Dias desses visitando uma outra cidade onde meu filho prestava vestibular visitei uma Igreja Presbiteriana.
Culto Dominical Matutino, Sou recepcionado por duas belas jovens sorridentes, me sinto entrando numa convenção ou loja. Sento-me e espero o culto iniciar, minha liberalidade foi posta a prova ao ver um irmão adentrar ao templo de bermuda acompanhado de sua esposa e seu bebê de colo.
Dei um freio em minha veia conservadora e admiti que não era nada demais em se tratando de uma cidade em que as temperaturas beiram os 35o graus facilmente, apesar que o templo era climatizado, e que não faz parte da cultura brasileira adentrar a nenhuma solenidade de bermudas.
Daí a pouco entra uma jovem, de seus 19 ou 20 anos, de short, jeans, daqueles que se usam para ir a praia, bem curto. Foi um pouco além da conta para minha liberalidade.
Mas continuei no meu intento de participar do culto, e começou. Liturgia moderna: Uma leitura, Uma Oração, Uma música, Duas músicas, Tres músicas, Quatro Músicas, Cinco Músicas. Numa dessas a inevitável confraternização com o inevitável arrastar de cadeiras e beijinhos nas bochechas e muito bom dia, como vai? e passeou ops! Paz do Senhor.
Depois de 5 músicas, a mensagem, altamente antropocêntrica. Depois mais música, 1,2,3,4 e FIM.
Detalhe que durante as músicas a moça do ML, que tinha até uma voz agradável, ao invés de cantar ficava se esgoelando em frases de ordem do tipo: VEM SENHOR! DERRAMA SENHOR! TOCA SENHOR! e por aí vai.
Cerca de um mês depois voltei a essa mesma cidade para uma segunda etapa do vestibular de meu filho e resolvi ir na Primeira Igreja Presbiteriana desta cidade pensando que em geral as liturgias são mais tradicionais.
Chegando lá, fui recebido por uma diácono, bom sinal, mas parou por aí. Culto noturno começado é citado que teremos uma cantata de natal, chamada a equipe de louvor, foram tres músicas até bem escolhidas porém dessa vez era o senhor que ao invés de cantar ficava repetindo os comandos de acionamento divino.
Estávamos sentados em um banco do meio para o fim da igreja e nos surpreendemos como uma irmã chamando outra que estava 4 bancos depois aos berros enquanto a música rolava.
Bem, começou a cantata. Regionalizada como tudo tem que ser hoje em dia, já que somo obtusos demais para entender a mensagem de outra forma.
José e Maria viraram ribeirinhos na Amazônia, Belém da Judéia virou Belém do Pará. Os pastores eram tropeiros gaúchos que passaram em Brasília e conversaram com Herodes, Lula? Os Magos não apareceram mas se tivessem aparecido estariam levando um saco de castanhas, uma tigela de açaí e o DVD da banda Calypso.
Mas a cereja, diga-se estragada, do bolo foi a entrada do Anjo Gabriel para anunciar a Maria o nascimento de Jesus, nem falo da questão histórica de trocarem o local da anunciação para Belém, mas por ter sido representado por uma jovem dançando balé. Que fofo heim? Durante cinco minutos Gabriel fluiu entre os personagens em lindos e saltitantes passinhos de balé.
Acho que até hoje Miguel e todos os Serafins, Querubins e Surubins estão rindo, curtindo com a cara de Gabriel.
Minha liberalidade, fiquei consciente disso, ainda é muito incipiente, depois de dois momentos de confraternização durante o culto (!?) saí com meus filhos com a nítida consciência que naquele domingo a noite eu faltei ao culto de adoração a Deus.
Nem vou falar da mensagem, porque aí alguns vão achar que sou rabugento.
Isso tudo, das duas igrejas foi filmado e transmitido pela IPBTV.
Coitado do Gabriel.
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