João 11:1-14
Somos
constantemente bombardeados pela suposição de que Deus nos ama tanto que fará
tudo para nos agradar, gostamos da idéia de estarmos no centro de tudo.
Mas
existe uma questão que para nós talvez seja difícil de entender que é o
fato de que o centro de tudo é o próprio Deus. Deus tem a si mesmo no
centro de tudo e como isso se relaciona com o Seu amor por pecadores como nós.
A
maioria das pessoas não vê de imediato a paixão de Deus pela Sua glória como um
ato de amor.
A
principal razão para isso é que nós absorvemos a definição que o mundo possui
de amor. Ela diz: você é amado quando fazem com que você seja destacado. Em
outras palavras, amar alguém significa torná-lo ou torná-la importante.
O
maior problema com esta definição de amor é que quando você tenta aplicá-la ao
amor de Deus por nós, ela distorce a realidade.
Segundo
o Pastor John Piper : O amor de Deus por nós NÃO se concentra em fazer-nos
importantes, mas em dar-nos a habilidade de torná-lo importante por toda a
eternidade.
Em
outras palavras, o amor de Deus por nós faz com que Ele esteja sempre no centro
de tudo. O amor de Deus por nós exalta o Seu valor e a nossa satisfação nele.
Se
o amor de Deus nos tornasse o centro de tudo e focados em nosso próprio valor,
ele nos distrairia do que é mais precioso, que é Ele mesmo. O amor trabalha
duro e sofre para nos cativar com o que é infinitamente e eternamente
gratificante: Deus. Portanto, Deus trabalha duro e sofre para quebrar nossa
sujeição à idolatria do ego e focalizar nossas afeições no tesouro que é Deus.
Vejamos
a história da doença e morte de Lázaro.
Ora,
um homem chamado Lázaro estava doente. Ele era de Betânia, do povoado de Maria
e de sua irmã Marta. Maria, cujo irmão Lázaro estava doente, era a mesma que
derramara perfume sobre o Senhor e lhe enxugara os pés com os cabelos. Então as
irmãs mandaram dizer a Jesus: “Senhor, aquele a quem amas está doente”. Ao
ouvir isto, Jesus disse: “Essa doença não acabará em morte; é para a glória de
Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por meio dela”. Jesus amava a
Marta, à irmã dela e a Lázaro. No entanto, quando ouviu falar que Lázaro estava
doente, ficou onde estava mais dois dias.
Notemos
três coisas surpreendentes na ação do amor de Deus:
1)
Jesus
escolheu deixar Lázaro morrer.
Versículo 6: “No entanto, quando ouviu falar que Lázaro estava doente, ficou
onde estava mais dois dias.” Não havia pressa. Sua intenção não era poupar a
família da dor, mas ressuscitar Lázaro dos mortos.
Pode nos parecer estranha essa ação de Jesus,
Ele não teve pressa, não se preocupou em correr para ajudar a Lázaro, nem
Marta, nem Maria, Ele não se colocou de imediato para resolver seus problemas e
nem para evitar seu sofrimento.
Ele nem mesmo o curou a distância como fez em
outra ocasião, Ele tinha seu plano de trabalho e ia segui-lo conforme Ele mesmo
havia decidido.
Aprendemos aqui que Deus é bem maior do que as
demandas humanas.
2)
Sua
motivação era a paixão pela glória de Deus manifestada em Seu glorioso poder. Versículo 4: “Essa doença não acabará em
morte; é para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por
meio dela”.
Alguém pode neste momento pensar, Jesus já
sabia o que ia acontecer e por isso não se moveu rapidamente, na verdade tudo,
inclusive a morte de Lázaro estava nos planos divinos para a manifestação de
sua própria glória.
Aprendemos aqui que a vontade de Deus sempre
se sobrepõe as demandas humanas.
3)
Todavia, tanto
a decisão de deixar Lázaro morrer quanto a motivação de magnificar a Deus eram
expressões de amor por Maria, Marta e Lázaro.
Versículo 5: “Jesus amava a Marta, à irmã dela e a Lázaro... por isso Ele
ficou... onde Ele estava.”
Certamente muitos aqui já estariam murmurando
contra a insensibilidade de Jesus. Ele ter deixado Lárazo morrer e fazer com
que ele, Marta, Maria e outros passassem pelo sofrimento e pela agonia daqueles
dias. E ainda mais quando afirmamos que isso ocorreu pelo desejo de Jesus de
magnificar a glória de Deus, muitos diriam que isto foi rude ou insensível.
O que isto mostra é que colocamos a nossa
própria vida, a nossa própria felicidade acima da glória de Deus. Para a
maioria das pessoas o amor é algo que coloca o valor humano e o bem-estar
humano no centro de tudo. Por isso, o comportamento de Jesus é incompreensível.
Aqui aprendemos que Deus se revela e age para
sua própria glória.
CONCLUSÃO
Mas
nós não devemos dizer a Jesus o que é o amor. Não vamos instruí-lo como Ele
deveria amar-nos e nos fazer o centro de tudo. Vamos aprender com Jesus o que é
o amor e o que realmente é o nosso bem-estar.
Amar
é fazer o que for necessário para ajudar as pessoas verem e provarem a glória
de Deus para todo o sempre. O amor mantém Deus no centro de tudo. É assim
porque a alma foi feita por Deus.
Jesus
mostra que este caminho é correto pela Sua oração em João 17:24: "Pai,
quero que os que me deste estejam comigo onde eu estou e vejam a minha glória,
a glória que me deste porque me amaste antes da criação do mundo". O amor
de Jesus o leva a orar por nós e a morrer por nós, NÃO para que o nosso valor
seja o centro de tudo, mas para que Sua glória seja o centro de tudo, e para
que nós vejamos e provemos isso por toda a eternidade. “E vejam a minha glória”
- para isso Ele deixou Lázaro morrer, e para isso ele foi para a cruz.
Por
fim aprendemos que o surpreendente amor de Deus para concosco, consiste em
nos fazer enxergar o quão importante e essencial é amá-lo mais do que a nós
mesmos, colocando-o no centro de tudo, no centro de nossas vidas.
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