INTRODUÇÃO
Nesta lição, João nos mostra a importância da força
do amor cristão entre os irmãos. Na igreja cristã, o amor não é apenas expresso
através de demonstrações de respeito; é também expresso através da abnegação e
da atitude de servir (Jo 15:13). O amor deve ser a força unificadora e a marca
identificadora da comunidade cristã. O amor é a chave para andarmos na luz,
porque não podemos crescer espiritualmente, enquanto odiamos os outros.”Aquele
que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há tropeço” (I Jo 2:10). Nosso
crescente relacionamento com Deus resultará no crescimento de nosso
relacionamento com as outras pessoas (I Jo 2:9-10).
I - A ORDEM DE AMAR NO A.T.
No Antigo Testamento podemos encontrar a força do
amor revelado na legislação mosaica, onde era revelado o caráter de Deus, pois
Deus é amor. “Não te vingarás, nem guardareis ira contra os filhos do teu povo;
mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor” (Lv 19:18). “Por
amor de Davi, teu servo, não faças virar o rosto do teu ungido.” (Sl 132.10).
Naquela época eles achavam que só deveriam amar os amigos, porém os inimigos
eram descartados(Sl 139:19-22; 140:9-11; Pv 24:28-29; Pv.25:21,22; Lm.
3:30-31).”
II - A ORDEM DE AMAR NO N.T.
No Novo Testamento a força do amor recebe uma nova
roupagem revelada por Jesus, que a interpretava de um modo radicalmente novo
“Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos ameis a
vós, que também vós uns aos outros vos amei. Nisto todos conhecerão que sois
meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13:34-35). Jesus mostrou
esta questão de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo
(Mt 22:36-40).
As palavras de João enfocam a atitude que nos leva
a ignorar ou menosprezar os outros, tratá-los como competidores, inimigos ou
pessoas irritantes (Mt. 5:43-47). O amor cristão não é um sentimento, mas uma
escolha. Podemos escolher nos preocupar com o bem-estar das pessoas e tratá-las
com respeito, sentindo ou não afeto por elas. Se escolhermos amar os outros,
Deus nos ajudará a expressar o nosso amor (Mt 5:43-48; Rm 13:9-10).
III - ATRIBUTOS DO AMOR
São qualidades desenvolvidas pelo cristão em sua
vida cotidiana. Os atributos podem ser divididos em dois grupos: naturais e
morais. As qualidades morais de Deus podem e devem ser encontradas no ser
humano: o amor, santidade, justiça e verdade. A partir do momento que nos
convertemos a Cristo, nossa vida é moldada pela transformação de vida, a Bíblia
nos relata que: quem está em Cristo nova criatura é (….), eis que tudo se fez
novo (II Co 5:17; Cl 3:10; Ef 4:23-24). Para evidenciarmos a nossa salvação é
preciso vivenciar alguns destes atributos. O verdadeiro amor deve emanar do
coração. Vejamos alguns exemplos:
3.1 O bom samaritano- A parábola
do bom samaritano destaca a verdade de que compaixão e cuidado são intrínsecas
à fé salvadora e á obediência a Cristo. Amar a Deus deve ser também amar ao
próximo. (Lc 10:33). A vida e a graça que Cristo transmite aos que o aceitam
produzem amor, misericórdia e compaixão pelos necessitados e aflitos. Esse amor
é um dom da graça de Deus através de Cristo. O crente tem a responsabilidade de
viver à altura do amor do Espirito Santo tendo, dentro dele, um coração não
endurecido.
Quem afirma ser cristão, mas tem o coração insensível
diante do sofrimento e da necessidade dos outros, demonstra cabalmente que não
tem em si a vida eterna ( Mt 25:41-46; I Jo 3:16-20).
3.2 Compaixão pelas multidões errantes-A Bíblia
nos mostra que o Senhor veio buscar o que se havia perdido, independentemente
do seu status, Jesus teve compaixão das almas perdidas (Mt 10.33; Mc 6:34; Lc
7:13; Lc 15:20)
3.3 Os misericordiosos - São
aqueles que estão cheios de compaixão e dó para com os que sofrem por causa do
pecado ou de aflições. Os misericordiosos desejam minorar os sofrimentos,
conduzindo os sofredores á graça de Deus por meio de Jesus Cristo ( Lc
10:30-37;Hb 2:17; Mt 5.7).
