Romanos
3:9-24
“Não há temor de Deus diante de seus olhos.
Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz,
para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de
Deus. Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei,
porque pela lei vem o conhecimento do pecado. Mas agora se manifestou sem a lei
a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas; Isto é, a justiça
de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque
não há diferença.
Porque todos pecaram e destituídos estão da
glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção
que há em Cristo Jesus.“
Há
pouco mais de uma semana atrás repercutiu na mídia um crime daqueles para os
quais inevitavelmente temos nossa atenção chamada e nossa emoção aflorada.
Estamos
falando do assassinato do casal de PMs e a mãe, a tia de um deles, e o suposto
suicídio do filho, um menor de 13 anos.
Nossa
primeira e natural reação é quase sempre de incredulidade com relação a
hipótese de um filho matar seus pais, sua avó e uma tia-avó de forma planejada
e depois ir a escola no dia seguinte, e no retorno cometer suicídio.
Essa
nossa incredulidade vem em decorrência de duas ideias que teimamos em manter a
despeito do que a Bíblia nos ensina:
1.
Mantemos a ilusória esperança de haja algum resquício de bondade no ser
humano; Lutamos fortemente, indo sem sentido contrário aos fatos, acreditamos
que o homem é capaz de agir benevolentemente por si mesmo.
2.
Mantemos ainda a ilusão de que crianças são inocentes ao nascer,
mantendo um aura de bondade natural, imaginando que só a partir de uma certa
idade é que o pecado nos domina.
Ambas
as ideias caminham em sentido contrário ao ensinamento bíblico.
Vamos
trabalhar um pouco sobre o tema:
UMA PERSPECTIVA DIVINA
SOBRE A HUMANIDADE
Vejamos
três realidades sobre como Deus nos enxerga:
1.
Somos pecadores e assim
não podemos esperar nada de Deus senão sua ira.
O
texto lido relaciona as “qualidades” do ser humano.
a.
Inúteis – v12
b.
Enganosos e venenosos – v13
c.
Cheios de maldição e amargos – v14
d.
Derramadores de sangue – v15
e.
Destruidores e causadores de miséria – v16
f.
Belicosos – v17
Um
dos chamados cinco pontos do Calvinismo trata exatamente desta questão. A TOTAL DEPRAVAÇÃO DA HUMANIDADE.
O
Rev. Ronald Hanko escreve:
Quando
falamos que o homem é totalmente depravado queremos dizer que:
I.
Todos os homens, exceção feita a Jesus, são ímpios e depravados.
“O Senhor olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se
havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos e
juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um.” Salmo 14:2,3
II.
O homem é totalmente depravado. Não apenas seus atos, mas todo seu ser
inclusive seus pensamentos, suas vontades, coração e emoções.
“E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e
que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.”
Genesis 6:5
“Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa
carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza
filhos da ira, como os outros também.“ Efésios 2:3
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o
conhecerá? “ Jeremias 17:9
Somos
depravados em cada parte de nosso ser de forma completa. Não há nenhum bem em
nenhuma parte de nós.
O
Salmo 14, o único que é repetido, igual ao 53, diz nos versos 2 e 3:
“O
Senhor olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum
que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos e juntamente se
fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um.“
2.
Somos sempre pecadores
desde a nossa concepção.
A
ideia que nascemos puros e vamos nos tornando impuros a medida que pecamos é contrária
ao ensinamento bíblico.
No
Salmo 51 verso 5, Davi declara de forma clara: “Eis que em iniquidade fui
formado, e em pecado me concebeu minha mãe.”
O
verso 19 do texto de Romanos lido diz que todo mundo é culpável diante de Deus.
Pecado
original, significando o pecado derivado de nossa origem, não é uma expressão
bíblica (foi Agostinho quem a cunhou), mas é uma expressão que traz a uma
proveitosa focalização a realidade do pecado em nosso sistema espiritual.
A
asserção de pecado não significa que o pecado pertence à natureza humana como
Deus a fez ("Deus fez o homem reto", Ec 7.29), nem que o pecado está
envolvido no processo de reprodução e nascimento (a impureza ligada à
menstruação, esperma e parto, em Levítico 12 e 15 era somente típico e cerimonial,
não moral e real), mas sim que;
a.
A pecabilidade marca todos desde o nascimento, e está lá na forma de um coração
motivacionalmente torcido, anterior a quaisquer pecados reais;
b.
Esta pecabilidade interior é a raiz e fonte de todos os pecados reais;
c.
Ela nos vem por derivação de uma forma real, embora misteriosa, desde Adão,
nosso primeiro representante diante de Deus.
A
afirmação do pecado original indica intrinsicamente que não somos pecadores porque
pecamos, mas sim que pecamos porque somos pecadores, nascidos com a
natureza escravizada ao pecado.
Mas
se nosso sermão terminasse aqui, iríamos todos para casa entristecidos e sem
qualquer expectativa, mas literalmente GRAÇAS A DEUS, temos uma terceira
forma de enxergar o homem a partir da perspectiva de Deus que faz toda a
diferença para aqueles que são alcançados por ela.
3.
Somos puros aos seus
olhos, mediante a justificação em Cristo, e assim reconciliados com o Pai.
Do
verso 21 em diante do texto de Romanos vem-nos música aos ouvidos. Alguns fatos
claros nos são apresentados:
a.
Todos pecaram e estão afastados
de Deus – v23
b.
A justiça de Deus se manifesta pela fé – v21 e 22
c.
A justiça alcança a todos que creem – v22;
d.
A justiça é feita gratuitamente – v24;
e.
A justiça está apenas no Sangue de Cristo – v24.
Por
nós mesmos estaríamos fadados a nos submetermos ao mal completamente, sem
escapatória, sem exceções.
Entregues
a nossa natureza nada de bom, nem qualquer possibilidade de aproximar-nos de Deus
existiria.
Mas
a graça de Deus nos surpreende de tal forma nos transformando a natureza que
podemos voltar a estar perto do Pai.
Conclusão
Não
sabemos ainda com absoluta certeza o que aconteceu naquela casa. Pode ter sido
ou não um ato tresloucado do adolescente.
Mas
de uma coisa podemos estar certos, ao olharmos a Palavra de Deus. Por nossa
natureza, somos fadados a brindar o mal, e somente a graça de Deus sustem ainda
de pé sua criação, mas a única possibilidade que temos que reverter esse quadro
de maldade intrínseca é nos entregarmos de forma cabal a aspersão do sangue
justificador de Jesus Cristo e assim sermos purificados. Não por nossa própria
iniciativa ou mérito, mas apenas pela graça revelada e doada por Deus àqueles
que creem em seu filho e em seu sacrifício.
Pense
nisso e, se ainda não tomou essa decisão, não espere, entregue-se a Cristo e ao
seu poder, receba a salvação e a justificação que só está em Cristo Jesus.
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