Pense um pouco e veja quantas vezes você já viu lideranças e
outros diante de conflito de pensamento e ou ação de outros usar a frase:
“vocês deviam se entender, não é bom que haja discordância” ou “alguém tem que
ceder”. E diante do impasse saem com a pérola do abecedário da omissão “Não
tenho como decidir”, ou a receita “Vamos deixar como está para ver como é que
fica”. Tenho visto este tipo de postura em vários locais onde transito.
Não quero dizer que todo conflito deve ser arbitrado, muitos
podem e devem ser resolvidos na esfera da conciliação entre os dois lados
conflitantes, mas alguns chegam a situação a qual alguém vai ter que arbitrar a
decisão. Decisão essa que pode desagradar e trazer incomodo a um dos lados, e
aí se manifesta a forma mais covarde de liderança que é a omissão. As vezes por
interesse pessoal do líder ou mesmo do seu medo de pela sua decisão ele mesmo
se ver como parte do conflito.
Como disse, já vi esse tipo de atitude em várias esferas da
minha vida, pessoal e profissional, mas queria tratar do assunto no ambiente
onde mais tenho visto essa atitude se manifestar, no meio da igreja.
Antes de mais nada, não é uma questão doutrinaria, nem
tampouco quero formular uma regra de ação, pois entendo que cada caso merece
uma análise específica. Creio que seja uma questão de princípios.
E em se tratando de princípios e de vida cristã no seio de
uma igreja, vamos pensar em termos bíblicos.
Não sei se alguém conhece um texto bíblico que dê base, eu
pessoalmente não conheço nenhum, ao entendimento de que todo conflito é um
equívoco, um erro, ou mesmo um pecado. Nem me venham com aquele em que se diz no que for possível tendes paz com todos. No meio tem a palavra POSSÍVEL.
E nem que ceder sempre, aparentemente
uma postura de humildade, seja a atitude sempre correta. Pelo contrário o
evangelho quase sempre nos leva a um conflito de posicionamentos e atitudes, notem
que não falo de brigas, e sim de contraditórios, apesar de que em alguns
momentos atitudes mais duras precisem e devam ser tomadas. O medo e a omissão
nunca são vistos como boa atitude. Preocupo-me muito mais com uma vida de
acomodação do que com uma vida de conflitos, não que a segunda seja a ideal,
mas pelo menos esta torna claro o que está errado, enquanto aquela esconde,
camufla os erros, e tende a tornar a vida estéril, onde tudo passa a ser apenas
uma encenação. E aquilo que precisa ser feito nunca o é porque pode causar
algum mal estar por tirar alguém da sua zona de conforto.
Não entendo o evangelho como uma grande poltrona confortável
a partir de onde podemos ver passar na TV a vida sem interagir e deixar apenas
as coisas acontecerem.
Mesmo essa opinião aqui gerará algum conflito.
Espero que
sim, caso contrário ela não terá alcançado seu objetivo.
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