Para quem porventura não entenda o porque do último post falar
ser um sermão autobiográfico, peço que leia este post:
E depois pode ler o texto abaixo que é uma espécie de
conclusão do Sermão no Salmo 131, pregado na abertura da IXa Reunião Ordinária
do PRPE.
Essa mensagem para mim tem um significado muito especial, de
certa forma até um tanto quanto auto biográfica.
Na minha relação com esse concílio vivi e passei por vários
momentos, desde festivos até angustiantes.
Alguns sabem, outros não, sempre fui e continuo sendo, mesmo
me reconhecendo como Presbiteriano até o fundo da alma, meio refratário a vida
conciliar. E teria uma lista enorme de razões para justificar meu sentimento.
Minha entrada no PRPE ocorreu quase por acaso, quem deveria estar presente no
já meio distante ano de 2004 era o Presb. José César como representante da 1a
IPB Petrolina, a mais ou menos uma ou duas semanas do concílio ele foi chamado
para assumir um cargo de um concurso que ele havia feito, e eu que estava como
suplente apenas porque tinha que ter um suplente terminei indo, e daqui não
mais sai, muito por culpa de dois pastores que amo e respeito. Já se vão oito
anos, e todos eles na mesa do concílio. A exceção da secretaria executiva,
passei por todos os cargos.
Mas o que quero falar e que justifica eu dizer que a mensagem
de hoje é um tanto quanto auto biográfica, é que neste período Deus me desmamou
de uma forma que eu não esperava. Foi moldando cada vez mais em mim a
consciência da minha pequenez diante dEle e de seus planos.
Pode ser que algumas partes de meu relato revolvam algumas
questões um tanto quanto penosas, mas me permitam algumas indiscrições,
tentarei não entrar em detalhes.
Durante este período, já no primeiro ano tive que conviver e
absorver o ego desmedido de alguns líderes do SGA e do então PRPV ao
menosprezarem publicamente o esforço de uma igreja inexperiente em hospedagem e
que de uma hora para outra teve que hospedar dois concílios ao mesmo tempo. Num
esforço lançado às costas de uma única pessoa.
Mas a partir de 2008 quando cheguei a presidência do PRPE sem
que em nenhum momento tivesse almejado tal encargo, e mesmo que alguns não
acreditem, faço uso das palavras de Davi, e afirmo que nunca almejei
coisa grandiosas para mim. Foi principalmente a partir daí que vi Deus me fazer
passar por um processo de moagem que eu não entendia, e ainda não entendo
completamente, em muitos momentos, do porque. Cheguei por várias vezes a
questioná-lo mas a resposta que recebi foi a mesma de Jó, quem és tu para me
questionar.
Logo no primeiro ano passei por uma experiência de quase
perder a capacidade de andar, num tolo acidente de moto. Acidente que me levou
a presidir uma extraordinária sem poder sequer me levantar da cadeira de rodas,
mas foi nessa condição de cadeirante que tive que empreender uma viagem, e
talvez essa condição tenha ajudado no desfecho da questão com uma solução
adequada para resolver um impasse criado entre uma soberba prepotente e ingênua
e uma rebeldia arrogante. No mesmo ano tive a tristeza de perder minha mãe, e
durante sua fase de internação hospitalar ter que deixa-la no Rio para presidir
um tribunal, fruto mais uma vez de uma questão surgida pelo ativismo egoísta e
orgulhoso ante um orgulho sobrepujando a prudência. Mais uma vez Deus foi me
ensinando que meus problemas pessoais eram muito pouco ante a necessidade de se
gastar pela conciliação que ajudasse sua igreja.
Em 2009 tivemos mais uma vez que resolver uma questão surgida
pela rebeldia e a arrogância mesmo que revestida de ingenuidade para nos
calarmos ao ver um homem de Deus ser acusado de enviado de Satanás após uma
simples leitura bíblica. Isso por comunicar uma decisão do concílio que
desagradava a alguns.
Quando falo em auto biografia, é porque em outros tempos,
antes de que Deus me ensinasse muitas coisas me moendo, esse tipo de acusação
teria gerado não um silêncio obsequioso, mas sim uma reação destemperada.
E por fim em 2010, tive que passar por uma das piores
experiências de minha vida ao dirigir um processo, e mesmo que alguns não
acreditem, de maneira absolutamente isenta, Deus me é testemunha disso, que
levou ao afastamento daquele que juntamente com outros dois pastores que tive o
prazer de conviver, um na minha adolescência e outro já adulto em Maceió, me
deram prova cabal de que muitos realmente entram nesse caminho por uma vocação
genuína.
Recebem-se muitas lisonjas, muitas interesseiras quando as
coisas caminham confluentes ao interesse do lisonjeador. É difícil resistir,
mas a certeza de isenção e imparcialidade é de alguma forma consoladora, Deus
dá-nos algum alívio sempre.
Críticas, na maioria das vezes mordazes, feitas de forma
oculta e sem conhecimento dos detalhes.
Existe uma frase que fala da Solidão do Poder, ninguém se
engane, estar a frente é quase sempre muito solitário. Se ouve muito, na
maioria das vezes coisas que não gostaria ou mesmo não precisaria ouvir, mas há
muito poucos com quem conversar, desabafar, compartilhar. E foi mesmo aí, ou
exatamente aí, que Deus me moeu, me ensinando que não devia confiar em mais
nada. Nada poderia me apoiar a não ser Ele próprio.
Nunca pedi nada demais pra mim, e gostaria de ainda ter
voz para cantar uma música do extinto Grupo Elo:
Não quero nada demais pra mim.
Provavelmente essa seja a última vez que vocês me vejam,
sendo ou não, e gostando ou não das palavras ou da forma, guardem o fato,
bíblico, de que devemos nos abster de procurar algo grandioso para nós mesmos e
que o caminho correto para apaziguar nossa alma e agradar a Deus é fazer calar
nossa alma, nos aquietar, nos aconchegarmos em Deus deixando que seu amplexo
nos proteja e conforte e simplesmente esperar confiante que Seus planos
se concretizem em nossas vidas, desde agora e para sempre.
E me acreditem como estou feliz em ter a certeza que dependo
exclusivamente e unicamente de Deus e que por isso não preciso de mais nada
para usar as palavras de Paulo aos Filipenses:
“Em tudo me encontro contente”.
Comentários
Postar um comentário