
O Patrimônio Interior do Cristão Neste Mundo em Cristo.
O objetivo desta lição e levar o leitor a refletir profundamente, a meditar muito sobre os comos e porquês, numa época em que a atitude mais popular é "não se envolver. Esperamos que o leitor "Firme Seus Valores" e maneira desafiadora.
Martinho Lutero disse:
"Quem prega o evangelho em todos os seus aspectos, menos nas questões relacionadas com os problemas de seu tempo, não está pregando o evangelho."
Embora ele fosse um monge do século XVI sua mensagem é um apelo à relevância. E foi com muita coragem que ele se aplicou às causas que realmente Importavam. Ele viu a igreja "doente", paralisada pela tradição, corrupção e apatia. Ele removeu os entulhos secos de uma formalidade sem sentido, desafiou interpretações bíblicas inexatas, e pregou toda a verdade, correndo o risco de ser considerado herege. E à medida em que o Espírito Santo lhe dava novas revelações e forças para prosseguir destemidamente, ele deu pulso firme a um novo grupo de cristãos - os "protestantes" - levando-os a uma reforma da igreja, um movimento que estava destinado a dar ao mundo os elementos essenciais da fé. Admiramos o trabalho dele até os dias de hoje.
Mas, talvez tenhamos necessidade de uma "nova" reforma. Nessas duas últimas décadas do século XX, os cristãos precisam de uma palavra nova, vital, para nosso tempo. Não novas revelações. Nem novas doutrinas. E nem mesmo um novo sistema teológico, necessariamente. O que precisamos é uma mensagem, firmemente ancorada em bases bíblicas, que tenha um sabor de relevância - de realidade autêntica. É a mesma verdade antiga, na linguagem de hoje. Nos dias de Lutero, isso implicou numa coisa: a necessidade de esclarecimentos para dissipar a ignorância.
Hoje implica em outra: uma nova forma de comunicação para dissipar a indiferença.
DISCIPULADO
“Discipulado é um trabalho cuidadoso e silencioso”
LEITURAS BÍBLICAS
Mateus 28:16-20
Marcos 3:13,14
Atos 4:12,13
Lucas 14:25-33
Romanos 12:1,2
Filipenses 2:3,4
João 8:28,50 ; 6:38
Mateus 4:20,22
INTRODUÇÃO
Uma palavra que circulou muito pelos meios evangélicos
durante os anos 70 e 80 foi "discipulado". Parecia que todo mundo
havia assumido a ideia.
O discipulado nos chama a atenção para sairmos da
exclusividade das cruzadas evangelísticas e do simples atendimento aos cultos,
para nos preocuparmos com a vida do "corpo" (outra palavra que ficou
popularizada). É importante personalizar nossa fé, tirando as pessoas das
arquibancadas e colocando-as no campo do jogo. O discipulado tem essa
propriedade.
QUEM É O AUTOR DA IDÉIA
Deus tem usado muitas organizações para aperfeiçoar as
técnicas do discipulado, mas ele é o único que detém a patente original. É
importante que lembremos disso. Se isso tivesse nascido no coração de um
homem, teríamos motivos para questionar a validade da coisa. Poderíamos optar
por um método melhor. Poderíamos até mesmo chamá-lo de "modismo". Mas
como foi Cristo mesmo quem "gravou" o primeiro disco, a ideia merece
toda a nossa atenção e pede um empenho total de nossa parte.
Pensemos na vida e no ministério de Jesus.
Diferentemente dos ministros profissionais de sua época, ele não se conformou
aos moldes da religião formal. Seu ministério não se encaixou dentro da
estrutura padronizada dos rabinos do primeiro século. E já começou de modo
diferente: ele simplesmente chamou alguns homens para segui-lo. Nada de
programas espetaculares para atrair multidões, nada de campanhas grandiosas,
nem mesmo um planejamento para abrir uma escola, onde se ensinaria as pessoas a
pregar. Não, ele apenas reuniu em torno de si um punhado de homens com os quais
teve comunhão íntima, e fez deles o ponto central de todo o seu ministério.
