
AINDA SOMOS UMA IGREJA REFORMADA?
Hoje é 31 de Outubro, e, ao contrário de comemorarmos o "dia das bruxas" (como muitos fazem nós celebramos os 492 anos de Reforma Protestante!
Mas fazendo uma análise do meio cristão evangélico brasileiro será que realmente ainda somos descendentes da reforma?
Até o século XVI, a Igreja manteve-se unida, utilizando o poder econômico e político para vencer os líderes religiosos que tentavam reformá-la. Contudo, em 1517, um monge chamado Martinho Lutero ousou discordar profundamente da doutrina católica e, em vez de ser queimado vivo como John Huss e outros, provocou a maior ruptura já ocorrida no interior da Igreja. Movimento conhecido como Reforma Protestante.
A Igreja atravessava sua pior crise, corrupção, falta de instrução, libertinagem do clero que era formado, em sua maioria, por indivíduos ricos (que compravam cargos, como os de bispo ou arcebispo) ou por padres quase sem nenhuma instrução, que abraçavam o ofício apenas para escapar dos impostos cobrados da população. O alto clero explorava a crendice popular praticando a simonia, comércio de artigos religiosos. Entre os produtos comercializados encontravam-se tíbias do jumento montado por Jesus quando entrou em Jerusalém, pedaços do manto da Virgem Maria, frascos contendo ar da gruta de Belém e uma série de outras relíquias falsificadas.
Esse quadro é diferente do que vemos hoje? Não se engane. Não estou falando da Igreja Católica Apostólica Romana, estou falando do igreja “Evangélica” mesmo.
Pastores sem nenhuma formação, labutando apenas por ofertas, líderes de igreja riquíssimos, se colocando acima da lei. Rosas ungidas, água do Jordão, lascas da cruz de Cristo etc.
Outra grande riqueza que a Reforma Protestante nos trouxe foi o acesso direto às Sagradas Escrituras (tradução no idioma pátrio), sendo ela nossa única regra de fé e prática, o livre exame e interpretação das Escrituras (com o uso da consciência e razão).
No nosso meio evangélico canhestro, não se proíbe a circulação da Bíblia, mas na maioria das igrejas “evangélicas” (!?), a leitura não é incentivada, trabalhando-se apenas com alguns textos convenientes a mensagem que se defende, repetidos como mantras.
A reforma resgatou o conceito de que Jesus é o único Senhor e a salvação é somente pela graça mediante a fé em Cristo, não havendo outros meios. O sacerdócio é universal e que somente Deus é digno de receber toda glória, louvor e adoração. O evangelho real, Teocêntrico, resgatado pela reforma, hoje é transmutado num evangelho antropocêntrico, onde Deus existe para agradar ao homem.
Precisamos resgatar a história e não apenas celebrar um fato passado. Contra o que temos protestado nos dias de hoje? Qual nossa contribuição como "Igreja Reformada, sempre se reformando"? No Brasil de hoje temos muito que reformar, e, como Lutero, Calvino, Huss, Knox e tantos outros continuar protestando contra os muitos discursos e práticas religiosas que ao contrário de trazer libertação, estão aprisionando pessoas. Contra as indulgências e relíquias que continuam sendo vendidas. Recebem novas roupagens, mas, mantêm o simbolismo sincrético (trocas simbólicas) e comercializadas em Igrejas que se auto-entitulam cristãs!
Precisamos ministrar o genuíno Evangelho da Salvação às gentes! A verdadeira Mensagem que liberta! Somos especialmente hoje chamados à sermos Profetas e Profetizas das Boas Novas!
Precisamos de uma nova reforma!!
ResponderExcluirDeus nos ajude!