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os meus, OS SEUS, os nossos PECADOS


A despeito de nosso discurso baseado na graça, recorrente em nossas igrejas, vivemos ainda debaixo da lei no nosso dia a dia.

A idéia presente dos sete pecados capitais, mesmo que os nossos não sejam sete, se faz comum em nosso meio.

Não concordam. Tente então de uma forma honesta buscar dentro de si aquilo que voce considera como pecado imperdoável. Está com dificuldade de ser honesto consigo mesmo? Pense naquilo em que voce enxerga de primeira como sinal de pecado de uma pessoa fora da igreja e depois pense qual seria sua reação se esse mesmo pecado fosse cometido por um irmão seu, de sua igreja.

Talvez neste momento, se voce o fez, seu estômago comece a revirar um pouco. 

Na maioria de nossas igrejas infelizmente, existem dois pecados capitais, imperdoáveis, e sobre os quais nós temos o hábito de enxergar que os crentes verdadeiros são invencíveis em relação a eles. Experimente cair no pecado de adultério ou deixe de dar o dízimo na igreja.

Todos os demais pecados são toleráveis, posso mentir, humilhar o irmão, ser soberbo, ganancioso, mesmo fraudar, isso tudo é tolerável, mas experimente as pessoas tomarem conhecimento que voce cometeu algum deslize na área sexual, ou deixe de ir a todos as reuniões da igreja, ou ainda falte com seu dízimo.

O que mais escuto nas igrejas é o clamor acusador a todos que incorreram nestas falhas. Tanto mais se isso é feito por um expoente da comunidade.

Tenho visto homens ilibados baterem no peito com orgulho de sua fidelidade de dizimistas, mas que são incapazes de demonstrar piedade perante a dor de outrem, bastiões da moral que jamais dirigem uma palavra de carinho a sua própria família, frequentadores assíduos de reuniões na igreja mas que nunca convidaram um irmão para lhes fazer uma visita em casa.

E continuamos a criar rituais, modelitos cristão de viver e ser, vilipendiando o sacrifício de Jesus Cristo, colocando atos que melhoram nossa justificação, vivendo um evangelicalismo também presente nas instituições mais tradicionais, as reformadas, não indo além duma religião judaizante sempre afastada da graça, e do perdão do verdadeiro evangelho.

Que Deus tenha piedade de nós e nos cure de nossa hipocrisia reinante. 


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