3.4 Não amar somente de discursos - João
nos mostra que o amor não só deve ser de palavras, nem de língua, mas por obra
e verdade (I Jo 3:18).
IV - O AMOR DEVE SER VIVIVENCIADO POR OBRAS E POR
VERDADE
O amor é um sentimento que envolve ação. A Palavra
de Deus nos diz: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho
unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna. Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós,
sendo nós ainda pecadores.” (Jo 3.16; Rm 5.8). O próprio Jesus disse: “Ninguém
tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.” (Jo
15.13).
Assim, devemos demonstrar o nosso amor, uns para
com os outros, não apenas de palavras, mas, principalmente, com ações. O
apóstolo João diz: “Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão
necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus?
Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em
verdade.” (I Jo 3.17,18). E, o apóstolo Tiago nos adverte dizendo: “E sede
cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos
discursos.” (Tg 1.22).
O verdadeiro amor deve ser:
4.1 NÃO SÓ DE PALAVRAS -
Existem pessoas que amam de palavras, porém é preciso ação, sentimento
verdadeiro. Há uma exigência, há uma praticidade do verdadeiro amor. (I Jo 2:1)
4.2 NÃO COM FINGIMENTO -
Existem pessoas que amam aparentemente, porém a Bíblia nos diz que o amor seja
sem hipocrisia (Rm 12:9; I Pe 1:22)
4.3 NÃO COM HIPOCRISIA -
Hipocrisia no hebraico significa: “hanep”, poluído, impio, no
grego:”hypkrisis”, resposta de um ator.(II Ts:2:1-3). É aquele que é demonstrado
com fingimento ou por simulação.
V - JOÃO NOS
ADMOESTA A DEMONSTRAR O AMOR, POR TRÊS RAZÕES:
5.1 O amor é a própria natureza de Deus (I Jo
4:7-9), e ele o demonstrou ao dar o seu próprio filho por nós (I Jo 4:9-10).
5.2 Por que Deus nos amou, nós, que temos
experimentado o seu amor, perdão e ajuda, temos a obrigação de ajudar o
próximo, mesmo com grande custo pessoal.
5.3 Se amamos uns aos outros, Deus continua a
habitar em nós, e o seu amor é um nós aperfeiçoado (I Jo 4:12).
VI - O AMOR
É A CULTIVAÇÃO, O FRUTO DO ESPIRITO SANTO
6.1 O amor é o primeiro fruto do Espírito na alma e
na vida de uma pessoa, e torna-se o solo no qual todos os demais frutos crescem
(Gl 5:22).
6.2 Como o produto supremo do Espírito, o amor
torna-se a força por detrás de todos os dons espirituais, sendo maior que
qualquer deles, isoladamente ou em conjunto (I Co 13:1-8).
6.3 Deus nos confere o seu amor, pela operação do
Espírito na alma. Se o amor estiver ausente, então é que o Espírito não habita
em nós.
6.4 O amor é um mandamento “atemporal”, isto é,
aquele que independe do tempo. Ele não precisa de tempo para amar. Um amor
espontâneo, sincero e verdadeiro.
CONCLUSÃO
O apóstolo João, nesta lição, abordou os principais
aspectos da força do amor cristão. Esta virtude é demonstrada no A T. e no N.T.
de forma especifica, ensinado por Jesus Cristo em diversos ângulos da vida
cristã. O amor deve ser colocado em prática, não só de palavras mas com ações e
atitudes sinceras. Sem fingimentos ou hipocrisias; mas de verdade e sinceridade.
Não podemos viver uma vida de dualidades, portanto uma vida respaldada na
Bíblia sagrada, “O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da
lei é o amor” (Rm 13:10).
REFERÊNCIAS:
ALMEIDA, João Ferreira de, 1995- Bíblia de Estudo
Pentecostal, Ed. Revista e Corrigida. CPAD
OLIVEIRA, Raimundo Ferreira de, - As grandes
Doutrinas da Bíblia. Rio de Janeiro,CPAD,1987
STANLEY,M. Horton. 1996, Teologia Sistemática. Rio
de Janeiro,CPAD,1996.
R. N. CHAMPLIN,Ph.D, O Novo Testamento
Interpretado- Versículo por versículo. Ed. Hagnos, 2002.
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