COMO FUNCIONA
Para entendermos o que é realmente o discipulado,
precisamos examinar a técnica. que Jesus empregou para treinar os discípulos.
Marcos 3:13-14
"Depois subiu ao monte e chamou os que ele mesmo
quis, e vieram para junto dele. Então designou doze para estarem com ele e para
os enviar a pregar."
Jesus está dando início ao seu ministério. Está
lançando as bases de sua estratégia. E o mais interessante é que ele começa de
maneira silenciosa e cuidadosa. Ele sai à parte, traça um plano bem pensado,
escolhe aqueles que irá preparar para o trabalho e depois faz a sua
comunicação. Esta é seguida pela indicação. A escolha que fez foi definida e
certa. Aparentemente, havia muitas outras pessoas ao seu dispor, mas ele
limitou o grupo a doze pessoas. Mais tarde iria haver um envolvimento. E o
verso não apenas apresenta os fatos; ele contém também a ordem dos
acontecimentos. Primeiro, aqueles homens iriam estar "com ele" - o
currículo constava de uma boa comunhão com o Senhor. Não havia nada de
aparatoso, nem atraente, nem de intelectualmente sofisticado. Era só passar um
bom tempo na companhia dele. Por último, vinha o comissionamento, pois ele os
enviaria "a pregar".
"O mais interessante com relação a esses homens é
que, a princípio, nenhum deles parece ser o que chamaríamos de influente.
Nenhum deles ocupava lugar de destaque na sinagoga, e nenhum pertencia ao corpo
sacerdotal levítico. Na sua maioria eram operários, que provavelmente tinham
como formação apenas os rudimentos necessários à sua profissão. Talvez alguns
deles fossem de famílias que possuíam algum recurso, como os filhos de Zebedeu,
mas nenhum poderia ser considerado rico.
DEDICAÇÃO TOTAL
O que significa
Uma leitura no texto a seguir pode nos dar uma visão
mais clara do que é ser discípulo. Muito além de apenas seguir o mestre
Lucas 14:25-33
“Ora, iam com ele grandes multidões; e, voltando-se,
disse-lhes: Se alguém vier a mim, e não aborrecer a pai e mãe, a mulher e
filhos, a irmãos e irmãs, e ainda também à própria vida, não pode ser meu
discípulo.
Quem não leva a sua cruz e não me segue, não pode ser
meu discípulo. Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se senta
primeiro a calcular as despesas, para ver se tem com que a acabar? Para não
acontecer que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar,
todos os que a virem comecem a zombar dele, dizendo: Este homem começou a
edificar e não pode acabar.
Ou qual é o rei que, indo entrar em guerra contra
outro rei, não se senta primeiro a consultar se com dez mil pode sair ao
encontro do que vem contra ele com vinte mil? No caso contrário, enquanto o
outro ainda está longe, manda embaixadores, e pede condições de paz. Assim,
pois, todo aquele dentre vós que não renuncia a tudo quanto possui, não pode
ser meu discípulo.”
Jesus fala contundentemente de três coisas que nos
impedem de ser discípulos.
· Não
aborrecer a pai e mãe e a própria vida;
· Não tomar a
sua própria cruz;
· Não
renunciar a tudo que possui.
Lembremos ainda que claramente Jesus nunca demonstrou
preocupação com quantidade e sim com qualidade.
Relacionamentos pessoais
Nossa lealdade tem que ser sempre primeiramente para
com Deus, sobrepondo-se a família, amigos e o que mais houver. Jesus não ensina
a tratar as pessoas próximas com raiva, mas elas não podem nunca ter mais
importância do que o próprio Deus.
Planos e desejos pessoais
Jesus não estava ensinando a irmos para a morte com o
castigo pesado da cruz. O assunto é compromisso, dedicação total, além de
qualquer plano pessoal de vida. Viver a vida que Deus tem para nós.
Posses pessoais
Mais uma vez, Jesus não está literalmente dizendo que
devemos jogar tudo para o alto para segui-lo, mas que nossas posses e bens não
podem ser nosso objetivo de vida e sim
meio de servi-lo
POR QUE A AVALIAÇÃO É TÃO CUSTOSA?
