caso, deixe que penetre fundo em sua consciência. Quando Deus quer realizar uma tarefa muito difícil, ele escolhe uma pessoa muito difícil, e a esmaga.
E vou encerrar com apenas uma palavra: Renda-se!

QUESTÕES PARA DEBATE

   A desobediência, de acordo com um dos textos que lemos é como o pecado de feitiçaria" (1 Sm 15.23). O que ISSO significa para você? O que isso lhe diz? Discutir as implicações de se comparar a rebelião com um pecado tão terrível. Por que será que Deus assume uma posição tão radical e forte contra esse pecado?
   Um pecado de malignidade tão forte como a rebelião não acontece por acaso; não ocorre da noite para o dia. O que é que o provoca? Existem indicações de que ele está em fermentação no nosso interior, antes que venha à tona?
   Está claro que nosso mundo é um mundo rebelde?
   Fale sobre isso. Pense em quais seriam as razões desta rebelião; mencione situações específicas. Sabe citar algum exemplo de acontecimentos recentes que ilustram a rebelião? Quer algumas dicas? Que talos lares modernos, os quebra-quebras, o Irã, e o aumento da violência?
   Com base em Romanos 1. 28-32, fale sobre a relação direta que existe entre a recusa do homem em "reconhecer a autoridade de Deus" e a cena descrita nessa passagem. O verso 32 fala de alguns indivíduos que "aprovam os que assim procedem", isto é, apóiam os que praticam atos de rebeldia. Será que não existem rebeldes "passivos"?
   Analise a diferença entre uma divergência sincera (e até humilde) e a rebelião frontal. Pode haver uma resistência genuína e necessária, sem a presença de rebelião e obstinação pecaminosas? Leia Atos 5.40-42, e veja um exemplo disso. Compare essa situação com Gênesis 4.6,7.
   E como se pode resistir ou divergir sem rebelar, no sentido maligno do termo? Pense em alguns exemplos e descreva tanto a reação errada como a certa. Ocorre-lhe algum texto bíblico que apoiem suas conclusões?

   Por último, ore sobre esse problema. Mas antes, reconheça com toda sinceridade algum aspecto de sua vida em presente rebelião. Um patrão? O cônjuge ou os pais? Um policial de uma patrulha? Há alguma "autoridade" ou pessoa em posição de autoridade que constitua motivo de irritação para você? Orem uns pelos outros, se estiver em grupo, pedindo a Deus que os ajude a superar este problema.

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