João 1: 43 a 51
Pouco se fala na Bíblia sobre o apóstolo
Bartolomeu ou Natanael. Na verdade sequer existe um consenso total se são a
mesma pessoa. O nome Natanael, que significa Dom de Deus ou
ainda Deus dá, só aparece em João, enquanto nos demais evangelhos
ele é tratado como Bartolomeu.
Fora dos textos bíblicos só existe registro
sobre ele em escritos feitos por Eusébio de Cesaréia no século IV.
As tradições, textos antigos e lendas associam
seu ministério apostólico às regiões orientais como a Pártia, a Armênia, a
Pérsia, a Mesopotâmia e a índia.
Bartolomeu nos parece ser alguém que conhecia
as profecias sobre a vinda do Messias e que depositava muita confiança nelas.
Vemos isso claramente na forma como Felipe o chama:
João 1:45 – “Achamos aquele de quem Moisés
escreveu na lei e a quem se referiram os profetas.”
O texto indica que tanto Felipe quanto
Bartolomeu estudavam regularmente as escrituras e conheciam as profecias sobre
o Messias, mesmo que seu entendimento fosse um tanto quanto deturpado como a
maioria dos seus contemporâneos, o que fica claro na afirmação sobre a
insignificância de Nazaré, Natanael ou Bartolomeu conheciam os profetas
Queremos no entanto ressaltar uma frase usada
por Jesus na sua chamada, no verso 47 Jesus que diz: “Eis aqui um
verdadeiro israelita, em quem não há dolo.”
Gostaria, portanto de convidá-los a considerar
sobre o seguinte tema:
NATANAEL BARTOLOMEU: UM HOMEM SEM MALDADE.
Enxergamos alguns traços desse tipo de
personalidade elogiada por Jesus e que devem servir de norteamento a Sua
igreja.
No Salmo 15:1-2 temos: “Senhor,
quem habitará no teu santuário? Quem poderá morar no teu santo monte? Aquele
que é íntegro em sua conduta e pratica o que é justo, que de coração fala a
verdade.”
Vamos ver então três traços associados ao
perfil necessário a quem segue a Jesus:
1. O
primeiro é traço da personalidade elogiada por Jesus é Agir sempre com
sinceridade
Sinceridade
implica em ser verdadeiro no falar e no agir.
Muito
dos nossos problemas atuais nas comunidades evangélicas e na nossa sociedade
vem exatamente da falta de sinceridade em nossos relacionamentos.
Em 1 Pedro 2:22,
Pedro afirma em relação a Jesus Cristo: “Não havia dolo em sua boca”
a palavra aqui usada é ADOLOS a qual nos referimos a pouco.
Pedro é claro ao
colocar Jesus como exemplo a ser seguido e ressaltar o fato que não havia
qualquer traço de falsidade no seu falar, no seu modo de agir.
As maneiras
afetadas e comportamentos hipócritas não tinham lugar no dia a dia do mestre;
Em Romanos 1:28 a
32 associado a palavra DOLO Paulo lista a injustiça, malícia, avareza,
inveja, malignidade, insolência, soberba, perfídia entre outros atributos pouco
elogiosos.
Não estamos
falando aqui de sermos mal educados, grossos, mas de expressarmos exatamente
aquilo que estamos sentindo, daquilo que pensamos, não nos apresentarmos como
caricaturas de um pseudo modelo cristão, perfeitinho e aceitável aos olhos
humanos, mas de forma educada, polida, cuidadosa mesmo, nos apresentarmos
realmente como somos, e assim sermos aceitos pelos outros, uma sinceridade de
mão dupla, onde nossas diferenças longe de nos afastar são respeitosamente
tratadas e consideradas como algo que não pode desunir nossos laços fraternos.
Precisamos agir
sempre com sinceridade para que sejamos reconhecidos como alguém em quem não há
DOLO.
2.
O segundo traço da personalidade
elogiada por Jesus é Agir sempre com integridade
Não podemos viver
como se fossemos dicotômicos. Mutáveis em face do ambiente, das companhias ou
dos assuntos tratados.
Integridade
vem do latim integritate, significa a qualidade de alguém ou algo ser íntegro,
de conduta reta, pessoa de honra, ética, educada, imparcial, brioso,
pundonoroso , cuja natureza de acção nos dá uma imagem de inocência, pureza ou
castidade, o que é íntegro, é justo e perfeito, é puro de alma e de espírito.
O cristianismo
implica em integridade, não podemos consagrar partes de nossas vidas e guardar
outras. Deus requer de nós integridade, assim como ele é temos que ter na mesma
medida associados em nosso viver: justiça e perdão, disciplina e graça,
misericórdia e firmeza, ação e paciência, rigor e longanimidade.
Precisamos agir
sempre com sinceridade e integridade para que sejamos reconhecidos como alguém
em quem não há DOLO.
3.
O terceiro e último traço da
personalidade elogiada por Jesus é Agir sempre com justiça
A Bíblia nos
ensina que nossa justiça deve exceder em muito a dos homens. Mas da mesma forma
nos ensina que a mesma régua com a qual medimos os outros seremos medidos.
Vejam Mateus 7.
Quantas vezes
exercemos misericórdia conosco mesmo, e usamos a vara da justiça para com os
demais. É fato que não podemos usar como diz o dito popular, baseado numa
máxima do filósofo grego Sócrates: “Um peso, Duas medidas”.
Nossas ações
devem ser sempre impregnadas de senso de justiça, não importando a
circunstância ou nossos relacionamentos, o que é certo é certo, o que é errado
é errado, o que é verdadeiro é verdadeiro e o que é falso é falso, independente
das consequências.
No entanto nossa
sede de justiça não pode nos tornar anjos vingadores prontos a ceifar a vida
dos que consideramos merecedores de castigo. Nossa justiça deve ser exercida
com amor, com misericórdia, com graça.
Precisamos agir
sempre com sinceridade, integridade e justiça para que sejamos reconhecidos
como alguém em quem não há DOLO.
CONCLUSÃO
Voltando a nosso personagem inicial Natanael
Bartolomeu e a afirmação de Jesus em João 1:47:
“—Aí está um verdadeiro israelita ....”
Paulo a falar sobre o verdadeiro varão
israelita nos diz em Romanos 2:28-29 : “Não é judeu quem o é apenas
exteriormente, nem é circuncisão a que é meramente exterior e física. Não!
Judeu é quem o é interiormente, e circuncisão é a operada no coração, pelo
Espírito, e não pela lei escrita. Para estes o louvor não provém dos homens,
mas de Deus.”
Precisamos entender que nossa sinceridade,
Integridade e justiça não pode ser apenas aparente e seletiva, e sim, ser a
essência de nossas vidas e exaladas permanentemente em nossas ações e
relacionamentos.
Precisamos estabelecer nossos pilares morais e
éticos de forma não a ser perfeitos, mas a buscarmos nos relacionar com o irmão
e com o mundo sendo verdadeiros e equilibrados, agindo sem maldade e falsidade,
no trato com todos, dessa forma poderemos ser chamados de verdadeiros
israelitas nos quais não há dolo.
Mensagem pregada no culto de abertura da VIIIª
RO do PRPE na cidade de Paulo Afonso/BA
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