Existe uma compreensão equivocada muitas vezes do
texto já visto de Lucas 14. Vejamos que aí que Jesus usa duas figuras, a da
construção e da guerra, para mostrar porque seus termos são tão rígidos. Ambas
deixam claro que há altos custos e que é necessária uma pré-avaliação antes de
uma empreitada. Em momento algum, porém, Jesus diz que nós é que devemos fazer
os cálculos. Nos dois casos o cálculo sempre é feito pelo encarregado, não são
os pedreiros nem os soldados.
Jesus neste texto está falando de si mesmo. Ele já
avaliou os custos e sabe quantos soldados precisa para ganhar a luta. Se essa
ideia lhe parece difícil de entender como mensagem lembre desse texto, lembre
que afinal todo plano e execução está na mão de Deus.
Mas então porque os custos são tão altos? Veja bem, o
edifício projetado por ele, tem que ter os melhores operários, muito bem
qualificados. E a batalha empreendida por ele precisa dos melhores soldados,
note que o número de soldados é bem menor, mas mesmo assim espera-se a vitória.
Ou seja como discípulos Jesus não admite meio termo
ele quer pessoas que encarem o desafio com seriedade e preparo.
CONCLUSÃO
Para o verdadeiro discípulo, não há como fugir de um
aprofundamento na palavra de Deus, uma vida de oração em comunhão com Deus e
uma profunda noção da seriedade e urgência da tarefa imputada a ele. Mas saiba
que na verdade Deus é que estará sempre no controle de tudo. Para a maioria ser
discípulo implicará em pagar altos preços, abrindo mão de situações estáveis,
dedicação pessoal, correr riscos. Mas não pense que essa é uma tarefa
insuportável de cumprir, porque você não estará só. Fique a sós com Deus e peça
a ele que o capacite para ser um discípulo.
QUESTÕES PARA DEBATE
• A
palavra-chave dos anos setenta foi "discipulado". Nós a empregamos
indiscriminadamente na igreja, nas organizações missionárias, e os escritores
sempre inseriam em seus livros longos capítulos sobre o assunto. Mas o que
significa discipulado? Você sabe definir discipulado? Tente defini-lo em duas
ou três sentenças.
• Nesta lição,
analisamos o texto de Lucas 14.25-33. Vimos em primeiro lugar que Jesus disse
essas palavras para "reduzir as fileiras" de seus seguidores. Por que
será que ele teria feito isso? Como podemos relacionar isso com o discipulado?
E enquanto discutimos esse assunto, responda a seguinte pergunta: todos os
crentes são, automaticamente, discípulos? Justifique sua resposta.
• Ao explicar
melhor a ideia do discipulado, Jesus abordou três áreas de nossa vida que
muitas vezes nos causam dificuldades. Releia os versos 26 a 33 de Lucas 14, e
veja se sabe identificar essas três áreas. Fale alguma coisa sobre cada uma
delas. Uma delas lhe dá mais trabalho do que as outras? Diga por quê.
• Em Lucas
14.28-33 (releia esties versos), Jesus apresenta algumas ilustrações com o
objetivo de esclarecer bem essa questão de tornar-se discípulo dele. Relendo os
versos, veja se consegue explicar como eles estão relacionados com o assunto.
Nos dois casos, ele fala de uma pessoa que se senta para planejar um
envolvimento numa empreitada (vs. 28, 31). Debata a importância do que está
implícito nisso.
• Por último,
pense seriamente na possibilidade de participar do crescimento espiritual de
outrem. Nesta nossa era de distanciamento e isolamento, a coisa mais natural é
tratar os outros sempre à distância, e manter uma certa indiferença uns para
com os outros. Debata sobre o valor de nos aproximarmos mais dos irmãos. Cite
duas ou três bênçãos decorrentes do trabalho com pequenos grupos e até de um
relacionamento individual. Peça a Deus que o leve a realizar um ministério
desse tipo, durante este ano.
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